Jesus - a Simples Verdade

domingo, 17 de junho de 2012


LEVANTANDO MÃOS SANTAS


I Timóteo 2:8
Desde o tempo de Abraão (Gên. 14:22), levantar as mãos tem sido uma prática na Bíblia. É uma prática que deve acompanhar a nossa adoração a Deus hoje? Os batistas querem participar a tudo que têm direito no ambiente de culto ao Senhor Jesus Cristo. Mas deve ser uma prática na Palavra de Deus para que eles (batistas) aceitem. O que diz a Bíblia sobre levantar mãos santas?
Depois de vermos os casos na Bíblia um por um, uma verdade é manifesta:


A oração deve proceder de uma vida honesta e limpa.

A relação de mãos limpas com a oração significa orar sinceramente a Deus tendo praticado a Sua justiça na sua vida (Jó 16:17; Sal 26:1-6; Isaías 1:15,16).
Uma vida suja é representada por mãos sujas (Isaías 1:15,16). Quando alguém pratica violência (pecado) a sua oração é vista como oferta de mãos sujas (Mal 1:9,10).
A instrução para que se levante mãos santas ao Senhor não é um mandamento literal mas uma exortação aos crentes para que tenham vidas retas e consagradas ao Senhor (Salmos 134; I Timóteo 2:8 - 3:16). Quando o coração é reto diante do Senhor, a adoração é aceita como oferta de mãos limpas (Atos 10:2,4,31).
Essa mesma verdade de termos um vida limpa quando oramos ao Senhor, é repetida em outros versículos com palavras diferentes (Salmos 66:18; I João 3:20-22).
Uma vida suja com ações desobedientes só pode se tornar limpa por meio do arrependimento e a volta à obediência. O arrependimento e a volta à consciência limpa para com Deus são simbolizados pela lavagem das mãos e do corpo (Tiago 4:6-9; Hebreus 10:22; Isaías 1;16).
Se é o costume dos judeus que precisamos seguir hoje, então temos que seguí-lo na sua totalidade.
A seguir temos literalmente a forma que os judeus seguem para que tenham mãos limpas: !Como é feita a limpeza das mãos? O homem deve lavar as suas mãos até o cotovelo e depois disso orar. Se o homem estiver viajando, e chegar o tempo de oração, e não tiver água ao seu alcance, havendo uma distância de seis e meio quilômetros, ou seja oito mil côvados entre ele e a água, é possível que ele vá ao lugar da água se lavar e depois disso pode orar. Se tiver entre ele e a água uma distância maior que esta citada, é permitido que ele esfregue as suas mãos e ore. Se o lugar onde a água está fica atrás dele, ele não é obrigado a voltar, senão um quilômetro e meio; mas se estiver além desta distância da água, ele não fica obrigado a voltar, é permitido que esfregue suas mãos e ore." (John Gill citando Hilch Tephilla, C. 4, Sect 2,3. Online Bible).

Conclusão:

Lavar ou levantar as mãos não faz de ninguém limpo de coração. Lavar ou levantar as mãos não faz de nenhuma oração (ou qualquer outro serviço a Deus) aceita por Deus.
Não é o cumprir ou não da cerimônia que agrada a Deus ou condena o crente. A condenação vem do coração que Deus vê (Marcos 7:1-16). E é neste sentido que Paulo instrui a Timóteo para que levante mãos santas - tendo uma vida que concorde com a sua oração (I Timóteo 2:8). Nenhuma cerimonia dos judeus pode nos aproximar de Deus. As cerimônias afastaram o povo de Israel de Deus, pois deram maior valia à cerimônia do que o coração reto diante de Deus (Mateus 23;23; Lucas 18:12).
As cerimônias dos judeus não têm valor em suas praticas, mas o significado delas é que nos ensina as verdades de Cristo (I Ped 3:21).
Não há relatório inspirado e deixado que instrua os Cristãos da igreja neo-testamentária o dever de levantar mãos físicas nos cultos de adoração a Deus. Mas há instrução para que os que adoram a Deus, O adorem em espírito e em verdade (João 4:24).
A importância que a Bíblia dá, não é ao fato de levantar as mãos físicas nos cultos de louvor mas adorar ao Senhor com o espírito limpo. Deus olha o coração. Deus aceita um coração reto e um espírito quebrantado (Salmos 51:17).
Como é seu coração quando ora? Para que a sua oração seja aceita, tenha uma vida limpa. Por isso Jesus ensinou os seus discípulos a confessarem os seus pecados quando oravam (Mateus 6:9-13; Marcos 11:25).
Bibliografia
A Bíblia Sagrada Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, 1/94
Online Bible Versão 7.00 Timnathserah Inc. Canadá

Autor: Pastor Calvin Gardner

Jesus - A Simples Verdade

sábado, 2 de junho de 2012

A Heresia do Egocentrismo



 

A Heresia do Egocentrismo

 

John MacArthur

John MacArhtur, autor de mais de 150 livros e conferencista internacional, é pastor da Grace Comunity Church, em Sum Valley, Califórnia, desde 1969; é presidente do Master's College and Seminary e do ministério "Grace to You"; John e sua esposa Patrícia têm quatro filhos e quatorze netos.


"Não negligencieis a prática do bem e a mútua cooperação [koinonia]"


Hebreus 13.16

O egocentrismo não tem lugar na igreja. Nem devíamos dizer isso, mas, desde o alvorecer da era apostólica até hoje, o amor próprio em todas as suas formas tem prejudicado incessantemente a comunhão dos santos. Um exemplo clássico e antigo de egocentrismo fora de controle é visto no caso de Diótrefes. Ele é mencionado em 3 João 9-10, onde o apóstolo diz: "Escrevi alguma coisa à igreja; mas Diótrefes, que gosta de exercer a primazia entre eles, não nos dá acolhida. Por isso, se eu for aí, far-lhe-ei lembradas as obras que ele pratica, proferindo contra nós palavras maliciosas. E, não satisfeito com estas coisas, nem ele mesmo acolhe os irmãos, como impede os que querem recebê-los e os expulsa da igreja".
Diótrefes anelava ser o preeminente em sua congregação (talvez até mais do que isso). Portanto, ele via qualquer outra pessoa que tinha autoridade de ensino – incluindo o apóstolo amado – como uma ameaça ao seu poder. João havia escrito uma carta de instrução e encorajamento à igreja, mas, por causa do desejo de Diótrefes por glória pessoal, ele rejeitou o que o apóstolo tinha a dizer. Evidentemente, ele reteve da igreja a carta de João. Parece que ele manteve em segredo a própria existência da carta. Talvez ele a destruiu. Por isso, João escreveu sua terceira epístola inspirada para, em parte, falar a Gaio sobre a existência da carta anterior.
Na verdade, o egoísmo de Diótrefes o tornou culpado do mais pernicioso tipo de heresia: ele rejeitou ativamente e se opôs à doutrina apostólica. Por isso, João condenou Diótrefes em quatro atitudes: ele rejeitou o ensino apostólico; fez acusações injustas contra um apóstolo; foi inóspito para com os irmãos e excluiu aqueles que não concordavam com seu desafio a autoridade de João. Em todo sentido imaginável, Diótrefes era culpado da mais obscura heresia, e todos os seus erros eram frutos de egocentrismo.
Em nosso estado caído, estado de carnalidade, somos todos assediados por uma tendência para o egocentrismo. Isto não é uma ofensa insignificante, nem um pequeno defeito de caráter, nem uma ameaça irrelevante à saúde de nossa fé. Diótrefes ilustra a verdade de que o amor próprio é a mãe de todas as heresias. Todo falso ensino e toda rebelião contra a autoridade de Deus estão, em última análise, arraigados em um desejo carnal de ter a preeminência – de fato, um desejo de reivindicar para si mesmo aquela glória que pertence legitimamente a Cristo. Toda igreja herética que já vimos tem procurado suplantar a verdade e a autoridade de Deus com seu próprio ego pretensioso.
De fato, o egocentrismo é herético porque é a própria antítese de tudo que Jesus ensinou ou exemplificou. E produz sementes que dão origem a todas as outras heresias imagináveis.
Portanto, não há lugar para egocentrismo na igreja. Tudo no evangelho, tudo que igreja tem de ser e tudo que aprendemos do exemplo de Cristo golpeia a raiz do orgulho e do egocentrismo humano.
Koinonia
As descrições bíblicas de comunhão na igreja do Novo Testamento usam a palavra grega koinonia. O espírito gracioso que essa palavra descreve é o extremo oposto do egocentrismo. Traduzida diferentemente por "comunhão", "compartilhamento", "cooperação" e "contribuição", esta palavra é derivada dekoinos, a palavra grega que significa "comum". Ela denota as ideias de compartilhamento, comunidade, participação conjunta, sacrifício em favor de outros e dar de si para o bem comum.
Koinonia era uma das quatro atividades essenciais que mantinha os primeiros cristãos juntos: "E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão [koinonia], no partir do pão e nas orações" (At 2.42). O âmago da "comunhão" na igreja do Novo Testamento era culto e sacrifício uns pelos outros, e não festividade ou funções sociais. A palavra em si mesma deixava isso claro nas culturas de fala grega. Ela foi usada em Romanos 15.26 para falar de "uma coleta em benefício dos pobres" (ver também 2 Co 9.3). Em 2 Coríntios 8.4, Paulo elogiou as igrejas da Macedônia por "participarem [koinonia] da assistência aos santos". Hebreus 13.16 diz: "Não negligencieis, igualmente, a prática do bem e a mútua cooperação [koinonia]". Claramente, o egocentrismo é hostil à noção bíblica de comunhão cristã.
Uns aos outros
Esse fato é ressaltado também pelos muitos "uns aos outros" que lemos no Novo Testamento. Somos ordenados: a amar "uns aos outros" (Jo 13.34-35; 15.12, 17); a não julgar "uns aos outros" e ter o propósito de não por tropeço ou escândalo ao irmão (Rm 14.13); a seguir "as coisas da paz e também as da edificação de uns para com os outros" (Rm 14.19); a ter "o mesmo sentir de uns para com os outros" e acolher "uns aos outros, como também Cristo nos acolheu para a glória de Deus" (Rm 15.5, 7). Somos instruídos a levar "as cargas uns dos outros" (Gl 6.2); a sermos benignos uns para com os outros, "perdoando... uns aos outros" (Ef 4.32); e a sujeitar-nos "uns aos outros no temor de Cristo" (Ef 5.21). Em resumo, "Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo" (Fp 2.3).
No Novo Testamento, há muitos mandamentos semelhantes que governam nossos relacionamentos mútuos na igreja. Todos eles exigem altruísmo, sacrifício e serviço aos outros. Combinados, eles excluem definitivamente toda expressão de egocentrismo na comunhão de crentes.
Cristo como cabeça de seu corpo, a igreja
No entanto, isso não é tudo. O apóstolo Paulo comparou a igreja com um corpo que tem muitas partes, mas uma só cabeça: Cristo. Logo depois de afirmar, enfaticamente, a deidade, a eternidade e a proeminência absoluta de Cristo, Paulo escreveu: "Ele é a cabeça do corpo, da igreja" (Cl 1.18). Deus "pôs todas as coisas debaixo dos pés, e para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo" (Cl 1.22-23). Cristãos individuais são como partes do corpo, existem não para si mesmos, mas para o bem de todo o corpo: "Todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor" (Ef 4.16).
Além disso, cada parte é dependente de todas as outras, e todas estão sujeitas à Cabeça. Somente a Cabeça é preeminente, e, além disso, "se um membro sofre, todos sofrem com ele; e, se um deles é honrado, com ele todos se regozijam" (1 Co 12.26).
Até aquelas partes do corpo aparentemente insignificantes são importantes (vv. 12-20). "Deus dispôs os membros, colocando cada um deles no corpo, como lhe aprouve. Se todos, porém, fossem um só membro, onde estaria o corpo?" (vv. 18-19).
Qualquer evidência de egoísmo é uma traição de não somente o resto do corpo, mas também da Cabeça. Essa figura torna o altruísmo humilde em virtude elevada na igreja – e exclui completamente qualquer tipo de egocentrismo.
Escravos de Cristo
A linguagem de escravo do Novo Testamento enfatiza, igualmente, esta verdade. Os cristãos não são apenas membros de um corpo, sujeitos uns aos outros e chamados à comunhão de sacrifício. Somos também escravos de Cristo, comprados com seu sangue, propriedade dele e, por isso, sujeitos ao seu senhorio.
Escrevi um livro inteiro sobre este assunto. Há uma tendência, eu receio, de tentarmos abrandar a terminologia que a Escritura usa porque – sejamos honestos – a figura de escravo é ofensiva. Ela não era menos inquietante na época do Novo Testamento. Ninguém queria ser escravo, e a instituição da escravidão romana era notoriamente abusiva.
No entanto, em todo o Novo Testamento, o relacionamento do crente com Cristo é retratado como uma relação de senhor e escravo. Isso envolve total submissão ao senhorio dele, é claro. Também exclui toda sugestão de orgulho, egoísmo, independência ou egocentrismo. Está é simplesmente mais uma razão por que nenhum tipo de egocentrismo tem lugar na vida da igreja.
O próprio senhor Jesus ensinou claramente este princípio. Seu convite a possíveis discípulos foi uma chamada à total autorrenúncia: "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me" (Lc 9.23).
Os doze não foram rápidos para aprender essa lição, e a interação deles uns com os outros foi apimentada com disputas a respeito de quem era o maior, quem poderia ocupar os principais assentos no reino e expressões semelhantes de disputas egocêntricas. Por isso, na noite de sua traição, Jesus tomou uma toalha e uma bacia e lavou os pés dos discípulos. Sua admoestação para eles, na ocasião, é um poderoso argumento contra qualquer sussurro de egocentrismo no coração de qualquer discípulo: "Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também" (Jo 13.14-15).
Foi um argumento do maior para o menor. Se o eterno Senhor da glória se mostrou disposto a tomar uma toalha e lavar os pés sujos de seus discípulos, então, aqueles que se chamam discípulos de Cristo não devem, de maneira alguma, buscar preeminência para si mesmos. Cristo é nosso modelo, e não Diótrefes.
Não posso terminar sem ressaltar que este princípio tem uma aplicação específica para aqueles que estão em posições de liderança na igreja. É um lembrete especialmente vital nesta era de líderes religiosos que são superestrelas e pastores jovens que agem como estrelas de rock. Se Deus chamou você para ser um presbítero ou mestre na igreja, ele o chamou não para sua própria celebridade ou engrandecimento. Deus o chamou a fazer isso para a glória dele mesmo. Nossa comissão é pregar não "a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor e a nós mesmos como vossos servos [escravos], por amor de Jesus" (2 Co 4.5).

Traduzido por: Francisco Wellington Ferreira
Editor: Tiago Santos
Copyright © John MacArthur & Tabletalk
Copyright © Editora FIEL 2012.

Jesus - A Simples Verdade




  

 
 

sexta-feira, 1 de junho de 2012

A Humildade

palavra !humildade? e as suas formas (humilhado, humilhação, humildemente, humilha, etc.) é usada mais que 70 vezes pela Bíblia (Strongs). O uso numeroso desta palavra pela Bíblia nos dá uma idéia da sua importância para nós.
Pode ser que a humildade signifique qualidades diferente para pessoas diferentes. Olhando no dicionário entendemos que essa virtude que nos dá o sentimento da nossa fraqueza (Aurélio) é uma qualidade boa na vida de qualquer pessoa. O humilde é comparado a uma pessoa respeitosa, reverente e submissa. Como uma pessoa pobre não pode se gloriar de grandes posses, uma pessoa humilde não se gloria de grandes qualidades.

O que significa essa palavra na Bíblia?

Examinando quais palavras são usadas por Deus na inspiração da Sua Bíblia para expressar essa qualidade de humildade, podemos aprender muito. Queremos examinar as palavras usadas tanto no Velho Testamento quanto no Novo Testamento. Assim podemos tirar as nossas próprias conclusões.


Quando essa palavra está usada no Velho Testamento pode significar:

  • Sentir-se menos em mente, ser brando; ou em circunstancia, pobre ou piedoso ! subjetivo - #6035, Strong?s. Esse significado é a raiz de 6038 e 6031.
  • condescendência ("humildade" - Prov. 15:33; 18:12; 22:4), que é de ceder voluntariamente. Se um homem faz isto é chamado modéstia. Se o divino faz isto é chamado clemência (#6038, Strong?s) .
  • Rebaixamento voluntário ou forçado, submissão ("humilhar-te" ! Êx. 10:3; Deut 8:2,3, 16; "humilhado" ! Deut 21:14; "humilhou" ! Deut 22:24,29; Ezequiel 22:11; "humilhai-as" Juízes 19:24; "humilhava" ! Sal. 35:13; "humilharam" ! Ezequiel 22:10; - #6031, Strong?s)
  • Dobrar o joelho, conquistar ("se humilhar" ! Lev 26:41; II Cron. 7:14; "se humilha" ! I Reis 21:29; "te humilhaste" ! II Reis 22:19; "se humilharam" ! II Cron.12:6; 30:11; "se humilhavam" ! II Cron. 12:7; "humilhando-se" ! II Cron. 12:12; "se humilhou" II Cron. 32:26; 33:12,23; 36:12; "se humilhasse" ! II Cron. 33:19; "se humilhara" II Cron. 33:23; "te humilhaste" ! II Cron. 34:27 ! #3665, Strong?s).
  • Aquele que sente-se menos em mente, ou em circunstancia ! objetivo - ("aflitos" ! Sal. 9:12; "humildes" ! Sal. 10:12; "mansos" ! Sal. 10:17; 34:2 ! #6041, Strong?s).
  • Ser rebaixado, ser degradado ! ( "se inclina"- Sal. 113:6; "ser humilde" ! Prov. 16:19; "se abate"- Isaías 2:9; "te abaterem" ! Jó 22:29; "humilhai-vos" ! Jer. 13:18 - #8213, Strong?s).
  • Se rebaixar ("humilhaste"- Daniel 5:22, # 8214, Strong?s).
  • Baixeza ("humilde"- Jó 22:29 - #7807, Strong?s).
  • Quebrado, contristado ("se humilharam"- Jer. 44:10 - #1792, Strong?s)
  • Prostrar-se, adorar ("me inclino" ! II Sam 16:4 - #7812)
  • Ser modesto ("humildemente" ! Miquéias 6:8 - #6800)
  • Si pisar ("humilha-te" ! Prov. 6:4, #7511, Strong?s)
  • Se diminuir ("se abate" ! Lam 3:20, #7743, Strong?s)
  • Se agachar ("abaixa-se"- Sal. 10:10, #7817, Strong?s)
Quando essa palavra é usada no Novo Testamento, pode significar:
As palavras em grego usadas para descrever a virtude de humildade são todas relacionadas umas com as outras. Examinaremos em detalhe somente duas destas palavras gregas. Os demais versículos das outras palavras gregas dariam sentido quase igual com essas palavras e, portanto, somente daremos um resumido espaço a elas.
  • #5011 (Strongs) ! Ser deprimido (abatido, enfraquecido) em circunstancias (pobreza) ou em disposição (atitude). Os seus usos pelo Novo Testamento:
Cristo é nosso exemplo primário:

Mat. 11: 29, "que sou manso e humilde de coração" (de atitude) ! Isaías 53:2,3, "Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens"; 42:3 "A cana trilhado não quebrará, nem apagará o pavio que fumega;" (Mat. 12:20)
Lucas 1 :52, "elevou os humildes" (pobres) como Maria. Apesar de sua baixa estimação pela sociedade (Luc. 1:48), Deus a usou como um maravilhoso instrumento para operar a Sua vontade para toda a humanidade que crê. Assim Deus opera ainda hoje (I Cor. 1:26-29, "não são muitos os sábios , ... poderosos, ... nobres que são chamados. Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; ... as coisas fracas para confundir as fortes; ... as coisas vis e desprezíveis, e que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne glorie perante Ele.")

Humildade É O Nosso Dever

Romanos 12:16,
"Sede unânimes entre vós;" - não é o ecumenismo que está sendo ensinado neste versículo. O que está sendo ensinado é aquela atitude demonstrada por Jesus e os demais santos bíblicos. Jesus mesmo disse: "Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas" (Mateus 7:12). A mesma verdade aprendemos com Tiago quando disse: "Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis" (Tiago 2:8). Perante os olhos de Deus todos somos igualmente pecadores, e todos precisam se arrepender de seus pecados crendo pela fé em Cristo.
Em vista disso a Bíblia diz: "...não ambicioneis coisas altas..." Romanos 12:7. Ainda em Gálatas 6:2 Paulo diz: "Levai as cargas uns dos outros ..." Em Tiago 1:27 podemos ler: "Visitar os órfãos e as viúvas na suas tribulações ...". Aprendemos então que não devemos ter pretensões superiores sobre os nossos semelhantes.
Podemos notar registrado em Mateus as preciosas lições de humildade ensinadas por Jesus aos seus discípulos: "Então Jesus, chamando-os para junto de si, disse: Bem sabeis que pelos príncipes dos gentios são estes dominados, e que os grandes exercem autoridade sobre eles. Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal; E, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo; Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos" (Mateus 20:25-28).
"...mas acomodai-vos às humildes..." (Romanos 12:16). Também devemos gostar da companhia dos pobres e dos que são despojados de quaisquer qualificações, Tiago 2:1-5. Em Provérbios. 3:7 podemos observar o sábio conselho de Salomão: "Não sejas sábio a teus próprios olhos; teme ao SENHOR e aparta-te do mal".

Humildade É A Obra de Deus

Em II Cor. 7:6 diz: "Mas Deus, que consola os abatidos..." Os cristãos que têm tribulações, pobreza e sentimentos de fraqueza, sem dúvida alguma usufrui da companhia do poderoso Consolador, o próprio Deus.
O sábio tem a sua sabedoria para lhe consolar.
O forte tem a sua força para lhe consolar.
O rico tem a sua riqueza para lhe consolar.
Porém, os fracos podem conhecer a beneficência, juízo e justiça do próprio Deus. Este é o consolo que o abatido pode gloriar-se (Jer. 9:23,24). Porém, não se glorie de sua pobreza, mas em Deus. A pobreza pode ser um fator convincente da sua necessidade de Deus, mas a glória deve ser dada a Deus.
Em Tiago 4:6 e em I Pedro 5:5 lemos: "Deus dá graça aos humildes" . Deus ampara os desamparados e os humildes. Os que se julgam auto-suficiente, não precisam de amparo. Deus dá ajuda em tempo oportuno aos humildes. Os que se julgam poderosos, não precisam de graça. A graça de Deus sempre está ao lado dos espiritualmente fracos e necessitados. Veja o que Jesus disse a respeito disso em Marcos 2:17 e também em Lucas 5:32 Aos que se julgam perfeitos não precisam de misericórdia. Jesus Cristo está pronto para salvar todos aqueles que estão conscientes de sua falência espiritual. Veja esta grande verdade em Hebreus 4:15,16. Quando o pecador chega a conclusão da sua precária condição espiritual diante de Deus, então só resta chegar ao trono da graça para obter a misericórdia divina. Reconhecer a sua necessidade espiritual é dadiva de Deus.
É aconselhável que os humildes conheçam a importância desta ajuda: não há virtude na qualidade de ser pobre e fraco. Essas condições porém revelam a necessidade da ajuda divina. Certamente que a ajuda divina vem quando o pecador em qualquer circunstância chega ao trono da graça. Diante do trono da graça os humildes e miseráveis, espiritualmente falando, devem lançar sobre Ele as suas ansiedades (I Pedro 5:7-9); aproveitar dos sábios conselhos da Palavra de Deus (Sal. 19:9-11); ser mais obediente à Palavra do Senhor com determinação e fé (Fil. 4:6-9). Essa é a ajuda que todos recebem de Deus quando O procuram.

O Exemplo de Paulo nos Ensina

Em II Cor. 10:1 encontramos o apóstolo Paulo dizendo: "...quando presente ... sou humilde". Em nenhuma ocasião Paulo se achava um bonitão ou um auto-suficiente. Depois de sua conversão a Cristo, Paulo despiu-se de todo orgulho carnal e de todas vantagens que tinha em sua vida religiosa. Antes de aceitar Cristo, Paulo usufruía de muitas vantagens e prestígios em sua vida religiosa. Veja o que ele mesmo disse: "Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo. E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo, E seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé..." (Gálatas 3:7-9). Depois de convertido Paulo tinha as provações e sofrimentos que eram marcas de um discípulo sincero que fez ele sentir as suas fraquezas (II Cor. 11:23-30; Gal. 6:17).
Conforme acabamos de ver, o apóstolo Paulo poderia confiar muito na carne. Vantagens não lhe faltava. Ele era circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamin, hebreu de hebreus; segundo a lei, foi fariseu; segundo o zelo, perseguidor da igreja, segundo a justiça que há na lei, irrepreensível (Fil. 3:4-6). Todavia, no seu ministério, ele não usou sublimidade de palavras ou de sabedoria, mas, sentiu-se em fraqueza, e em temor e em grande tremor. A sua palavra, e a sua pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder (I Cor. 2:1-5). Paulo se considerava crucificado com Cristo (Gal. 2:20). A sua glória era na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual o mundo estava crucificado para ele e ele para o mundo (Gal. 6:14; I Cor. 2:2, "Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e Este crucificado."). Paulo sentia-se humilde para consigo mesmo, mas ousado com a verdade (II Cor. 10:1, "ousado para convosco").
A atitude de Paulo para com as fraquezas, as injurias, as perseguições e as angustias, é uma lição para o Cristão. Se essas fraquezas ensinam o convertido em Cristo a se aperfeiçoar no poder de Deus mediante a fé no Senhor Jesus, então ele pode sentir prazer nelas (II Cor. 12:5-10). Também o Cristão é ensinado pelo exemplo de Paulo, que, por mais usado seja no ministério, a glória toda pertence a Deus.

Temos Um Consolo

Tiago 1:9, "glorie-se o irmão abatido" (Tiago 5:6).
Por que este deve gloriar-se? Porque quando nos humilhamos somos exaltado por Deus. Vamos examinar o que Pedro disse: "Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte" (I Pedro 5:6). Quando chegamos no auge de nossa falência espiritual, sentindo a falta de prestígio social e desprezo dos homens, então deixamos de confiar plenamente na carne e voltamos a buscar as infinitas misericórdias do bondoso Deus.
Por que o humilde é exaltado? Porque ele tem a sabedoria, o amparo, a graça e a misericórdia de Deus! Esses são atributos que os orgulhosos e os auto-suficientes nunca podem conhecer.
Aprendemos então que há grandes bênçãos em nossas fraquezas e limitações. Sem dúvida alguma que há grandes vantagens ao conscientizar-nos de nossas limitações diante de Deus. O apóstolo Paulo disse: "...me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte" (II Coríntios 12:9-10). Quando os crentes sentem em si mesmos "lixos" espirituais então recorrem ao trono da graça, e o Senhor os exaltam com consolo e sabedoria que jamais a força humana poderia atingir.
Como está a sua atitude de si mesmo? Necessita do amparo divino? O que Ele oferece é um maior conhecimento de Si mesmo. Isso basta?
Uma outro palavra grega que queremos estudar é:
  • Baixeza de mente, modéstia - #5012, Strong?s. Os seus usos pelo Novo Testamento:
Humilde Como Paulo

Atos 20:19, "Servindo ao Senhor com toda a humildade". Exemplos de uma vida humilde na vida do apóstolo Paulo:
Atos 13:6-12 - confronto com Elimas, o mágico em Chipre
Atos 13:45-47, 50-52 - confronto com judeus invejosos - Antioquia
Atos 14:2-7 - confronto com judeus invejosos ! Icônio
Atos 14:19,20 - confronto com judeus invejosos ! Listra Paulo não se exaltou, mas teve a ousadia em obedecer a Palavra de Deus e cumprir a sua vocação fielmente. Aprendemos que "servindo ao Senhor com toda a humildade" não significa que é errado apontar e confrontar o erro. A humildade nunca deve ser confundida com a frouxidão. O servo de Deus que serve "ao Senhor com toda a humildade" pode expor o erro. Paulo corajosamente confrontou o erro e exemplificou grande ousadia em seu ministério, mas, mesmo assim testemunhou-se serviu "ao Senhor com toda a humildade
Os servos de Deus vivem nos dias de hoje com este grande dilema. Muitos confundem humildade com a falta de coragem de expor publicamente o erro da humanidade. Há até mesmo nos dias de hoje pastores light Os membros das igrejas exigem dos pregadores pregações light. Light, segundo o dicionário Aurélio, significa moderado, não radical. Porém o Senhor Jesus numa calorosa pregação, Ele repetidas vezes chamou os fariseus e os escribas de hipócritas. Veja o capítulo 23 de Mateus. Jesus não foi light em suas pregações. E ninguém pode negar que Jesus era humilde e manso de coração, Mateus 11:29.

Humildade É O Dever do Cristão

Efés. 4:1,2 ! "Andar digno da vocação ... com toda a humildade". A nossa vocação, tanto a sua chamada quanto o seu desempenho, não é pelas qualidades superiores do homem ou pelas espertezas da sabedoria humana (I Cor. 2:4,5, "A minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana"; II Cor. 3:5, "a nossa capacidade vem de Deus; Efés. 3:7, "dom da graça de Deus ... segundo a operação do Seu poder"; II Cor. 4:4-6, "não nos pregamos a nós mesmos"). Devemos usar tudo que Deus nos dá para a sua glória lembrando-nos no mesmo instante que sempre temos pecado e fraquezas (Romanos 7:24; Col. 2:6).
Para andar com modéstia, não é necessário negar nossos talentos ou nossos dons. A humildade não deve negar a existência de uma capacidade nem o seu uso. Modéstia não pode transformar a timidez em uma virtude. Devemos ser obedientes de alma e de todo o coração! Todavia um dos segredos da humildade é reconhecer os talentos e dons nos outros, Fil. 2:1-8. Mesmo obedecendo a Palavra de Deus, usando as qualidades que Deus tem nos dado, não faz que somos mais do que os outros, I Pedro 3:8, "afáveis"; 5:5.
Na realidade, somente podemos ser obedientes com uma atitude correta para com as nossas capacidades e as dos outros, se somos guiados pelo Espírito Santo (Col. 3:12-13). Será observado que essas qualidades com quais devemos andar dignos da nossa vocação, com toda a humildade, são aquelas qualidades listadas em Gálatas 5:22, ou seja, o fruto do Espírito Santo.
A humildade verdadeira não é uma atitude produzida pela filosofia humana, mas pela influência do Espírito Santo na vida Cristã. Portanto não procure ter as qualidades do Espírito Santo sem ter o próprio Espírito. É necessário conhecer Cristo como seu Salvador para conhecer o Espírito Santo na sua vida. Se conhece Cristo, já tem o Espírito Santo (Romanos 8:9). Se já conhece Cristo, cresce na graça e verá que as qualidades de Cristo serão manifestas na sua vida, inclusive essa qualidade de modéstia. Se não conhece Cristo, roga a Deus que Ele seja misericordioso para salvar mais um pecador.

Existem Cuidados sobre O Assunto

Colossenses 2:8-23 ! v. 18, "pretexto de humildade". Existe uma humildade que não é verdadeira, que é usada para fins não lícitos. Essa falsa humildade é fruto das filosofias e vãs sutilezas segundo os rudimentos do mundo. Os pretextos da falsa humildade procuram melhorar o homem para que ele possa merecer a salvação ou possa melhorar a sua posição diante de Deus. A humildade falsa segue as regras do homem ou da religião e não Cristo (v. 8). A intenção dessa humildade voluntária, ou seja, aquela filosofia que tem a sua origem na vontade do homem, é de fazer aparecer os atributos de Cristo sem ter o próprio Cristo. Os pretextos de humildade têm o propósito de impressionar Deus. Os pretextos de humildade não levam ninguém a ser salvo pois podem faltar o principal: a nova natureza ou a genuína conversão em Cristo. Se tiver a nova natureza, já não é necessário melhorar a posição em Cristo, pois, para com Deus, estar em Cristo basta. Verdadeiramente, os pretextos de humildade são somente para a satisfação da própria glória do homem (v. 18, "carnal compreensão"; v. 23, "satisfação da carne").
Uns exemplos de como os pretextos são somente da carnal compreensão ou a satisfação da carne, são as vidas austeras dedicadas às privações nos mosteiros e nos conventos, a severa autoflagelação durante a páscoa nas ilhas Filipinas, as duras penitências dos católicos, as proibições de usar cores vivas na vestimenta, abstinência de eletricidade nos lares, privações de motores e máquinas na vida dos Amish, e as longas listas de várias regras e rígidas proibições do neo-pentecostalismo, etc. Nenhumas dessas atividades, por mais sinceras que sejam, jamais levam alguém a ser mais como Cristo na obediência das Escrituras.
É necessário ter Cristo para ser salvo e para agradar Deus na adoração verdadeira. Em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da divindade e não nas filosofias segundo os homem (v. 9). O pecador é salvo por Cristo, e assim, não falta nada para agradar Deus. Portanto os salvos não precisam das vãs sutilezas do homem (v. 10). É desnecessário toda e qualquer obra do homem para a salvação. A obra vicária de Cristo basta para a salvação e também para a vida cristã. Portanto, não necessitamos qualquer obra oriunda da tradição dos homens para estes fins (v. 11). O poder de Deus transforma a vida dos salvos para ser o que deve ser pública e espiritualmente sem a adição de qualquer melhora que a compreensão do homem possa sugerir (v. 12,13).
O necessário é Cristo. Foi Cristo quem riscou a cédula (nota promissória), na qual constava toda a dívida do pecador descrita pela lei de Moisés. Moisés pela lei descreveu a imensa dívida que o pecador tinha para com Deus. O homem conspurcado ou enlameado em seus pecados jamais poderia saldar esta dívida. Jesus Cristo anulou este documento que constava a dívida do homem, (v. 14). Cristo, sozinho, e somente Ele, despojou todos os principados e potestades e deles triunfou pelo Seu próprio poder, não necessitando alguma ajuda do homem para completar a vitória (v. 15). Deus fica plenamente satisfeito pelos que estão em Cristo; e as filosofias, as tradições, as cerimônias, os rituais e as privações segundo os rudimentos do mundo em nada podem melhorar o que já é perfeito.
Não é por comer ou deixar de comer; por beber ou deixar beber; por participar ou deixar de participar de uma festa especial; por cultuar ou deixar de cultuar a lua nova ou por guardar ou não o sábado que faz o cristão ter os atributos corretos (v. 16). O essencial é estar em Cristo para agradar a Deus. Quando o cristão está em Cristo o Espírito Santo o transforma à Sua imagem (Col. 3:10). Sendo assim, o crente não precisa de nenhuma regra como: não toques, não proves, não manuseias (Col. 2:21).
Se o homem depende das obras de humildade para ser salvo ou para agradar a Deus, certamente é um grande ignorante que está seguindo a sua carnal compreensão e não está ligado à Cristo. Cristo é O único cabeça pelo qual o pecador chega a Deus (Col. 2:18-19; João 14:6).
É muito mais fácil praticar pretextos de humildade, elaborar doutrinas e preceitos dos homens (v. 22), do que submeter-se a Cristo para a salvação e para servi-lo com uma adoração pública e sincera. Para ser salvo é necessário conhecer Cristo mediante o arrependimento e fé nele. Para agradar Deus na adoração correta é preciso conhecer bem as doutrinas da Palavra de Deus. É necessário ser ligado à cabeça e crescer nEle. Só assim crescerá em aumento de Deus (v. 19; Efésios 4:11-16). Sem esse crescimento, só haverá no homem as aparências de sabedoria que agradam apenas a carne.
O cristão não será julgado pelos seus pretextos de humildade, mas pela própria Palavra de Deus. O pecador deve conhecer Cristo como Salvador e Senhor para agradar Deus e assim terá a Sua salvação. Certamente Deus se agradará do pecador que entrega totalmente a sua vida a Cristo, fazendo uma renúncia completa e irrestrita de tudo o que tem. Jesus mesmo disse: "Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo" (Lucas 14:33).
Você está em Cristo? A humildade é importante na vida cristã, mas de nenhuma maneira nos salva. A humildade somente manifesta as qualidades de Cristo naqueles que já estão nEle e que estão sendo transformados mais e mais à sua imagem. A humildade é o resultado de estar em Cristo e não a causa da salvação ou crescimento na santificação. Em outras palavras, quando se está em Cristo como Único e Exclusivo Salvador, então inevitalmente a humildade e santificação serão as suas marcas.
Vamos examinar brevemente as outras palavras gregas usadas para ensinar sobre o humildade no Novo Testamento.
  • Baixeza de condições (capacidades) e coração (atitude de si) - #5013. Os seus usos pelo Novo Testamento:
Mat. 18:4, "humilde"; 23:8-12, "humilhado" Aprendemos que as regras do reino de Deus é diferente das regras do mundo (I João 2:16) ;
Luc. 3:5, "se aplanarão". Deus pode abaixar o que se exalta (Daniel 4:37);
Luc. 14:11, "humilhado"; 18:14, "humilhado". Aprendemos que o regimento no reino de Deus é diferente do que o do mundo, I João 2:16;
II Cor. 11:7, "humilhando-me a mim mesmo". Aprendemos que trabalhar sem salário é humilhante. A igreja tem obrigação de fazer o que é digno, até em dobro, para com aquele chamado que trabalha entre ela (I Tim 5:17). O servo de Deus é pronto para humilhar-se (trabalhar sem receber), mas a posição dos que são ensinados por ele, não devem permitir que isso aconteça (Gal. 6:6);
II Cor. 12:21, "me humilhe". O fruto da obra é o gozo e a coroa do obreiro (Fil. 4:1). O obreiro se entristeça por não ter o fruto esperado;
Em Filipenses 2:8 a Bíblia diz que Jesus "humilhou-Se". Em Atos 8:33 Lucas cita o profeta Isaías 53:8 onde diz que Jesus foi tirado da terra. Isto é, Jesus foi morto pelos homens maus. Jesus se humilhou como nenhum outro ser no universo. Ele, como o Jeová Todo-Poderoso, se cansou, João 4:6; Jesus sendo o Onipotente Deus não sabia o dia de sua volta aqui na terra, Marcos 13:32; Jesus Cristo sendo o Onipresente Deus, João 3:13 não estava presente na morte de Lázaro; o Divino conheceu fome, sede, choro e morte. Se o supremo Jesus, sendo o próprio Deus Divino se fez pecado por nós, então nós devemos agüentar resignadamente as fraquezas dos irmãos (Efés 4:32)!;
Fil. 4:12, "abatido". Paulo sofreu em sua carne a mais amarga experiência do abatimento. Ele foi desprezado, Atos 14; tinha um espinho na carne, II Cor. 12:7-9; foi escandalizado, II Cor. 11:29; conheceu fome, Atos 20:34.
Tiago 4:10, "Humilhai-vos". É difícil nos humilhar, nos arrepender e ter vergonha do erro, mas essa atitude funciona; I Pedro 5:6, "Humilhai-vos".
  • Baixeza em posição (baixa estimação diante dos outros) ou em sentimento (meigo) ! #5014, Strong?s. Os seus usos pelo Novo Testamento:
Lucas 1:48, "na baixeza"; Atos 8:33, "humilhação" ; Fil. 3:21, "corpo abatido". Não devemos gloriar nos muito neste corpo. O pecado reside nele, Romanos 7:18,23; Tiago 1:10, "abatimento". É uma vergonha viver uma mentira e colocar prioridades no que é temporal, por isso, é uma glória para um rico em bens materiais ser feito fraco.
Depois de estudar estas palavras hebraicas e gregas que são traduzidas em humildade e as suas variadas formas, entendemos que !humildade? trata-se de uma forma ou outra de rebaixar. Esse rebaixamento pode ser forçado (como por exemplo, ser vencido por alguém ou algo mais forte; ser pobre por natureza ou por falta de capacidade), ou pode ser rebaixamento voluntário (como por exemplo, piedade, modéstia ou assumir uma atitude de humildade). Essa condição é louvável na medida que o humilde procura o trono da graça para aprender de Cristo. A modéstia não faz da timidez uma virtude, mas reconhece os talentos que Deus tem dado e procura usá-los para a glória de Deus. Essa boa condição também procura reconhecer as qualidades que Deus tem dado aos outros. Somos avisados também que não é a humildade que nos faz ser aceitos diante de Deus, mas o fato de estarmos em Cristo. Estando em Cristo, teremos as qualidades necessárias que provêm Dele, incluindo a humildade. A humildade não é fruto de filosofias do homem, mas o fruto da obra do Espírito 
Santo trazendo-nos a participar em Cristo. Está em Cristo?

A Importância de Humildade

Quando somos humilde tornamo-nos como Cristo Mateus. 11:29 registrou a revelação da humildade e mansidão de Cristo nas seguintes palavras: "... sou manso e humilde de coração". Também em outras partes do Novo Testamento encontramos o registro de que Jesus era manso, submisso e humilde. Mateus. 21:5; Lucas 22:27, "Eu, porém, entre vós sou como aquele que serve."; "todavia não se faça a minha vontade mas a Tua.", Lucas 22:42; "...esvaziou-se a Si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante na forma de homem;" Filipenses 2:7. Cristo, como temos estudado, mesmo sendo o Onipotente, se cansou, João 4:6; mesmo sendo o Onisciente, não sabia o dia da volta do Seu Pai, Mateus. 24:36; mesmo sendo o Onipresente, não estava presente na morte de Lázaro, João 11:15; mesmo sendo o Divino, conheceu fome, Mateus. 4:2; sede, João 19:28. Jesus chorou, João 11:35 e, Jesus, o Todo-Poderoso Deus, experimentou a morte, João 19:30. Sabendo o que Jesus, sendo o eterno Deus se fez pecado por nós, nós também devemos suportar as fraquezas dos nosso queridos irmãos, Efésios. 4:32! Devemos imitar a humildade de Cristo em nosso ministério. O apóstolo Paulo disse em II Tim 2:24: "E ao servo do Senhor não convém contender, mas sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor;"
Quando somos humildes tornarmo-nos como os santo homens de Deus. Em Gên. 39:19-23, José achou "graça aos olhos do carcereiro-mor" pois o Senhor "estendeu sobre ele a Sua benignidade"; Moisés, Núm. 12:3, "era o homem Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra."; Ester 4:16 humildemente disse: "... se perecer, pereci". Jó, o homem que deu o grande exemplo de paciência e sofrimento, falou: "me abomino e me arrependo no pó e na cinza.", Jó 42:6. O grande rei e profeta Davi disse: "SENHOR, Tu me sondaste, e me conheces", Sal. 139:1. Eis as estupendas palavras do profeta Isaias: "...Ai de mim! Pois estou perdido; porque eu sou um homem de lábios impuros...", Isaías 6:5. Em Jeremias 1:6 lemos: "...ainda sou menino.". Foi dito do grande homem de Deus, Daniel, que superou pela fé vários obstáculos que ele tinha "espírito excelente"; Daniel 5:12; 6:3.
Paulo, o apóstolo dos gentios humildemente disse em sua primeira carta aos Coríntios: "...quando fui ter convosco, ... não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria"; I Cor. 2:1. Em Gálatas 6:14 ele confessou: "...o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo". Ainda este mesmo Paulo falou aos Efésios o seguinte: "A mim, o mínimo de todos os santos", Efésios. 3:8. O apóstolo Pedro, dando testemunho das santa mulheres do Antigo Testamento, disse: "...um espírito manso e quieto ... assim se adornavam as santas mulheres que esperavam em Deus", I Pedro 3:4-6. Compreendendo que somos "rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta", Hebreus 12:1.
Quando sabemos da importância da humildade, livramo-nos daquelas tristezas que vêm por não conhecer as obras de Deus. Ignorância é tolice. A Bíblia diz claramente que: "...não é bom ficar a alma sem conhecimento", Provérbios. 19:2. O próprio Senhor Jesus disse: "Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus", Mateus 22:29. Tolice é resmungar por aquilo que é para nosso bem e para a glória do nosso Senhor Jesus ("Como fala qualquer doida, falas tu; receberemos o bem de Deus, e não receberemos o mal?", Jó 2:10). Em Romanos 8:28 está escrito: "...todas as coisas contribuem juntamente para o bem..." Ainda em Romanos 11:36: "...para Ele são todas as coisas, glória, pois, a Ele eternamente...". Às vezes para nossa humilhação é necessário um "espinho na carne" (II Cor. 12:7-9), ou outras quaisquer aflições. Sabendo que Deus é sábio em seus planos e que Ele controla todas as coisas, então podemos nos regozijar nas tribulações (Tiago 1:2-4) ao invés de lamentar!
Quando nos tornamos humildes livramo-nos do maldito orgulho e as desastrosas conseqüências que a falta dela traz para alma. Sabemos que as conseqüências do pecado são muitas. Essas conseqüências podem ser vergonha pública, conforme podemos ver em Lucas. 14:7-14; doenças graves, II Crônicas. 26:16-21; "grande ira", II Crônicas. 32:25,26; perda de responsabilidades, Daniel 5:20-30, ou outra espécie de contenda. Não há como ter as bênçãos de Deus pela falta de humildade, pois "da soberba só provém a contenda", Provérbios. 13:10. As graves conseqüências da carne são corrupção, Gal. 6:8, e nunca podem operar a justiça de Deus, pois em Tiago lemos: "Porque a ira do homem não opera justiça de Deus" (Tiago 1:20). Quando somos humildes, poupamo-nos de muita vergonha, II Cor. 10:5).
Quando não somos humildes gabamo-nos de supostas qualidades como Nabucodonosor, Daniel 4:30; enchemo-nos de soberba como Herodes, Atos 12:22,23; exaltamo-nos como os príncipes contra Daniel, em destruir ou tirar vidas humanas, Daniel 6:4-13, 24; caímos na tentação de nos exaltar, Mateus 23:9-12; e inchamo-nos com a ciência, I Cor. 8:1, "a ciência incha". Devemos entender que quando excitamos a nossa carne, "não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica. Porque onde há inveja e espírito falacioso aí há perturbação e toda a obra perversa." Tiago 3:13-18. Portanto há muito proveito e vantagens espirituais quando exercitamos a humildade.

Bibliografia


Bíblia Sagrada.
 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, São Paulo, 1994. 

Concordância Fiel do Novo Testamento. Vol. I e II, Editora Fiel, São José dos Campos, 1994 
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda, Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1a edição, sd. 
GILL, John, Commentary on the Whole Bible. Online Bible, Ver 7.05b, http://www.OnlineBible.org 05/98
PIETZSCHKE, Fritz, Novo Michaelis, Dicionário Ilustrado. 23o Edição, Edições Melhoramento, São Paulo, 1978. 
STRONG, JAMES LL.D., S.T.D. Abingon?s Strong?s Exhaustive Concordance of the Bible. Nashville, Abingdon, 1980.


Autor: Pastor Calvin Gardner
Correção gramatical e adaptação: Pastor Antonio Carlos Dias 12/01
Fonte: www.PalavraPrudente.com.br 

Jesus - A Simples Verdade


quinta-feira, 31 de maio de 2012



A Realidade da Ira de Deus


Erroll Hulse

O que, exatamente, devemos entender como a ira de Deus? É um atributo de Deus? E, se assim for, ela age fundamentada em quê? Como respostas a estas perguntas não há declaração mais definitiva do que a do apóstolo Paulo na sua introdução ao principal tema de sua epístola aos Romanos: “A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça” (Rm 1.18).
Resumidos nesta declaração estão os pontos salientes de nosso artigo. Esta ira é a ira de Deus. Revela-se do céu. Note o tempo presente “revela-se”. Os julgamentos de Deus na história testemunham a respeito de sua ira. Além disso, esta ira é dirigida contra os homens – especificamente, contra os homens ímpios e perversos; e, ainda mais especificamente, contra os homens que de- têm a verdade pela injustiça.
Mais adiante no contexto, o apóstolo explica que é possível escapar da ira de Deus, mediante a fé em Cristo, o único que tem propiciado essa ira (Rm 3.21-26). Com esta conclusão, exponho Romanos 1:18 da seguinte maneira.
1. A provocação da ira de Deus – “...contra toda impiedade e perversão dos homens...”

2. A natureza da ira de Deus – “A ira de Deus se revela do céu”. A ira procede do ser ou da pessoa de Deus; é sua contínua e imutável reação ao mal.

3. A ira de Deus manifestada – “A ira de Deus se revela” (continuamente).Apokaluptetai, “se revela”, é um verbo que está no presente contínuo. As manifestações do desagrado divino acontecem ao longo da História, e um estudo destas manifestações nos ajuda a compreender a realidade da ira de Deus.

4. A propiciação da ira de Deus – “A quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé” (Rm 3.25). Somente o sangue expiatório de Cristo propicia a ira de Deus, e a justiça de Cristo, atribuída a nós, assegura-nos proteção permanentemente contra essa ira.
1. A provocação da ira de Deus
“...contra toda impiedade e perversão dos homens...”

A impiedade é, na verdade, a ação de ser “antiDeus” e refere-se à inimizade e à perversidade, as quais abrem caminho para a injustiça (ilegalidade). A piedade age poderosamente como incentivo para a justiça de coração e de vida. Sua ausência deixa um vácuo que é facilmente preenchido pela injustiça. Onde não há temor a Deus, os desejos sensuais logo conduzem os homens a entregarem-se livremente a toda forma de perversão. A impiedade manifesta-se geralmente na forma de idolatria. No mundo pagão esta idolatria é expressa no serviço a ídolos e na escravidão a demônios associados a esses ídolos. Na sociedade ocidental, a idolatria manifesta-se na forma de mundanismo (servir ao mundo, ao invés de servir a Deus), ou seja, no satisfazer “a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida” (1 Jo 2.16).
Visto que a impiedade afeta o próprio ser e caráter de Deus, ela provoca sua ira. Paulo declara que a ira de Deus se revela continuamente contra toda impiedade e perversão dos homens “que detêm a verdade pela injustiça”. Isso implica que os homens conhecem a verdade. Eles são convencidos pela verdade mas a abafam, restringindo-a ou empurrando-a para trás. Isto é verdade em relação a todos aqueles que praticam a impiedade, mas é verdade especialmente em relação aos judeus a quem Paulo se refere em Romanos 2 e 3. Os judeus tinham orgulho do seu conhecimento da verdade (Rm 2.20) mas desprezaram-na de tal maneira que provocaram nosso Senhor a proferir palavras de feroz indignação: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque fechais o reino dos céus diante dos homens; pois vós não entrais, nem deixais entrar os que estão entrando!” (Mt 23.13)
Todo pecado tem sua origem na apostasia do homem para com Deus. O pecado, então, aumenta e se multiplica à medida que as restrições de Deus sobre os pecadores diminuem. Finalmente, todo pecado tem sua consumação no fogo da ira de Deus. Todos os atos de ira e indignação neste mundo são apenas um prelúdio do estado final de ira que será revelado no “dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus” (Rm 2.5).
O que ocorre não é que a ira cai sobre o pecado abstrato. A maioria das referências na Bíblia mostram explicitamente que a ira de Deus cai sobre os pecadores. “Aborreces a todos os que praticam a iniqüidade” (Sl 5.5). Há aproximadamente 26 passagens bíblicas declarando que Deus odeia pecados como divórcio, roubo, idolatria, etc. Destas, pelo menos 12 referem-se ao fato de que Deus odeia os próprios pecadores. Devemos observar também que toda expressão de ira na história deste mundo tem uma realidade escatológica (move-se em direção ao julga- mento final). Tudo está se movendo para aquele grande dia sobre o qual a Bíblia fala constantemente (Mt 25.31; Rm 2.5, 5.9; Ef 5.6; Hb 9.27; Ap 20.11). Naquele dia, tudo será revelado, e o lago de fogo se tornará um monumento permanente à justiça de Deus.
Uma tremenda expressão de ódio para com Deus – ódio que tem como resultado a ira de Deus – é revelado em Apocalipse 20.8,9. Todos os exércitos e poderes do Anticristo se organizam contra o acampamento do povo de Deus. Os poderes da impiedade unidos avançam para atacar a noiva de Cristo. Ao examinarmos a batalha, vemos que, enquanto gloriosa santidade caracteriza a Divindade, ódio e feiúra são as marcas do inimigo. A ira de Deus se manifesta contra a impiedade – aquilo que guerreia contra Ele.
2. A natureza da ira de Deus
“A ira de Deus se revela do céu.”

O castigo humano difere do castigo divino por sua natureza variável e inexata. Ao lidarmos com crime e castigo, pensamos geralmente em termos de reforma dos culpados e de proteção dos inocentes. A idéia de retribuição não é popular. No julgamento final, a ira divina será expressa somente em termos de retribuição. O inferno não será uma penitenciária, isto é, um lugar para correção. Dureza incorrigível caracterizará os ímpios. O castigo naquele dia será retribuição justa.
Os magistrados são autorizados por Deus a punir (Rm 13.1-4), mas, em última instância, a retribuição, de acordo com a Bíblia, é função somente da Divindade. “A mim pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor” (Rm 12.19; Hb 10.30). O papel da consciência é importante. Não há arrependimento no inferno (Ap 16.11); e a ira de Deus, na forma de castigo sem fim, será apoiada pela consciência humana que prestará testemunho e a aprovará na sentença condenadora.
A realidade da ira de Deus levanta a questão de impassibilidade: encontramos em nossas declarações de fé a afirmação de que “Deus não tem partes ou paixões corporais”. Isto estabelece uma verdade importante designada a evitar qualquer idéia de que Deus seja instável ou sujeito às disposições ou distúrbios que nós mortais conhecemos. No entanto, seria desastroso concluir, por isso, que Deus é uma máquina sem sentimentos. Ele é eternamente santo e é perfeito no seu amor triúno. Vemos seus sentimentos expressos em Cristo, mas não é possível sabermos, de maneira prática, como Deus sente. Se a declaração “Deus é amor” tem algum significado, então, concluímos que Deus sente emoções à sua própria maneira infinita e imutável. Em nossa própria experiência, sentimos o amor de Deus de forma tangível, à medida que esse amor é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado (Rm 5.5). A língua bíblica principal é o hebraico. A palavra aphdenota raiva, estremecimento, (210 vezes); e chemah significa calor, ira, fúria (115 vezes). Vistas nos seus contextos, estas palavras demonstram claramente a mensagem de que Deus tem sentimentos fortíssimos em relação à maldade. O assunto obviamente precisa de exposição separada, na qual o maior cuidado é necessário para resguardar nosso ponto de vista da imutabilidade de Deus, e o nosso entendimento dEle como um Deus (sempre santo em Si mesmo) que é amor e ira.
Sobre o assunto de ira e amor, Shedd comenta: “Estas duas emoções são reais e essenciais em Deus: uma é despertada pela justiça e a outra pelo pecado. A existência de uma necessita da existência da outra; as- sim, se não houver amor pela justiça, não haverá ódio pelo pecado; e, reciprocamente, se não houver ódio pelo pecado, não haverá justiça. A coexistência necessária destes senti- mentos é continuamente ensinada na Bíblia: ‘Vós que amais o Senhor, detestai o mal’ (Sl 97.10)”.
A perfeita compatibilidade entre a ira e o amor é vista na prova substitutiva de Cristo. Somente Ele poderia cumprir os requisitos da justiça. As ofertas queimadas de Levítico 1.1-9 eram completamente consumidas pelo fogo. Produziam um “aroma agradável ao Senhor”. O “agradável” é uma referência à total satisfação de justiça e não significa, nem por um momento, que Deus teve prazer nos sofrimentos de Cristo. Ele repugnava isto (lembremos a prova de Abraão, ao ser chamado para sacrificar Isaque) com perfeita repugnância, mas teve prazer na vindicação da justiça e no cumprimento da justiça representada na vitória de seu Filho. “A dor do Cordeiro em corpo e alma era tão imensa, que somente os poderes de uma pessoa divina poderiam suportá-la.”2 “Como sua alma fervia debaixo do fogo da ira, e seu sangue vazava através de todos os poros, por causa do extremo calor da chama.”
Por causa destes interesses essenciais pela justiça, a ira de Deus veio sobre o Cordeiro, e podemos apenas concluir que essa ira é uma terrível realidade.
3. A ira de Deus manifestada
“A ira de Deus se revela (continuamente)...”

Enquanto escrevo sobre essa ira, a mídia está trabalhando para expor ao mundo atrocidades que ocorrem em várias partes do mundo. A opinião mundial tem sido despertada rapidamente, exigindo que tome-se uma posição contra o grande número de mortes. A Bíblia fala clara- mente sobre acontecimentos desse tipo e sobre calamidades como guerras, fomes, enchentes, furacões e vulcões. A Bíblia avisa claramente sobre os fatos do julgamento de Deus na História.
A queda de Adão e Eva. A primeira manifestação da ira de Deus é aquilo que veio como inexorável cumprimento de suas palavras: “No dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.17). Os primeiros pecadores receberam sobre si mesmos uma maldição; a mulher foi amaldiçoada na principal órbita de sua vida e, de maneira semelhante, o homem. A terra também foi amaldiçoada. Todos os descendentes de Adão e Eva, por causa da Queda, são nascidos “na iniqüidade” (Sl 51.5). Toda pessoa que nasce neste mundo é culpada do pecado de Adão, ou seja, falta-lhe aquela justiça na qual Adão foi criado, e a pessoa é corrupta por natureza (Rm 5.12-21). Isto significa que toda pessoa nasce neste mundo como pecador e, conseqüentemente, a culpa clama por ira, devido aos pecados que ela comete cada vez mais. A demora na aplicação do castigo, expresso em Gênesis 2.17, é vista de várias maneiras. Adão não morreu fisicamente de imediato. O castigo de Caim pelo assassinato de Abel foi adiado, apesar de ser evidente que ele era um homem perverso. “A civilização caimita, descrita em Gênesis 4.16-24, foi ricamente abençoada com os benefícios da graça comum e se excedeu nos avanços tecnológicos e culturais. Ao mesmo tempo, essa civilização era protótipo de humanismo e impiedade.”
O dilúvio nos dias de Noé. A decadência da humanidade, como conseqüência da Queda tem seu próprio comentário na observação feita por Jeová, ao reclamar que a inclinação do pensamento do coração do homem era somente maldade em todo o tempo! O pecado sempre traz consigo a reação da ira. O Senhor declarou: “Farei desaparecer da face da terra o homem que criei” (Gn 6.7). Os males da indiferença e do pecado caracterizaram a geração de Noé. A busca de atividades legais – comer, beber, construir, casar – se for seguida sem motivos teocêntricos provoca a ira de Deus. O aumento da criminalidade também foi um precursor do dilúvio. A terra estava cor- rompida à vista de Deus e cheia de violência; então, Deus disse a Noé: “Resolvi dar cabo de toda carne” (Gn 6.11-13). Referindo-se ao pecado de mundocentrismo nos dias de Noé, nosso Senhor declarou claramente que um estado semelhante de mundanismo precederá sua segunda vinda (Lc 17.26).
Sodoma e Gomorra. De acordo com Calvino, o caso de Sodoma foi trazido à atenção de Abraão, a fim de ensiná-lo que os sodomitas mereciam, com justiça, a sua destruição. “Ao dizer que ‘o clamor tem se multiplicado’, Deus indica quão doloroso são os pecados dos ímpios porque, apesar de prometerem impunidade para si mesmos, escondendo suas maldades, os seus pecados soarão nos ouvidos de Deus”.
O horroroso mal que veio a ser chamado de “sodomia” foi revelado inteiramente na noite anterior ao dia em que Ló foi removido da cidade, quando “os homens daquela cidade cercaram a casa... assim os moços como os velhos” e exigiram abusar dos dois anjos (Gn 19.4). Romanos 1 mostra que este pecado em particular é um sinal de perversão, um sinal de que Deus tem entregado os homens à destruição. Paulo diz que é impossível para um homossexual herdar o reino de Deus, mas algumas pessoas em Corinto se arrependeram deste pecado e encontraram a salvação (1 Co 6.9-11).
O caso de Sodoma nos ensina que os pecados que destroem a instituição da família e que tornam intolerável a vida de crianças exigem a ira de Deus. O alarmante abuso sexual de crianças, em nossos dias, certamente provoca a ira de Deus. O pecado dos amorreus se tornou insuportável, quando chegou ao seu auge, na época quando essa nação foi destruída por Israel. A invasão foi um ato de guerra mas também de justiça (Gn 15.16; 1 Rs 21.26; 2 Rs 21.11).
A maneira pela qual as cidades da planície foram destruídas não é insignificante. Seus crimes exigiam um ato de indignação que foi manifestado por fogo do céu, não um fogo de aniquilação, e sim um fogo de tormento sem fim; este fato é apoiado por Judas 7: “Sodoma, e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregado à prostituição como aqueles, seguindo após outra carne, são postas para exemplo do fogo eterno, sofrendo punição”.
A ira caindo sobre os indivíduos. A ira de Deus é contínua na sua manifestação e universal na sua aplicação. Deus é um juiz justo, que manifesta sua ira todo o dia. Esta ira pode ser percebida na vida de pessoas como Acabe e Jezabel, no Antigo Testamento; e de Ananias e Safira, no Novo Testamento; e, mais tarde, na vida do Rei Herodes, que foi morto quando recebeu adoração que deveria ser prestada somente a Deus; e, na era moderna, na morte de ditadores como Hitler e os Ceaucescus.
Nações e impérios. As nações e os impérios mundiais também são pesados na balança divina. Grandes trechos das mensagens proféticas são dedicados a este tema (Is 13-15; Jr 46-50; Ez 25-32 e Am 1-2). A obrigação de Naum era mostrar que a hora da ira de Deus havia chegado para Nínive, porque ela “vendia os povos com a sua prostituição e as gentes, com as suas feitiçarias” (Na 3.4). Por essas razões, “a sua cólera se derrama como fogo” (Na 1.6). Daniel 2 descreve o julgamento de Deus sobre quatro impérios orgulhosos que se sucederam, e todos foram totalmente destruídos.
As setes taças da cólera de Deus. As taças de ouro de Apocalipse 16 são taças de ira. Alguns dos horrores dos julgamentos descritos de maneira simbólica no Apocalipse já estão, até certo ponto, presentes conosco. Seca, fome e poluição são terríveis realidades. Sempre pergunta-se porque Deus permite os terríveis desastres de guerras civis (no Sudão, durante 25 anos; em Moçambique, durante 16 anos; o conflito recente entre o Iraque e o Irã, etc.); fomes (como na Etiópia, no Sudão e na Somália); holocaustos (na Alemanha Nazista, na Rússia e, mais recentemente, no Camboja). Isaías 24.5-6a nos diz: “Na verdade, a terra está contaminada por causa dos seus mora- dores, porquanto transgridem as leis, violam estatutos, e quebram a aliança eterna. Por isso, a maldição consome a terra, e os que habitam nela se tornam culpados”.
A ira de Deus revelada contra seu povo eleito. O privilégio traz consigo a responsabilidade. A aliança de Deus resumida em Deuteronômio coloca bastante ênfase na importância da fidelidade. A fidelidade seria recompensada com abundante prosperidade. Para o povo de Deus, a regra seria “emprestarás a muitas gentes, porém tu não tomarás emprestado” (Dt 28.12). Por outro lado, a desobediência, especialmente se fosse no caso de servir a ídolos imprestáveis, provocaria o ciúme do Senhor e acenderia o fogo da sua ira (Dt 32.21-24).
Talvez a alegoria da infiel Jerusalém, registrada em Ezequiel 16, forneça a mais marcante lição de ira. Esta foi provocada pela promiscuidade e prostituição de Israel. Tendo sido removida do campo onde havia sido lançada na sua infância, e onde revolvia-se no sangue sem ter sido cortado o seu cordão umbilical, Jerusalém foi embelecida pelo seu Salvador e amante. Mas ela tinha dormido com seus vizinhos lascivos de todos os lados. Por isso, Ele diz: “Te farei vítima de furor e de ciúme” (Ez 16.38).
O paralelo no Novo Testamento encontra-se em Hebreus 6 e 10. A justiça de Deus é proporcional à responsabilidade humana. Aqueles que fazem profissão de fé, tornam-se membros da igreja, recebem a luz, o ensino e os benefícios do evangelho e depois rejeitam esses privilégios serão devidamente punidos: “De quanto mais severo castigo julgais vós será considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado, e ultrajou o Espírito da graça? Ora nós conhecemos aquele que disse: A mim pertence a vingança; eu retribuirei’. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo. Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10.29-31).
4. A propiciação da ira de Deus
“A quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé” (Rm 3.25).

Nada é tão inescrutável ou tão maravilhosamente eficaz como o sacrifício vicário de Cristo, realizado de uma vez por todas, para propiciar a ira de Deus. Tão terrível foi essa ira que até mesmo Cristo, que conhecia todas as coisas, quando estava para tomar o cálice da ira, disse: “A minha alma está profundamente triste até à morte” (Mc 14.34).
Na sua exposição de Isaías 53. 10: “Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar”, Manton disse: “Então, aprenda: (a) a total impiedade do pecado, custou a Cristo uma vida de sofrimento, – uma dolorosa, vergonhosa, amaldiçoada morte e uma incrível com- preensão da ira de Deus, a fim de reconciliar pecadores; (b) O temor da ira de Deus fez com que Cristo morresse; (c) a extensão das nossas obrigações para com Cristo fez com que Ele condescendesse em suportar a ira de Deus; (d) devemos estar prontos a sofrer qualquer coisa por Cristo. Visto que Ele suportou a raiva e a ira de Deus por nossa causa, não suportaremos a raiva e a ira dos homens por causa de Cristo?”
Propiciar (do latim propitiare) significa apaziguar, tornar favorável ou conciliar. Envolve o elemento pessoal. Uma pessoa ofendida é conciliada. Deus é propiciado no sentido em que sua ira é removida.
A dádiva de Cristo como nossa propiciação é a mais completa expressão do amor de Deus. “Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que Ele nos amou e enviou o seu filho como propiciação pelos nossos pecados“ (1Jo 4.10). Aqui está o amor eficaz, um amor determinado a salvar, um amor que foi tão longe, a ponto de transferir a ira dos que a mereciam para Aquele que nos amou de tal maneira que somente Ele estava preparado a suportá-la. Com base na mesma propiciação, toda a graça comum e benevolente é manifestada; a ira, contida e o julgamento, adiado. “Todos os favores que até os ímpios recebem neste mundo”, diz John Murray, “estão relacionados de alguma forma à expiação, e pode-se dizer que têm sua origem nela”.7
Conclusão
A realidade da ira de Deus como um atributo, uma parte essencial e intrínseca do seu Ser, deve agir como defesa contra o ensino falso e idéias sem fundamento no sentido de que não há inferno. A ira de Deus vista nos atos históricos de julgamento deve servir também para nos fortalecer contra as influências do liberalismo ético. A verdade de que a ira de Deus permanece sobre os homens deve induzir-nos a compartilhar o evangelho com eles. É notável que uma recessão no fervor missionário pode ser atribuída à mudança de atitude nos pregadores em afastarem-se da ênfase sobre esse tema que caracterizava nossos antepassados evangélicos. A propiciação realizada pela cruz de Cristo é, em si mesma, um testemunho sobre a realidade da ira divina. Essa ira, e a propiciação que a silencia, deve impelir-nos, com todos os recursos disponíveis, à evangelização do mundo.


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Fonte Editora Fiel

Jesus - A Simples Verdade








terça-feira, 1 de maio de 2012

O Poder de Deus



 Robert Cobb
“Respondeu-lhes Jesus: Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus”. (Mateus 22.29)

A mente do homem natural não conhece o poder de Deus, pois .a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus. (1 Co 15.50). .Os que estão na carne não podem agradar a Deus. (Rm 8.8) e, nesse estado, jamais O encontrar ão. Jesus falou a Nicodemos que ele precisava nascer de novo, antes de entrar no reino de Deus. Grande parte da pregação contemporânea procede de mentes voltadas para a carne. Os homens apresentam suas interpretações daquilo que eles pensam ser o .Santo dos Santos., quando nem mesmo ainda entraram lá (Hb 10.19). Deus é espírito e seus adoradores têm de adorá-Lo .em espírito e em verdade. (Jo 4.24).

Que Tipo de Poder?

Em que tipo de poder estamos interessados? O que nos causaria mais impressão: um milagre ou palavras que fortalecem nossa fé? Estamos mais inclinados a vir à igreja, quando sabemos que um milagre será realizado ali ou quando o evangelho será pregado? Deus determinou que o homem seja salvo .pela loucura da pregação. (1 Co 1.21). Não pretendemos depreciar os milagres, mas o contemplá-los não fortalece a minha fé em uma realidade invisível. Todavia, as palavras podem fazer isso, em particular as palavras das Escrituras! As próprias palavras que o Espírito Santo ensina são capazes de nutrir nossa fé. Quando a palavra de Deus é mesclada com a fé, os homens recebem poder para vencer as decepções deste mundo. Na verdade, os homens precisam chegar ao ponto de receber o amor à verdade, para que sejam salvos.
Existem aqueles que estão mais interessados em manifestações físicas. Insisto que tais pessoas pensem no fato de que a antiga aliança era uma aliança relacionada ao aspecto físico do homem. Nela, Deus afirmava: .Cumpre estes mandamentos, e Eu salvarei a ti, tua casa, tua fazenda, tua família, teu gado. Tudo que você precisa fazer é guardar esses poucos mandamentos.. O único problema era que o homem não podia obedecê-los. Os mandamentos foram escritos para percebermos o quanto, por natureza, temos caído. Conforme está escrito: .Sabemos que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca, e todo mundo seja culpável perante Deus. (Rm 3.19). Deus é santo, assim também o são os seus mandamentos. Em todo o tempo, Ele sabia que somos incapazes de guardá-los. Contudo, nós não imaginávamos que não poderíamos cumpri-los. Por isso, Deus outorgou aos homens uma oportunidade para estabelecerem sua própria justiça, ao guardarem a lei (Rm 10.3). Se fôssemos capazes de guardar os dez mandamentos, viveríamos (cf. Lv 18.5). Mas .todos pecaram e carecem da glória de Deus. (Rm 3.23). Se encararmos a lei, face a face, veremos nossa grande necessidade do Salvador! Esta foi a razão porque Deus nos entregou a lei. No próprio ato de dar a lei, Ele estava .em Cristo reconciliando consigo o mundo. (2 Co 5.19).

A Natureza Deste Poder

Agora, na época da nova alian ça, o poder de Deus se mostra operante em libertar do pecado o homem. O poder de Deus abre o entendimento do homem, para que este receba o evangelho. Ora, como eles ouvirão se ninguém lhes pregar o evangelho? E como alguém lhes falará de Cristo, se Deus não o enviar a pregar? Por isso, as Escrituras afirmam: .Que formosos são sobre os montes os pés do que anuncia as boas-novas, que faz ouvir a paz, que anuncia coisas boas, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: O teu Deus reina!. (Is 52.7).

Vivemos em uma época de impiedades! Estamos em um tempo quando a igreja, em sua maioria, segue outros deuses e prega outro evangelho, que realmente não corresponde às boas-novas das Escrituras. Os líderes de muitas .denominações cristãs. estão mais interessados em estabelecer grandes igrejas, ao invés de se preocuparem em fortalecer a fé exercida pelos crentes. Afirmo isto a respeito deles, mas não se limita à igreja cristã organizada. Existem, literalmente, milhares de pessoas que declaram crer em Jesus, como Filho de Deus, e, apesar disso, não vêem qualquer necessidade de separarem se deste mundo vil e pecaminoso. Elas mantêm para com o mundo o mesmo relacionamento que tinham antes de se converterem. Assistem os mesmos filmes repletos de pecado, vão aos mesmos lugares impróprios e ouvem as mesmas músicas carnais. Se não lhe tivessem dito que eles .se converteram ., você jamais o saberia. Isto, amado, não deve ser assim! Cristo morreu e ressuscitou a fim de que tenhamos poder para abandonar o mundo e nos separarmos dele. Deus está se preparando para destruir este mundo através do fogo, e nós, que sabemos deste fato, estamos no processo de separarmo-nos do mundo. Isto não significa que já atingimos a perfeita santidade em nossos corpos pecaminosos, mas que nossas afeições mudaram em direção a Deus. Não queremos mais fazer as coisas que antes nos separavam de Deus. Todo o nosso coração foi transformado.

O Poder do Evangelho

A mensagem do evangelho é boas-novas para todos os que crê- em nele. Conta-nos que Deus nos amou de tal maneira que enviou seu próprio Filho para morrer em nosso lugar. Isto é o que significa verdadeiro amor! O mundo fala muito sobre o amor, mas não conhece o seu verdadeiro significado, porque este é um fato que não pode ser compreendido pelos que estão na carne. Deus preparou o caminho por meio do qual poderia remover os nossos pecados, visto que sabia não sermos capazes de fazê-lo por nós mesmos. Ele nos deu a lei a fim de convencer-nos desse fato. E, em Cristo, revelou seu propósito de trazer muitos filhos à glória. Quão grande é o nosso Deus! Reconhecendo que esta mensagem é tão especial, por que todos não a anunciam? À princípio, isso parece estranho, mas consideremos por um momento o que está envolvido em crer no evangelho.

O evangelho convida os homens a abandonarem a vida na carne e a viverem no Espírito. Exige que eles desprezem as concupiscências da carne, dos olhos e a soberba da vida (1 Jo 2.16). Eles precisam considerar a si mesmos mortos para o pecado, a fim de viverem para Deus. Têm de carregar a sua cruz, cada dia, e seguir a Cristo, aonde quer que Ele os conduza. É necessário que recebam o amor à verdade, para que sejam salvos da falsa doutrina, que, como água, parece cobrir toda a terra nestes últimos dias.

O evangelho apresenta mais exigências ao homem do que a lei o fazia; portanto, qual a diferença entre o evangelho e a lei? O evangelho traz ao homem o poder e o entendimento exigidos para vencer as aflições presentes. Deus convida os homens a abandonarem este mundo perverso, a fim de serem salvos da ira vindoura. Podemos ter confiança de que fomos aceitos em Cristo, porque Deus nos mostra o que fazer para obtermos esta confiança. A principal obra é crer naquilo que Deus fala acerca de seu Filho. Todas as outras coisas fluem de nossa fé em Cristo Jesus. Com fé, podemos agradar a Deus, mas sem esta não existe possibilidade de satisfazê-Lo (cf. Hb 11.6).

Qual deve ser nossa resposta a essas verdades? .Arrependei vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo . (At 2.38). Este é o selo da nova aliança! Deus prometeu dar nos seu Espírito! Ele habitará em nós e terá comunhão conosco.

Considerar esta verdade necessariamente não produzirá uma .grande igreja. na terra. Entretanto, quando Deus enviar Jesus de volta à terra, Ele reunirá seu povo redimido, da terra. Eles serão um povo especial, zeloso de boas obras!

Algumas Passagens Bíblicas Relacionadas

Conforme já dissemos, o poder de Deus, no presente, manifesta se primariamente em trazer os homens à salvação. Pondere os seguintes versículos: .Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego. (Rm 1.16); .Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus. (1 Co 1.18); .Nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios; mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus. (1 Co 1.23- 24); .A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus. (1 Co 2.4-5).
Fonte Editora Fiel