Jesus - a Simples Verdade

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Passado


               Passado
Jesus - A Simples Verdade
Sempre lembramos de coisas boas que marcaram nossas vidas, coisas estas que jamais voltam e que vez ou outra a mente nos trás a tona. Elas se encontram lá a trás numa  amizade  de infância, adolescência, juventude etc... um fato uma história pessoal ou mundial que deixaram cicatrizes imensas de boas lembranças em nosso coração. Estas coisas fazem parte do passado de cada um de nós sendo elas tristes ou alegres nos trazem lições importantes para nossa vida.  Na minha mente está gravada aquela tarde de sol de domingo 17/07/1983 às 16h. O céu estava azul e nuvens espaças passando com o mover dos ventos os açaizeiros eram balançados e a tarde calorenta era refrigerada por este amigo oportuno o vento. Em casa sentados na sala eu meu pai e minha mãe atraídos como todo brasileiro da época pela programação fraca, mas que trazia entretenimento aparente para nós. De repente fomos atraídos por uma voz que dizia: os crentes estão aqui, e querem falar com senhor papai! Eu e minha mãe pegamos o banquinho e saímos de mansinho deixando para trás o meu pai. Já no corredor pensei: estou sendo mal educado, vou abrir a porta para os crentes! E ao abrir a porta de casa abri também a porta do meu coração para o ilustre visitante Jesus que não somente entrou mas limpou todo o meu ser e deixou comigo alguém muito especial o Espírito Santo. O meu coração ficou como aquela tarde de sol banhada também pala água da palavra de Deus que purificaria o meu coração do pecado. Lembrar de como tudo começou em minha vida me dá alegria e paz fui perdoado de todo o meu pecado, nascia para Deus e tinha como manjedoura a cruz, ela e a forma para o meu crescimento e amadurecimento espiritual não posso deixá-la ela é tudo que de mais precioso tenho nesta vida pela fé no Senhor. O meu passado, o meu presente e futuro está nela, ela em sua simplicidade me conduz para a vida e vida Eterna. Ó que linda tarde de sol cujo sol da justiça iluminou minha alma. Isto é ter passado é ter uma história para contar e de muitas prefiro relatar esta que mudou completamente o meu ser. Hoje sou feliz com Jesus não quero descer da Cruz ela é minha garantia de que estou crucificado para o mundo. Assim como eu você tem a sua história busque no arquivo de sua vida e você vera que tem uma linda história para contar e que faz parte de seu passado. Não deixe isto morrer com você conte para que alguém possa ler e ser edificado. As vezes estamos ao lado de alguém que nada sabemos elas se vão, nada temos a falar  porque não a conhecemos de verdade. Jesus faz parte de nossa História; no meu passado, presente e futuro não posso viver sem Ele. É assim que a vida prossegue na jornada da cruz e quem de nós deseja ser feliz viva o calvário e dele de testemunho na simplicidade de tua vida oculta em Deus. Não importam as opiniões mundanas elas pereceram por mais que tenham formas de inovadoras elas são projetos antigos sem vigor para dar alegria celestial. Olhemos para o passado Jesus, vivamos presente Jesus, na esperança do futuro Jesus.
Pr.Haroldo Azevedo
IEAD-  Lauro Sodré II
Jesus - A Simples Verdade

sábado, 22 de dezembro de 2012

Consolai-vos com Estas Palavras

Estudo Textual: 1 Tessalonicenses 4:13 - 5:11


Acerca dos que "dormem" (4:13-18). 
A morte é um assunto que assusta quase todos. Mas a Bíblia afirma que Cristo veio para destruir "aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo" e livrar "todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida" (Hebreus 2:14-15). A palavra do Senhor foi revelada para que pessoas não fossem desconhecedoras dos planos de Deus (4:13; veja 1 Coríntios 12:1). Os irmãos tessalonicenses conheceram e aceitaram a palavra, e não faria sentido eles encararem a morte com o desespero daqueles que não conhecem a Deus (veja 4:5). Por isso, Paulo, assim como fazia Jesus, trata os mortos como "os que dormem" (4:13-15; veja Marcos 5:39; João 11:11-14). Essa descrição é bastante consoladora, pois realça que a morte é um estado temporário. Assim como quem dorme acordará, também quem está morto ressuscitará (veja João 5:24-29; 1 Coríntios 15:21-22). A morte e a ressurreição de Jesus são a garantia disso (4:14). Posto que no último dia todos serão ressuscitados, Paulo fala aqui apenas dos "mortos em Cristo", ou seja, daqueles que morrem obedientes a Jesus (4:16). O verdadeiro consolo é que a morte física dos fiéis não tira deles o galardão. De fato, quando Cristo voltar, eles ressuscitarão primeiro e virão em sua companhia para buscar os fiéis que ainda vivem (4:14-18).

"Vigiemos e sejamos sóbrios" (5:1-11). Muitos perdem seu tempo "estudando" os "sinais dos tempos" para determinar exatamente quando o Senhor voltará. Estes trabalhos são geralmente espetaculares e assustadores para quem não conhece a Bíblia. Porém, a palavra de Deus deixa claro que o Senhor virá "como ladrão de noite", quando as pessoas menos esperam (5:1-3; veja Mateus 24:42-44). Assim como o ladrão não avisa quando vai chegar, é certo que também não haverá avisos sobre quando Cristo voltará.
Portanto, Paulo aconselha os irmãos a viverem sempre preparados como "filhos da luz e filhos do dia" (5:4-7; veja João 12:35-36). Quem obedece a palavra anda na luz, como Cristo andou (veja 1 João 1:5-7), sempre vigilante e sóbrio (5:6-8). A vida do cristão é uma vida de passos deliberados e não apenas uma vida à deriva. O cristão, pelo estudo honesto da palavra de Deus, vai se revestir de fé, amor e esperança, a fim de "alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo" (5:8-9). Assim, quem anda na luz terá a esperança de estar com Jesus seja na vida, seja na morte (5:10-11).
Perguntas para mais estudo:
  • Por que Paulo disse que os mortos "dormem"? (4:13-16). Como temos certeza que eles "acordarão"? (4:14,16).
  • De acordo com o texto, quais serão os sinais da vinda do Senhor? (5:1-3).
  • Já que ninguém sabe quando o Senhor vai voltar, qual a responsabilidade dos "filhos da luz"? (5:4-11).
-por Carl Ballard

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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

I Pe 3.19 - Jesus desceu ao inferno? ( PARTE 3)


Terceira teoria: Proclamar vitória aos poderes das trevas

Jesus - A Simples Verdade
Uma terceira posição, é a de que Jesus, entre sua morte e ressurreição foi a inferno. Porém, a diferença é que esta suposta viagem metafísica não foi planejada com a intenção de oferecer segunda chance aos penitentes, tampouco libertar santos do AT, mas apenas para proclamar uma mensagem de vitória aos poderes do maligno. Esta teoria é tão popular quanto a anterior (libertar santos do AT).
Para Norman Geisler e Ron Rhodes, os espíritos em prisão “eram seres não salvos, devem ter sido anjos ao invés de seres humanos[1]”. Robert H. Gundry (Ph.D. em Estudos do Novo Testamento pela Manchester University) diz que “a pregação de Cristo aos espíritos em prisão mui provavelmente significa que Cristo desceu seu espírito ao hades, a fim de proclamar Seu triunfo sobre os espíritos demoníacos que ali haviam sido acorrentados por Deus[2]”. Roger Stronstad, editor do Comentário Bíblico Pentecostal, afirma que Jesus em virtude de sua morte, foi até os anjos aprisionados e anunciou sua vitória sobre a morte e as conseqüências de seu triunfo, isto é de que julgamento já estava selado[3].
Esta posição está fundamentalmente baseada em uma análise léxico-sintática de I Pe 3.19. Como já vimos este versículo diz que Cristo “foi e pregou aos espíritos em prisão” (NVI). E o que chama a atenção dos estudiosos desta sentença é o verbo pregar. A análise revela que Pedro usa propositalmente a expressão original grega kerussõ (khru,sow) que significa: “ser arauto”, ou em geral, “proclamar”[4]. Este termo é diferente de outra expressão grega euangelizõ (euvaggeli,zw), que significa pregar ou evangelizar (no sentido de dar oportunidade de escolha), que quase sempre é usado acerca das “boas novas” relativas ao Filho de Deus, conforme são proclamadas no Evangelho[5]. Neste contexto a melhor tradução bíblica em português de I Pe 3.19 é a KJA[6] que diz: “no qual igualmente foi e proclamou aos espíritos em prisão”.

Tomar as chaves da morte, inferno e Satanás.

É muito comum ouvirmos em pregações, principalmente quando o tema é batalha espiritual, uma expressão que diz: “Satanás é tão pobre que nem a chave de sua casa (inferno) ele tem mais”. Esta expressão popular[7] está intimamente associada com a idéia da ida de Cristo ao inferno. Muitos entendem que Jesus em sua rápida passagem pelo inferno proclamou a vitória da redenção, e de quebra tomou das mãos de Satanás as chaves do inferno e da morte.
Devemos mais uma vez rejeitar esta posição alegórica, pois o texto de I Pe 3.19 não diz isto claramente. E os versículos que tratam das chaves da morte e do inferno, nenhum, absolutamente, associa estas chaves como pertencentes a Satanás. “Somente o Senhor possui as chaves da morte e do inferno. Ninguém mais!” [8] Esta soberania está explicita em textos como Mt. 16.19, que diz que a chaves do reino dos céus foi entregue por Jesus aos apóstolos. E também em Ap. 1.18, texto em que o próprio Jesus declara que as chaves da morte e do hades (NVI) pertencem a ele. Em nenhum momento Jesus diz foi ao inferno (ou até mesmo a bíblia), e precisou roubar as chaves das mãos de Satanás, uma vez que este ser angelical nunca as teve em suas mãos[9].

Proclamar vitória aos anjos caídos

Segundo os expoentes desta teoria, a pregação aos espíritos, não é às “boas novas” propriamente dita, mas o ato de Jesus proclamar Sua vitória aos espíritos dos anjos caídos[10]. Com isso, eles querem dizer, que os “espíritos em prisão que há muito desobedeceram [...] enquanto a arca era construída” (NVI) são os filhos de Deus de Gn.6.2. Declara-se que os “filhos de Deus” eram anjos caídos, assim como em Jó 1.6 e 2.1 que (segundo se declara) abandonaram seu estado propriamente dito (espiritual) e se casaram com mulheres nos tempos de Noé[11] (Gn 6.1-4). Portanto, sugerem que Cristo foi proclamar vitória a estes anjos caídos da época de Noé[12].
Sobre isto devemos dizer esta idéia está mais baseada em mitos da literatura apócrifa apocalíptica judaica[13] do que na Bíblia, pois em Mt 22.30, Jesus diz que anjos não se casam. Um outro ponto fraco desta interpretação é que o contexto maior de I Pe 3 destaca pessoas hostis (I Pe 3.14,16) e não demônios, ou anjos caídos. E mesmo que o texto indicasse que eram demônios, exatamente de onde os leitores de Pedro encontrariam a idéia de que os anjos pecaram “enquanto se preparava a arca (I Pe 3.20)? Não há nada disso na história a respeito da construção da arca em Genesis[14].
De fato, como acabamos de ver, estas interpretações propostas são bem interessantes, mas algumas contradições irreparáveis as prejudicam. Wayne Grudem após analisar esta tese (proclamar vitória aos poderes das trevas) conclui:
Os leitores de Pedro teriam de se submeter a um processo de raciocínio incrivelmente complicado para chegar a essa conclusão, já que Pedro não ensina isso de modo explicito. [15]

[1] Norman Geisler e Ron Rhodes, Resposta às seitas, p. 411.[2] Robert H. Gundry, Panorama do Novo Testamento, p. 394.[3] Roger Stronstad comentando I Pe 3.19 no Comentário Bíblico Pentecostal, p. 1718.[4] De acordo com o Dicionário VINE, p. 891. Ele diz que o verbo ekeryxen significa; proclamar uma mensagem, da parte de um rei ou potentado. (Ver também; Gleason Archer, em Enciclopédia de temas bíblicos, p. 356).[5] Dicionário VINE, p.891.[6] A nota textual de rodapé da KJA (King James Atualizada) explica que este tipo de pregação foi uma proclamação vitoriosa realizada por Jesus sobre o inimigo e toda a malignidade do universo (2 Pe 2.4-5; Cl 2.15).[7] O grupo musical de louvor, Diante do trono ajudou a popularizar esta posição através da música “A vitória da Cruz”, composta por Ana Paula Valadão Bessa e gravada ao vivo no Parque da Gameleira (BH) em Jul/2000. A estrofe mais significativa para nosso trabalho diz: “O Leão de Judá pisou bem forte e os esmagou, Tomou as chaves das mãos do diabo, Abriu minas cadeias e me resgatou”. De fato é uma linda poesia inspirada, resta-nos saber se é biblicamente correta.[8] Franklin Ferreira & Alan Myatt, Teologia Sistemática, uma analise histórica, bíblica e apologética para o contexto atual, p. 620. Citação tirada pelos autores do livro de Heber Carlos de Campos, “Descenti ad Inferna”, p.126-127.[9] É importante observar que o conceito de chaves em Ap. 1.18 está associado ao controle absoluto de Deus sobre a vida e sobre a morte. Outros textos corroboram com intensidade este conceito (Dt. 32.39; I Sm 2.6; Jo 5.21).[10] Dicionário VINE, p. 892.[11] Outras explicações menos lendárias devem ser analisadas e preferidas. Em outros contextos “filhos de Deus” muitas vezes se referem a seres humanos, embora em contextos diferentes (Dt. 14.1; 32.5; Sl 73.15; Is 43.6; Lc 3.38; IJo 3.1). Uma possibilidade válida é que “filhos de Deus” se refere a homens piedosos, descendentes de Sete e “filhas dos homens” se refere a mulheres pecaminosas da linhagem ímpia de Caim. Mais detalhes em Nota Textual de Gn 6.2, da Bíblia de Estudo NVI, p. 15.[12] É assim que interpreta o texto David H. Stern. Ele diz: Os espíritos aprisionados são os anjos que pecaram (2 ped 2:4) e não mantiveram sua autoridade originaria (judas 6). Isto é, eles são “filhos de Deus ou filhos dos anjos), também chamados nefilim (caídos), que caíram de sua própria esfera, o céu para a terra, e “vendo (...) que as filhas dos homens eram formosas, tomaram para si mulheres” nos dias de Noach (Gênesis 6:2-4). Mais detalhes em Comentário Judaico do Novo Testamento, p. 820-821.[13] O livro apócrifo de I Enoque ( datado de 165 a.C. a 90 d.C.) defende a idéia mostra como os anos caídos coabitaram com as filhas dos homens que geraram uma raça monstruosa de gigantes (I Enoque 7.1;15.1;86.1). Segundos o relato (15.1), esses gigantes forma destruídos pelo Dilúvio, mas seus epíritos foram deixados soltos como demônios para corromper todo gênero humano. (David, S. Russel, Entre o AT e o NT, p.103.)[14] Wayne Grudem
 Daniel Grubba
Jesus - A Simples  Verdade

sábado, 8 de dezembro de 2012

Pe 3.19 - Jesus desceu ao inferno? (Parte 2)


Pe 3.19 - Jesus desceu ao inferno? (Parte 2) / Daniel Grubba

Jesus - A Simples Verdade
Segunda teoria: Libertar os santos piedosos do AT

Para o teólogo escocês e judeu, Myer Pearlman, a passagem de I Pe 3.19 testifica que Jesus desceu ao inferno em algum momento entre sua morte e ressurreição. Mas Jesus desceu ao inferno para fazer o que exatamente?

Em primeiro lugar, Pearlman credita esta passagem como um cumprimento de profecias, ou seja, Jesus estava apenas cumprindo profecias do AT (Salmo 16.10 e 49.15). Em segundo, Pearlman, afirma que Jesus após sua morte, desceu ao coração da terra (Mt 12.40; Lc 23.42,43) para libertar os santos do Antigo Testamento, levando-os consigo para o paraíso celestial. Ele mesmo explica dizendo que “essa descrição parece indicar que houve uma mudança nesse mundo dos espíritos e que o lugar ocupado pelos justos que aguardam a ressurreição foi traslado para as regiões celestiais[1] ”.

A implicação obvia de acordo com esta proposta de Pearlman é que “desde este acontecimento os espíritos dos justos sobem para o céu [2]”. Bom, se os espíritos dos santos do AT subiram para o céu a partir deste momento especial, a conclusão lógica, é que antes de Cristo, os fieis iam para o inferno e que estavam presos por lá até Cristo chegar. Mas onde exatamente, encontramos na bíblia idéia de que os santos do AT foram para o inferno após a morte [3]? Vejamos algumas considerações:

Em primeiro lugar, devemos lembrar que o contexto maior de Pedro, não especifica crentes no Antigo Testamento em geral, mas só os que foram desobedientes “nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca (I Pe 3.20). Em segundo lugar, o texto não diz que Cristo pregou aos que eram crentes ou fieis a Deus, mas os que “noutro tempo foram desobedientes” – a ênfase está na desobediência deles[4] . Em terceiro, o “seio de Abraão” (Lc. 16.23), provavelmente não é uma descrição do inferno e sim do céu, uma vez que o lugar para onde Abraão foi é chamado por Jesus de reino dos céus (Mt. 8.11). Em quarto, a Bíblia registra em muitas passagens que a alma dos santos do AT após morrerem vão diretamente para o céu[5] , porque seus pecados foram perdoados pela confiança no Messias que viria (Gn 5.24; 2Sm 12.23; Sl 16.11; 17.15; 23.6; Ec. 12.7; Mt 22.32-32; Lc 16.22; Rm 4.1-8; Hb 11.5).

Ainda que esta posição seja melhor que a primeira (segunda chance para os penitentes), e a também a mais popular[6] , estas considerações enumeradas acima, mostram muitos pontos fracos, o que nos leva desconsiderá-la como uma interpretação válida.


1- Myer Pearlman, Conhecendo as doutrina da Bíblia, p. 375.
2- Idem, p. 375.
3- De acordo com os partidários desta posição havia dois compartimentos no inferno, uma para os salvos e outro para os perdidos. Esta proposta esta baseada principalmente em Lc. 16.19-31 que fala sobre o local dos mortos (em hb. Sheol e gg. Hades, ambos vocábulos significam sepultura). A parábola do Rico e Lazaro fala que os dois morreram. O primeiro foi para o Inferno e o segundo para o Seio de Abraão. Myer Pearlman conclui a partir daí que havia duas divisões no Sheol, um lugar de sofrimento e outro lugar de descanso. Até mesmo a morada dos santos mortos, não era o céu propriamente dito, mas estava situado nas regiões inferiores.
4- Wayne Grudem, Teologia Sistemática, p. 493.
5- De uma maneira curiosa Myer Pearlman confirma esta idéia, o que obviamente contradiz o que ele quer comprovar. Myer afirma que “havia pessoas verdadeiramente justificadas antes da obra expiatória de Cristo” - (Abraão – Rm.4.23; Moises – Lc.9.30-31; Enoque e Elias ambos arrebatados para o céu). – Myer Pearlman, Conhecendo as doutrinas da Bíblia, p. 197.
6- O pastor e apologista da doutrina pentecostal, Marco Feliciano, considerado como “o pregador do povo”, popularizou esta posição em sua pregação intitulada “A agonia da cruz”, pregado na Igreja Assembléia de Deus (dez/2004). De uma maneira bastante eloqüente e poética, o pregador leva o público a meditar no momento em que Cristo desceu ao inferno e quebrou as cadeias dos santos do AT que estavam aprisionados.
 por Daniel Grubba 
Jesus -  A Simples Verdade

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Por Que Precisamos de um Salvador


    


Por Que Precisamos de um Salvador


Edward Donnelly



Edward Done lly é ministro da Trinity Reformed Presbyterian Church, em Newtownabbey, na Irlanda; professor de Novo Testamento no Reformed Theological College (Belfast), preletor em conferências teológicas internacionais, autor de diversos artigos e livros, um deles publicado em português pela Editora PES: “Depois da morte: o que?”.

Diz-se que o ser humano possui três necessidades básicas: alimento, vestes e habitação. Estas são, com certeza, necessidades humanas básicas. Todavia, existe uma necessidade vital que evidentemente está fora da lista. “Qual é essa necessidade?” — talvez você pergunte. Ora, é a necessidade de um Salvador; é a necessidade de crer em Jesus Cristo e de se render a Ele.
Espero que você pergunte a si mesmo: "Por que eu preciso crer em Jesus Cristo?” Render-se a Cristo é, antes de tudo, um passo muito elevado. Por que você deve fazê-lo? Por causa do pecado. Todos nós somos pecadores, e Cristo veio para salvar os pecadores. Você é pecador, e Jesus pode salvá-lo.
Para que entendamos melhor, voltemos ao passado, a Davi, o rei de Israel, que nos ensinará a respeito do pecado. Davi é uma pessoa bem qualificada a fazer isto, porque ele mesmo foi um grande pecador. Ele cometeu adultério com Bate-Seba, a esposa de outro homem. Davi a contemplou, cobiçou-a e a tomou para si — atitudes más aos olhos de Deus. E o pior de tudo foi que ele abusou de sua posição como autoridade sobre o esposo de Bate-Seba, ao tentar enganá-lo; e, depois de haver falhado nisso, assassinou aquele homem.
Concluímos, assim, que Davi foi um grande pecador — e, neste aspecto, o mais vil dos mais vis pecadores. Mas, apesar disso, ele possui uma grande percepção no que se refere às obras do pecado no coração do homem. Deus outorgou a este rei do antigo Israel um entendimento tão exato e profundo, que ele é capaz de explicar o nosso íntimo para nós mesmos. Ele nos oferece uma percepção mais valiosa do que todos os livros sobre terapia de comportamento que existem no mercado, hoje.
Imagine Davi assentado em seu palácio real, em Jerusalém: um rei de caráter forte e enérgico. Muitas vezes, como guerreiro, ele lutou e venceu com uma simples batalha. Apesar disso, este homem valente e dinâmico poderia estar chorando, quando escreveu as palavras deste salmo. Seus olhos estavam vermelhos, e suas bochechas, listradas pelas lágrimas escorridas. O que ele estava escrevendo em um tablete de cera, utilizando um pedaço de osso ou uma lasca de madeira? Era uma carta pedindo perdão à família do homem que ele assassinara? Não era. Talvez era um aviso para Bate-Seba, sua companheira no adultério, dizendo-lhe que o filhinho deles morreria? Não. O rei Davi estava escrevendo para Deus, e suas palavras iniciais foram as seguintes:
Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; e, segundo a multidão das tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões. Lava-me completamente da minha iniqüidade e purifica-me do meu pecado.
Este é um dos mais admiráveis diagnósticos do pecado! Nestas palavras, vemos com muita clareza, por que necessitamos de um Salvador. Consideremos estas palavras sob três títulos: Um Reconhecimento do Pecado, Uma Descrição do Pecado e o Perdão do Pecado.
Reconhecimento do Pecado
As palavras que Davi utilizou nesta passagem são as três mais comuns para descrevê-lo: “transgressões”, “iniqüidade” e “pecado”. Ele não estava apenas multiplicando palavras, tendo o propósito de encher espaço. Cada uma destas palavras tem um significado distinto, e desejamos considerá-las uma a uma.
Isto o deixa impaciente? Você acha que estou dizendo que você não se interessa por minúcias teológicas ou pelas variações exatas do significado? Suponha que você estivesse seriamente enfermo e que, ao procurar seu médico, ele lhe dissesse: “Quero explicar-lhe a sua doença: ela é constituída de três ou quatro componentes; e você precisa conhecer claramente cada um deles”. Você responderia: “Doutor, não tenho tempo para isso. Não tenho interesse em detalhes médicos. Conte-me apenas o fator mais importante”? É claro que não. Você desejaria ouvir tudo que ele tinha para dizer-lhe. Não gostaria de perder nada, para que soubesse com exatidão o que estava errado com você. Ora, Davi é o doutor de sua alma. Não seja impaciente para com o diagnóstico dele. Esteja atento ao que significa cada uma destas palavras, bem como à ordem em que elas foram utilizadas; tanto o significado quanto a ordem são importantes.
Primeiramente, Davi falou: “Minhas transgressões”. Esta é a palavra mais forte. Ela significa “libertar-se” ou “apartar-se” de Deus. Foi utilizada, por exemplo, para referir-se a uma rebelião contra um superior. Em 1 Reis 12.19, lemos: “Assim, Israel se mantém rebelado contra a casa de Davi, até ao dia de hoje”. Aqui aparece a mesma palavra — “Israel transgrediu contra a casa de Davi”. Davi era o senhor e o governador deles; mas os israelitas libertaram-se da autoridade de Davi. Esta palavra é utilizada algumas vezes no ambiente doméstico. Deus falou sobre o Israel desobediente: “Criei filhos e os engrandeci, mas eles estão revoltados [transgrediram] contra mim” (Is 1.2). Podemos imaginar a figura de um adolescente empurrando para o lado os braços amáveis com os quais o pai tentava envolvê-lo. Esta palavra expressava um pecado particularmente ímpio e ordinário. Em Jó 34.37, lemos a respeito de alguém que “ao seu pecado acrescenta rebelião” (transgressão).
Esta foi a primeira palavra que Davi utilizou. Ele estava mostrando como se envergonhava da maneira como havia se rebelado contra os mandamentos de Deus. Deus havia dito: “Não adulterarás”; Davi, porém, tinha ignorado este mandamento. Deus havia dito: “Não dirás falso testemunho”, Davi tinha se afastado deste mandamento. Deus havia dito: “Não matarás”; Davi tinha quebrado este mandamento. Com a palavra “transgressões”, ele estava reconhecendo isso. Estava dizendo: “Senhor, eu desprezei a tua mão; libertei-me de teus braços amáveis; rejeitei a tua autoridade; fiz a minha própria vontade. Estas são as minhas transgressões”.
No entanto, Davi não parou aí; ele prosseguiu, dizendo: “Minha iniqüidade”. Enquanto refletia e orava, Davi compreendeu que havia mais coisas erradas em sua vida, além de seus pecados de adultério e de assassinato. Ele começou a olhar para o seu íntimo, o seu coração, a sua mente e a sua alma. A palavra “iniqüidade” significa “curvatura”; refere-se a alguma coisa que foi curvada ou distorcida. Davi

estava dizendo: “Eu não fiz somente estas coisas, mas, em meu coração, sou hipócrita, errante. Meus pensamentos têm sido impuros, e meus propósitos, vergonhosos. Onde eu deveria ter sido sincero e puro, fui desonesto e perverso. No mais íntimo de meu ser, fervilham coisas vis que amam viver e se desenvolver nas trevas profundas. Esta é a minha iniqüidade. Sou um homem perverso e trapaceiro”. Este é um quadro desolador. Davi não era apenas um rebelde; era também um hipócrita enganador.
Mas Davi não parou aí. Ele prosseguiu, dizendo: “Meu pecado”. A palavra “pecado” significa apenas “errar o alvo”, quando alguém está atirando em um objeto. Significa ficar aquém do objetivo que alguém estava almejando. Juízes 20.16 refere-se a “setecentos homens escolhidos, canhotos, os quais atiravam com a funda uma pedra num cabelo e não erravam”. “Erravam”, aqui, é a mesma palavra “pecado” no texto que estamos considerando.
Você percebeu como o entendimento de Davi a respeito de si mesmo se aprofundou? Ele começou com seu pecado visível, que todos contemplaram. Em seguida, ele passou para as obras distorcidas e secretas de seu homem interior. Mas agora esquadrinha muito mais profundamente e nos diz que, mesmo quando não havia qualquer transgressão, quando ele pensava que estava livre da iniqüidade, ele ainda ficava aquém do alvo. Talvez Davi estivesse lendo a Palavra de Deus, ajoelhado em oração ou oferecendo sacrifício no templo. Mas, nessas atividades piedosas, ele errou o alvo. Ele falhou. Ele não alcançou o padrão de Deus para a sua vida. Davi foi um homem que começou pedindo perdão por aquilo que ele era em seu pior estado, mas, antes de terminar, pediu perdão por aquilo que ele era no seu melhor estado.
Com certeza, existe uma diferença entre esta análise ampla e penetrante do pecado e as idéias superficiais que muitos têm em nossos dias. Para a maioria, a confissão de pecado significa pouco mais do que dizer: “Muito bem, eu fiz algumas coisas erradas no passado. Eu não sou perfeito; ninguém é”. Porém, neste salmo, encontramos um homem guiado pelo Espírito Santo a compreender algo a respeito da força que o pecado tinha sobre ele — não apenas em suas ações, mas também nas profundezas de sua personalidade. O pecado estava contaminando e destruindo cada átomo de seu ser. “Minhas transgressões... minha iniqüidade... meu pecado.” Este esquadrinhamento da alma se aplica a todos nós. Pois, quando as Escrituras dizem: “Todos pecaram” (Rm 3.23), isto implica que estou sendo descrito nestas palavras de Davi. E, assim você é também.
“Minhas transgressões.” Quantas vezes você já fez deliberadamente aquilo que sabe estar errado? Talvez, desde a sua infância você pensava nos mandamentos de Deus, e eles deixaram impressões em sua consciência, ensinando-lhe a não praticar algo, mas você seguiu adiante e praticou tal coisa. Ou, talvez, a sua consciência estava lhe dizendo: “Não faça isso; é errado”. Contudo, você ignorou essa influência constrangedora. Você rompeu completamente aqueles vínculos morais, rejeitando os clamores daquilo que você já sabia estar correto.
Talvez você seja um mentiroso ou um trapaceiro. Quando você está preenchendo seu formulário anual de restituição de imposto, exagera em suas despesas e diminui os seus recebimentos. Em seu íntimo, uma voz lhe diz: “Não faça isto. Não roubarás”. Mas você transgride. Em seu trabalho, faz promessas que não tem a intenção de cumprir ou oferece aos clientes desculpas que são totalmente mentirosas. É uma atitude errada mas conveniente para você; por isso, você a pratica. Talvez você manteve relações sexuais com alguém que não é sua esposa ou seu esposo. Aquela pessoa era proibida para você, e você sabia disso. Todavia, a sua concupiscência o estava guiando e você transgrediu. Talvez você tenha causado danos físicos ou psicológicos a alguém; tenha se mostrado descuidado para com as pessoas, ferindo-as em seu coração. Estas atitudes são “transgressões”. Elas se encontram em seu passado e caracterizam o seu presente. Você pode não gostar de pensar nelas, mas são inegáveis. Você transgrediu; você se rebelou.
“Minha iniqüidade.” Você se sente inclinado a dizer: “Eu tenho levado uma vida caracterizada por moralidade. Sou um pessoa honesta. Nunca tive problemas com a lei, nem jamais me dispus a quebrar as restrições da consciência. Meu comportamento tem sido completamente respeitável”. Mas o que você diz a respeito daquelas partes de sua vida que ninguém vê? Você não tem praticado a sós coisas das quais ficaria envergonhado se alguém mais soubesse? Isto é iniqüidade. O que você diz a respeito de seus pensamentos? Se os seus pensamentos da semana que se passou pudessem ser revelados em uma tela de cinema, para todos os seus amigos e vizinhos, você se sentiria à vontade em permanecer e assistir com eles aos seus pensamentos ou desejaria fugir e se esconder? Isto é iniqüidade.
Não é verdade que existe em seu íntimo muitas coisas más e enganosas? Às vezes, você não é invejoso? Ou sente ira e raiva pecaminosa? Em algumas ocasiões, você não é egoísta e enganador? Não existe uma diferença entre aquilo que o mundo vê e a pessoa que você realmente é? Isto é iniqüidade.
“Meu pecado.” Suponhamos, por um momento, aquilo que é impossível: alguém que, tendo uma boa consciência, lavasse as suas mãos e dissesse: “Eu não tenho nenhum pecado em minha vida passada ou presente. Nunca quebrei conscientemente um dos mandamentos de Deus. Além disso, meu coração é puro, e minha mente, limpa. Não existe um pensamento ou uma emoção dos quais eu me envergonhe no menor grau”. Suponha a fantástica possibilidade de que tal ser humano já existiu. Mesmo que tudo isso fosse verdadeiro, ainda haveria o pecado — o ficar aquém do alvo. “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento” (Mt 22.37). Você fez isso hoje? É claro que não. Então, você é um pecador; não atingiu o padrão de Deus. No melhor de nós mesmos, em nosso estado mais elevado, ficamos aquém; todos nós ainda pecamos.
Todos nós estamos descritos nestes versículos — você e eu. Temos de encarar o terrível fato que Davi teve de admitir — “Pequei contra o Senhor”. Temos de chegar a um reconhecimento de nosso pecado.
Uma Descrição do Pecado
O que é o pecado? Deus, em sua sabedoria e amor, não se contenta em que tenhamos uma simples compreensão intelectual do pecado. Ele deseja que o sintamos, que provemos seu amargor, cheiremos o seu fedor. Deus quer que ouçamos o tom agudo e discordante do nosso pecado, que irrita nossos dentes e nossos nervos com sua horrível dissonância. Deus não quer apenas que estejamos cientes de nosso pecado, mas também que conheçamos a sua tolice e a sua vileza. Por isso, Davi prosseguiu na descrição de seu pecado, utilizando três ilustrações vívidas.
Davi nos conta que o pecado é uma dívida que precisa ser cancelada. Ele escreveu: “Apaga as minhas transgressões”. A palavra hebraica traduzida por “apaga” era empregada para referir-se ao ato de apagar escritos. Moisés clamou a Deus: “Risca-me, peço-te, do livro que escreveste” (Êx 32.32). Deus, em sua misericórdia, não respondeu essa súplica. Mas ela se refere a algo que estava escrito, e Moisés estava pedindo que, se necessário, seu nome fosse removido daquele livro.
Davi utilizou a palavra no mesmo sentido. Ele viu, aberto diante de Deus, os registros do pecado dos homens. Davi contemplou a lista de atos errados debaixo de seu nome. Poderíamos dizer que ele viu o anjo registrador assentado, com sua tinta indelével, escrevendo cada ofensa. Momento após momento, dia após dia, mês após mês, ano após ano, pecado após pecado está sendo registrado. Nenhum é esquecido; cada pecado é colocado no registro. Davi viu esses pecados, como débitos alistados contra ele, aumentando com regularidade freqüente e clamando por pagamento. Davi sentiu o grande peso de sua dívida.
Infelizmente, estar em dívida é algo normal em nossa sociedade. Para pessoas de consciência sensível, esta é uma experiência inquietante e pode se tornar um fardo esmagador. No início do século XX, alguns operários das minas de carvão dos Estados Unidos recebiam um salário miserável. Todas as suas roupas e sua alimentação tinham de ser compradas em lojas mantidas pelos donos das companhias que os empregavam. Estas coisas eram compradas a um preço exorbitante, de modo que os operários infelizmente caíam em dívidas, que estavam constantemente aumentando. Juros proibitivos eram lançados sobre o dinheiro devido, de modo que os operários se atolavam em uma areia movediça de dívidas que estavam sempre crescendo, das quais eles nunca poderiam se livrar. Eles diziam: “Eu vendi minha alma para a companhia”. Nunca se livrariam daquela situação. Os credores os possuíam para sempre.
Seu pecado é semelhante a essa situação. Todo pecado que você tem cometido está sendo escrito no livro de Deus. Ali está o seu pecado, contra o seu nome. Nenhum deles é esquecido, ignorado, e todos exigem pagamento. Você não tem qualquer esperança de pagá-los, nem mesmo de começar a pagá-los. Você é empurrado para baixo pela montanha de sua dívida. O pecado é uma dívida que necessita ser cancelada.
O pecado também é uma sujeira que precisa ser lavada completamente. Davi escreveu: “Lava-me completamente da minha iniqüidade”. Existem duas palavras hebraicas que transmitem a idéia de lavar. Uma significa lavar superficialmente. Se uma pessoa tinha poeira ou uma sujeira simples em sua mão, ela a colocava na água corrente, por um momento, e a sujeira era removida por aquela lavagem. A outra palavra era utilizada para se referir a uma sujeira profunda e arraigada, que poderia ser removida somente por meio de grande esforço. Quando minha esposa e eu vivíamos na Grécia, costumávamos ver mulheres à beira do rio lavando roupas. As mulheres pegavam as roupas, colocavam-nas sobre uma rocha no rio e, depois, batiam nelas com outra pedra, para remover a sujeira. Esta foi a palavra que Davi utilizou neste salmo.
Quando Davi suplicou que seu pecado fosse lavado, ele não estava falando sobre a remoção de algo superficial. Todo o seu ser estava sujo, cheio do encardido que se havia grudado aos poros de seu ser. Davi era uma coisa impura. Uma mancha de imundície o cobria, arraigada aos poros de sua personalidade. Seria difícil removê-la. “Lava-me completamente” — ele suplicou. O pecado é uma sujeira que necessita ser lavada completamente.
Por fim, o pecado é uma doença que precisa ser curada. Davi orou: “Purifica-me”. Esta palavra era utilizada no Antigo Testamento para referir-se à purificação de alguém suspeito de lepra. A lepra era a doença mais ameaçadora no mundo antigo, uma aflição terrível temida por todos. A lepra significava miséria, impureza, deterioração, isolamento e morte. Davi afirmou: “Isto é o que eu sou: um leproso horrível, enfermo e podre”. Que autodescrição impressionante!
O que são os seus pecados, as suas transgressões — um monte de débitos registrados contra seu nome e dos quais o pagamento será exigido. Eles são a sujeira arraigada que contamina tudo que você é, bem como tudo que possui. Eles são uma doença horrível, repugnante.
Sei o que alguns de vocês podem estar pensando: “Esta é uma conversa tipicamente religiosa, ou seja, a linguagem exagerada que se espera ouvir de um púlpito ou de uma propaganda política. É semelhante a assistir a uma ópera. No palco, você vê e ouve a tragédia. Ela o comove, podendo fazê-lo chorar. Mas não é real. Depois, você sai do teatro para a vida real, com seus amigos e seus interesses, esquecendo-se da tristeza da ópera”. Talvez, seja assim que você se sente a respeito do que está lendo agora. “Ora”, você pode dizer, “isto é exagero religioso, que não deve ser levado à sério”.
Deixe-me mostrar-lhe duas palavras que se encontram no início do salmo que estamos considerando. São elas: “Ó Deus...” Se você realmente meditar nelas, mudará o que estava pensando. Davi estava falando com Deus, face a face. Ele estava lidando diretamente com o Santo Senhor do céu. Apenas duas palavras. Davi estava ciente de seu pecado havia meses. Estava ciente do que havia feito. Ele nos diz no Salmo 32, por exemplo, que tinha sentido dores em sua consciência. Davi sentia-se como uma pessoa miserável e infeliz. Somente quando Deus lhe enviou um pregador, com uma mensagem de julgamento, Davi foi levado a compreender a completa seriedade da situação em que se encontrava.
Meu amigo, isso é o que eu desejo que você faça. Diga: “Ó Deus”. Esqueça o seu vizinho e a sua circunstância. Pense apenas em você mesmo e em Deus. Veja-se a si mesmo na presença dEle. Olhe para você mesmo com os olhos de Deus — o Deus que o criou e que, no mais íntimo de seu coração, você sabe que existe. Um dia você se encontrará face a face com este Deus, e Ele o

julgará. Ele é puro, santo e justo. Deus se recorda de cada coisa que você já disse, pensou e fez. Ele as avalia de acordo com a sua santidade, pura e perfeita. Deus odeia o pecado com todo o seu Ser poderoso. Ele é fogo consumidor, que não inocentará o culpado.
Olhe para Ele novamente e diga: “Ó Deus”. Você tem fugido de Deus, e o mundo está fazendo o melhor que pode para mantê-lo distante dEle. Entretanto, você tem de colocar-se face a face com Ele agora, pois, do contrário, terá de fazê-Lo, quando morrer, mas será tarde demais.
Portanto, meu amigo, seja honesto! Encare estas verdades com seriedade! Você está face a face com o todo-poderoso Perscrutador dos corações. Sua rebelião, sua corrupção, seu erro, sua dívida, sua imundície, sua lepra — você não sente as dores em sua alma, o impacto de tudo isso, a vergonha de saber que você é assim?

Mas, agradeça a Deus, essa não é a mensagem final de nosso salmo!
O Perdão do Pecado
Este devedor impuro e enfermo rasteja na presença do Santo Senhor – este rebelde, este hipócrita, este patético fracasso que nunca, em sua vida, atingiu os padrões de Deus. Este devedor se ajoelha diante daquele radiante e todo-poderoso Espírito, que é perfeito e pureza infinita, e fala com Deus. Que palavras você acha que se encontram em seus lábios?
O devedor não suplica por justiça. Não é isto mesmo que muitas pessoas parecem desejar? Elas estão constantemente se queixando da aparente injustiça de Deus. Perguntam a si mesmas e argumentam: “Por que Deus permite guerras, doenças e tristezas no mundo? Não posso entender como Ele pode ser tão injusto”. Mas Davi, em seu pecado, não estava procurando por justiça. “Compadece-te de mim, ó Deus” — ele orou.

“Compadece-te; compadece-te”. Isso é tudo que alguém pode suplicar a Deus. Não importa o quanto vivemos, o quanto progredimos mesmo como crentes, não podemos ir além desta palavra: “Compadece-te!”
Podemos imaginar Deus se achegando a Davi e respondendo: “Davi, por que eu devo manifestar-lhe compaixão? Você é um transgressor. Está cheio de iniqüidade; é um pecador. Você condenou a si mesmo, com seus próprios lábios. Dê-me apenas uma razão para que Eu, o Deus santo, deva mostrar compaixão para uma pessoa como a que você mesmo reconhece ser. Você tem alguma razão, Davi?” E Davi abre seus lábios, com seu rosto manchado de lágrimas e uma voz trêmula, respondendo: “Sim, Senhor, eu tenho uma razão. Tenho uma razão poderosa e persuasiva. Esta razão, ó Deus, não se fundamenta naquilo que eu sou, e sim naquilo que Tu és. É uma razão que o Senhor tem de ouvir e não pode recusar, nem recusará”.
Deste modo, Davi se apropria, pela fé, de uma das mais gloriosas expressões do Antigo Testamento: “Compadece-te de mim, ó Deus”; e seu argumento é este: “Segundo a tua benignidade”. Davi arrisca o seu tudo nesta expressão, a grande expressão da aliança do Antigo Testamento. Ela significa o imutável amor de Deus, sua fidelidade às suas promessas. Esta expressão nos diz que Deus é leal ao seu povo. Deus prometeu que perdoaria, então, Ele perdoará. Deus prometeu que purificaria, então, Ele purificará. Deus prometeu que salvará, então, Ele salvará.
Mas Davi não parou nisso, porque o imutável amor de Deus está vinculado à “multidão das suas misericórdias”. Na realidade, Davi estava dizendo: “Senhor, sinto-me encorajado a rogar por compaixão, porque Tu mesmo me tens dito que és rico em misericórdia. A tua compaixão não se escoa em pequenas gotas; ela é um oceano. Rios, torrentes e fontes inesgotáveis de compaixão fluem de Ti. Quando contemplo minha vileza e corrupção, compreendo que mereço o inferno e a condenação. Apesar disso, eu Te suplico compaixão, por causa do que Tu és e do que tens prometido. Embora eu seja pecador, ouso suplicar por compaixão”.
Você está convencido de seu pecado diante de Deus? Certamente, você tem de estar. Você tem de fazer como Davi. Assim como Davi o fez, levante os seus olhos para Deus, confesse seus pecados, apresente-Lhe uma razão para que Ele o perdoe. Deve ser a mesma razão, mas com uma diferença: essa razão agora tem um nome e uma personalidade, pois a benignidade de Deus veio à terra e a amável compaixão de Deus nasceu neste mundo. A fidelidade de Deus para com a aliança tornou-se carne, incorporou-se em Jesus de Nazaré. Ele é a benignidade e a amável compaixão de Deus. Ele viveu uma vida de obediência humana perfeita, que recebeu a aprovação de Deus. Jesus sofreu e morreu na cruz do Calvário, a fim de pagar o preço dos pecados de todo o seu povo. Jesus ressuscitou dos mortos, no terceiro dia, para mostrar que o Pai aceitou o que Ele havia feito. Assim, em nosso dias, quando alguém suplica: “Compadece-Te de mim, ó Deus”, pode amparar a sua súplica, dizendo: “Compadece-Te de mim, por amor a Jesus”.
Você entende a maravilha do que estamos dizendo? Um dos mais desprezíveis criticismos lançados contra o evangelho é proferido por aqueles que criam um conflito entre um Deus de amor e um Deus de ira e julgamento. Você já ouviu tais indivíduos: “Pecado, inferno, condenação! Eu não acredito em um Deus como esse. Eu creio em um Deus de amor”. Mas eles estão completamente errados. O deus deles é um ser moralmente deficiente e apático. É um deus que vê o mal e não se importa. É um deus que contempla aqueles que abusam de criancinhas e se recusa a considerar este ato com seriedade. É um deus que ouve o soluço de um mundo abatido, atormentado e sorri com tola indiferença. É um deus que vê a impiedade envenenando a terra e não se importa em levantar um dedo para socorrer. Esse é o deus de amor deles. Mas isto não é amor; é uma imbecilidade ética.
O que é amor? Amor é o Deus perfeita e infinitamente santo, que, com todo o seu ser, odeia o pecado. Aos seus olhos, não existe nada mais repugnante do que o pecado. Deus tem olhos tão puros, que não podem ver o pecado. Deus o detesta; é uma abominação para Ele. Deus está comprometido em castigar o pecado. Ele olha para os pecadores em toda a sua repugnância, rebelião, inimizade e ódio. E o que faz este Deus santo, justo? Ele ama estes pecadores e escolhe, dentre eles, uma grande multidão para serem dEle mesmo. Deus toma o seu único Filho, o deleite de seu coração, que tem estado com Ele por toda a eternidade, e O envia à humilhação de uma vida na terra e ao horror de uma morte cruel.
Da cruz, nas trevas, o Filho de Deus clama ao seu Pai: “Por que me desamparaste?” Muitos de nós temos filhos. Suponha que um deles acorde, em uma noite escura, temeroso e clamando: “Papai, onde você está?”; e você caminhe na ponta dos pés até ao quarto dele. Enquanto seu filho está deitado na cama, clamando, você toma uma vara e, silenciosamente, o surra, por diversas vezes, no escuro; depois, sai e o deixa ali. Isso foi o que Deus fez. Ele não poupou seu próprio Filho.
Não fale sobre um Deus de amor que não trata o pecado com seriedade. Pois “ Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8). O amor não consiste em ignorar o pecado ou deixá-lo de lado. O amor se manifesta em Deus enviar seu Filho para ser o pagamento de nosso pecado. “Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito” (Jo 3.16). Você pode entender o amor de Deus somente quando entende o pecado. Aquele que foi pouco perdoado ama pouco; aquele que foi muito perdoado ama muito.
Por que estou enfatizando o pecado? Para que você ame a Jesus com todo o seu coração e toda a sua alma. Para que você adore, louve, seja grato a Jesus, por toda a eternidade, para sempre e sempre! Você, pecador, rebelde, não-convertido, hipócrita, compreende que necessita de compaixão? Com certeza, necessita. Você quer compaixão? Eu lhe ofereço compaixão — em Jesus. Você tem de encarar seus pecados; tem de clamar. Ninguém pode fazer isso por você. Um pastor não pode fazê-lo por você, nem um sacerdote, nem um rabino. A compaixão não vem por sacramentos e rituais. Tampouco vem por meio de comparecer às reuniões de uma igreja.
Você tem de dizer para si mesmo: “Minhas transgressões, minha iniqüidade, meu pecado”. Você tem de declarar: “Sou um homem imundo, enfermo, culpado, devedor e desamparado.

Não tenho desculpas a apresentar. Não existe nada que eu possa fazer”. Então, entregue-se completamente ao Senhor Jesus Cristo. Invoque-O. Receba-O, descanse nEle para a sua salvação. Contemple-O pendurado na cruz em seu lugar, de modo que, pela fé, você possa dizer: “Ele foi traspassado por minhas transgressões. Eu tenho iniqüidade, mas Ele foi moído em favor das minhas inqüidades” (cf. Is 53.5). Meu querido amigo, coloque toda a sua fé e toda a sua esperança em Jesus Cristo. Descanse e confie nEle.
Deus é maravilhoso! Ele dará a você, se crer em Jesus, a justiça dEle. Não é uma justiça humana, nem de um santo eminente, nem da melhor pessoa que já viveu neste mundo; é a justiça criada no céu — infinita, eterna e imutável. É a própria justiça de Deus! Isso é o que o apóstolo disse: “Não me envergonho do evangelho... visto que a justiça de Deus se revela no evangelho” (Rm 1.16,17). A justiça de Deus — Ele a lançará em seu crédito, para que, ao olhos dEle, você seja justo como Ele é! Deus haverá de considerá-lo tão justo quanto o próprio Senhor Jesus. Nenhuma imperfeição, nenhuma mácula, nem mesmo qualquer traço de pecado, mas perfeito. Quando Deus olha para alguém que está em Cristo, o que Ele diz? “Meu querido, meu amado, meu deleite de coração, meu filho, minha filha, em quem Eu me comprazo.” Jesus se oferece a você agora como Salvador. Jesus lhe ordena que venha a Ele.

Mas será que você está se posicionando contra Deus? Está dizendo para si mesmo: “Eu não vou. Eu não vou”? Deus tenha misericórdia de você. Esta noite, sem dúvida, você se deitará em sua cama, apagará a luz e ficará no escuro. Porém, eu lhe digo, quando a sua cabeça estiver sobre o travesseiro, lembre-se de que a escuridão em que você está descansando é tranqüila e feliz, se comparada com as trevas do inferno nas quais você estará para sempre, onde o tormento reina e onde existem o choro, a lamentação e o ranger de dentes.
Não rejeite Jesus Cristo! Quão bom é Deus para nós! Por que Ele viria a você e lhe ofereceria seu próprio Filho? Quão amável Ele tem sido para você! Quão gracioso! Existem milhões de pessoas no mundo que nunca ouviram ou leram a respeito de Jesus; no entanto, Deus está oferecendo seu Filho a você! Você continua dizendo: “Eu não vou!” Se continua, diga para si mesmo neste momento: “O que está errado comigo? Com que laço o diabo envolveu minha mente e meu coração, de modo que, ouvindo e lendo sobre a pessoa de Jesus, não quero ir a Ele? Senhor, quebra este laço! Muda-me! Salva-me!”
Talvez, pela misericórdia de Deus, você queira vir a Cristo. Deus tem falado com você. A Palavra dEle tem falado ao seu coração. Em seu íntimo, você sabe que o evangelho é verdadeiro e que existe apenas um Salvador. Você sabe que precisa desse Salvador. Sente-se convicto e arrependido, contemplando em Jesus a misericórdia de Deus. Então, eu lhe digo: “Venha a Jesus; venha agora mesmo. Venha a Ele com seu próprio coração. Invoque-O, suplicando que o salve. Clame por Jesus, meu amigo, e Ele o receberá”. Não existe qualquer possibilidade de que o Senhor Jesus o lançará fora. Ele mesmo afirmou: “O que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora” (Jo 6.37). Não importa o que você fez no passado. Não importa quão ímpio ou quão culpado você é, nem quantas promessas você deixou de cumprir, nem quão freqüentemente você tentou fazer o melhor de si mesmo, mas falhou. Você pode estar pensando: “Não posso ir a Cristo; Ele me verá como um mentiroso”. Não, não! Se você está sendo sincero, verdadeiramente sincero, venha a Cristo e torne sua a oração de Davi, reconhecendo que a salvação de Deus é para você. Faça aquela oração tendo apenas um nome em seu coração — a única esperança de um pecador, o único nome que Deus, o Pai, sempre ouvirá e nunca recusará: “Compadece-te de mim, ó Deus. Apaga as minhas transgressões. Lava-me completamente da minha iniqüidade e purifica-me do meu pecado, por amor a Jesus. Amém”.


Jesus - A Simples Verdade 

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Falsas Doutrinas






Texto chave, Judas 1.3

“Amados,embora estivesse muito ansioso por lhes escrever acerca da salvação que
compartilhamos, senti que era necessário escrever-lhes insistindo que batalhassem pela fé de uma vez por todas confiada aos santos.”

Desde os tempos apostólicos, a Igreja de Jesus tem sido atacada por lobos que buscam dividir e destruir o povo de Deus. E nos dias atuais isso não mudou. As palavras de Judas são tão necessárias hoje quanto o eram naqueles dias. A Igreja de Deus tem um corpo de doutrinas (ensinos) que servem como alicerces ou base para a nossa fé. Assim como em uma construção, se os alicerces forem fracos ou por ação externa, forem abaladas e enfraquecidas; todo o edifício pode desmoronar. O nosso inimigo sabe disso e trabalha muito para que isso aconteça. Muitas vezes os ataques externos não são tão eficazes, então a estratégia é infiltrar pessoas na igreja com falsas doutrinas, ou ensinamentos duvidosos; que na maioria das vezes distorcem os ensinamentos da Palavra de Deus, e com um ar de religioso e santo, introduzem ensinamentos que não são bíblicos. Era exatamente isso que levou o Apóstolo Paulo a escrever à Timóteo, exortando-o a “pregar a palavra, repreendendo, corrigindo e exortando com toda a paciência e doutrina” .Pois segundo as palavras do apóstolo: “as pessoas não suportariam as sãs (saudáveis) doutrinas e juntariam mestres para si mesmos, segundo os próprios desejos”.
Podemos reconhecer em nossa igreja hoje, este tipo de problema? Você pode citar um caso em que um ensinamento falso, trouxe problemas para a igreja em que você congrega?

A Igreja tem hoje a sua disposição, armas para reconhecer e destruirestes ataques tão freqüentes. A mais importante é a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada. O Apóstolo Paulo apresenta ao jovem pastor Timóteo, um conselho muito útil: busque nas escrituras todas as informações para ser um bom crente e ensine também aos outros. Diferente dos ensinos heréticos apresentado pelas seitas, a Bíblia é totalmente inspirada por
Deus. Todo falso ensino trás ensinamentos e pensamentos humanos (quando não diabólicos), mas a Bíblia é totalmente inspirada pelo Espírito Santo. Infelizmente, o nosso inimigo também usa a Bíblia para confundir os
santos, assim como ele tentou fazer com Jesus na tentação do deserto, muitas vezes ele vai usar versículos bíblicos para confundir as pessoas. Mas qual foi a arma que o próprio Senhor Jesus usou para derrotar
Satanás na tentação? Ele usou a própria Palavra de Deus (Mt 4: 1 -11).Mas como podemos saber se estão tentando nos enganar uma vez que estejam usando a Bíblia como base para o que eles tem pra ensinar? Bem, existem algumas regrinhas que temos que seguir: 1) Texto fora do contexto é pretexto para heresias
– Nunca podemos usar um versículo isolado da Palavra para criar uma doutrina. A Bíblia mesmo se explica e se justifica, ou seja, se um determinado texto diz algo que todo o restante da Bíblia discorda, então
está havendo com certeza uma má interpretação daquele texto. É necessário que haja pelo menos três outros textos (de preferência em outro capítulo ou até mesmo outro livro) que apóie aquele pensamento.

2) De dentro pra fora ou de fora pra dentro? – 

Existem algumas maneira erradas de se interpretar a Bíblia, e estas devem ser evitadas, pois mesmo no meio de cristãos sérios, muitas vezes estes erros são cometidos. Nunca devemos ir à Bíblia (de fora pra dentro) com um conceito já formado, apenas para encontrar um versículo que confirme que realmente estamos certos. Isso é o que muitas pessoas fazem para enganar os cristãos que não se preparam conhecendo “toda a escritura”. A maneira certa é indo à Bíblia vazio (de dentro pra fora), e ali tirar todo ensino que precisamos. Ou seja, A Bíblia nos diz o que saber, e não apenas confirma aquilo que já sabíamos.

3) O melhor intérprete da Bíblia é o seu Autor -

A melhor maneira de sabermos se estamos interpretando corretamente o que estamos lendo, é pedindo em oração e submissão ao Espírito Santo, que Ele nos oriente e nos ensine através da sua Palavra. Quando oramos antes de ler a Bíblia pedindo ao Espírito Santo que nos revele a sua Palavra, tiramos do inimigo o poder de trazer confusão em nossa mente, etemos a certeza de que Deus está falando conosco mesmo.

4) Deus colocou na Igreja Mestres (e eles não estão lá só de enfeite).

– Finalmente, quando houver dúvidas sobre determinado texto que você leu; ou ainda, quando alguém estiver assediando você com doutrinas estranhas, não perca tempo, peça ajuda de alguém que você sabe que pode confiar (seu Pastor, professor de escola dominical ou seminário, seu Líder de Célula, etc.).
Versículos para memorizar:

“Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor,
 pensem nessas coisas. Ponham em prática tudo o que vocês aprenderam,receberam, ouviram e viram de mim. E o Deus de paz estará com vocês” - Filipenses 4:10-11 (NVI)

Jesus - A Simples Verdade

sexta-feira, 30 de novembro de 2012




Falando Sobre Crescimento na Graça


J. C. Ryle


Ryle serviu por quase 40 anos como ministro do Evangelho. Foi um escritor prolífico, um pregador vigoroso e um pastor fiel. Muitas de suas obras têm sido reeditadas e servido como fonte de instrução e consolo para o povo de Deus. A Editora Fiel publicou algumas de suas obras em português: o clássico “Santidade”; “Uma palavra aos moços”; “Fé genuína” e os quatro volumes de meditações nos evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João.


Quando falo sobre crescimento na graça, nem por um momento estou dizendo que os benefícios de um crente em Cristo podem crescer; não estou dizendo que o crente pode crescer em sua posição, segurança ou aceitação diante de Deus; que o crente pode ser mais justificado, mais perdoado, mais redimido e desfrutar de maior paz com Deus do que desde o primeiro momento em que ele creu. Afirmo categoricamente: a justificação de um crente é uma obra completa, perfeita, consumada; e o mais fraco dos crentes (embora ele não o saiba, nem o sinta) está tão completamente justificado quanto o mais forte deles. Declaro com firmeza: a nossa eleição, chamada e posição em Cristo não admitem qualquer progresso, aumento ou diminuição. Se alguém pensa que, por crescimento na graça, estou querendo dizer crescimento na justificação, está completamente enganado a respeito do assunto que estou considerando. Estou pronto a morrer na fogueira (se Deus me assistir), por causa da gloriosa verdade de que, no assunto da justificação diante de Deus, todo crente está completo em Cristo (Cl 2.10). Nada pode ser acrescentado à justificação do crente, desde o momento em que ele crê, e nada pode ser removido.
Quando eu falo sobre crescimento na graça, estou me referindo somente ao crescimento em grau, tamanho, força, vigor e poder das graças que o Espírito Santo implanta no coração de um crente. Estou dizendo categoricamente que todas aquelas graças admitem crescimento, progresso e aumento. Estou declarando com firmeza que o arrependimento, a fé, o amor, a esperança, a humildade, o zelo, a coragem e outras virtudes semelhantes podem ser maiores ou menores, fortes ou fracas, vigorosas ou débeis e podem variar muito em um mesmo crente, em diferentes épocas de sua vida. Quando eu falo sobre um crente que está crescendo na graça, estou dizendo apenas isto: os sentimentos dele em relação ao pecado estão se tornando mais profundos; a sua fé, mais forte; a sua esperança, mais brilhante; o seu amor, mais abrangente; sua disposição espiritual, mais sensível. Este crente sente mais o poder da piedade em seu próprio coração; manifesta mais piedade em sua vida; está progredindo de força em força, de fé em fé, de graça em graça. Deixo que outros descrevam a condição de tal crente, utilizando as palavras que lhe forem agradáveis. Eu mesmo penso que a melhor e mais verdadeira descrição de tal crente é esta: ele está crescendo na graça!

Jesus - A Simples Verdade

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

O Fermento dos Fariseus e Saduceus


 VIDA CRISTÃ


Jesus - A Simples Verdade

MATEUS 16.5-12

Introdução
O fermento é presente em todas as nossas vidas, tanto figura quanto literalmente.
Literalmente sabemos que o fermento, mesmo invisível, é presente. O padeiro quando quer fazer pão italiano faz uma massa sem fermento e deixa descansar no ar livre para ser fermentado naturalmente. O fermento no ambiente e no ar livre é suficiente para que a massa do pão italiano cresça. Assim prova que o fermento está em todo lugar.
Figurativamente sabemos que o fermento está em todo lugar pois o homem, com a sua natureza pecaminosa, junto com seu coração enganoso, está junto dele em todo lugar que ele for. Entenderemos melhor como o homem é igual ao fermento, logo logo.
O Significado da Palavra "Fermento"
A palavra “fermento” aparece treze vezes no Novo Testamento como substantivo (#2219, Strong’s) e quatro vezes como verbo (#2220, Strong’s). Outras nove vezes as palavras “pães azimos”, ou seja, pão não fermentado (#106, Strong’s) estão usadas no Novo Testamento.
A Natureza do Fermento
A natureza do fermento, tanto literal quanto figurativamente, aumenta o tamanho de algo. A aparência é feita maior, aparecendo melhor e mais valioso. Todavia, o aumento que o fermento faz em algo não é um aumento de substância. A massa não está acrescentada. Se pesássemos a massa do pão antes de ser fermentada e anotássemos o peso, e, depois de ser fermentada, a massa fosse pesada novamente, creio eu, o peso do pão fermentado seria muito semelhante ao peso da massa antes de adicionar o fermento. O fermento faz que a massa enche-se mas não com substância. O efeito do fermento no pão é bom para o pão, mas não é bom como qualidade para os Cristãos.
No nosso texto Jesus advertiu os seus discípulos de acautelai-vos do fermento dos Fariseus e dos Saduceus. Os discípulos não perceberam a razão da advertência. Vamos entender um pouco mais sobre o fermento no uso Bíblico para que possamos acautela-nos deste fermento.
O Fermento nas Escrituras
I Co. 5.6-8 – ‘fermento velho’ representa o tempo de estar dominado pelo pecado; viver segundo as concupiscências dos olhos, da carne, do soberba da vida.
Gl. 5.7-9 – fermento usado no contexto daquilo que impede o crescimento espiritual.
Mt 16.5-12 – nosso contexto o fermento é usado para representar a carnalidade entre os que líderes religiosos.
Ex 12.15-20 – A instituição da Páscoa quando o fermento é tirado das casas por sete dias (v. 19), / I Co. 11.17-30 – A instrução da Ceia do Senhor com admoestações de não comer indignamente, ou seja com pecado reinando na vida.
Mt. 13.33 – O Reino de Deus tem os que dizem ser ‘filhos do Reino’ mas são somente ‘filhos’ em aparência.
Acautelai-vos do Fermento dos Fariseus e Saduceus – A Sua Doutrina, Vista na Prática
Jesus estava advertindo os Seus discípulos da doutrina dos Fariseus (v. 12). Os Fariseus e os Saduceus confiaram muito em aparências. Para eles “Tanto maior que aparenta, melhor”. Pensaram: Maior o conhecimento das Leis e da Historia judaica, então maior o seu valor. Tanto mais correções eles poderiam derramar os outros, mais a aparência da sua própria retidão fosse assumida. Tanto mais publico o seu senso de devoção, mais perto parecia o seu andar perto diante de Deus. Mais branco as suas vestes, maior santidade quiseram aparentar. Maior o numero de vitórias nos debates, melhores esperavam evidenciar. Mas tudo isso Jesus quis advertir e acautelar os Seus discípulos para que não se assemelhassem a eles.
Os Fariseus e os Saduceus com toda a cerimônia gloriosa, a tradição rígida e o conhecimento detalhado, não eram proveitosos para real edificação ou para a evangelização da verdade. Se estufaram pelas suas astúcias e aparências e, nisso, deixaram de ter substância, ou seja, deixaram de ser úteis, de ser luz para os que andam em trevas.
Os Saduceus e os Fariseus, agindo com o seu maldito fermento, não tinham como ajudar os outros entrar no caminho estreito e nem poderiam ajudar-se a si mesmos a conhecer Cristo. Eram cheios de si mesmo ao ponto não enxergar a sua necessidade de um Salvador.
Tanto mais fermento, mais rejeição da Verdade. Estes que eram cheios de religião e auto justiças foram os próprios homens que em poucos meses enviaram uma grande multidão com espadas e varapaus para prender Jesus e leva-lo à casa do Sumo Sacerdote Caifas (Mt. 26.47-57).
Jesus advertiu os discípulos do fermento dos Fariseus e Saduceus com grande razão. Se os discípulos sentiam satisfeitos consigo mesmos, se os dons extraordinários fizessem eles pensar mais de se mesmos do que deviam, de ser auto-suficientes por serem escolhidos a mão por Jesus e ajuntados na primeira igreja do Senhor, e de pensar que tudo isso era por ter algo de mérito em si mesmos, eles seriam inúteis para a obra. Se eles ficassem cheios de si mesmos por terem a confissão correta que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo, ou seja, o alicerce da igreja, eles tornariam inúteis para o povo, desagradáveis a Deus e fedorentos à causa de Cristo. Com grande razão Cristo advertiu os discípulos do fermento dos Fariseus e Saduceus. Com grande razão somos advertidos pelo que lemos nas Escrituras. Confie nas Escrituras! Não creia no seu próprio coração.
Cristo é a Páscoa que foi sacrificado pelos pecadores. Uma característica dos lares dos judeus na festa da páscoa era de ser limpos de toda e qualquer fermento (Ex. 12. 15-20). Esta cerimônia representava Cristo, sem pecado, sem mancha, sem ruga, um sacrifício puro e justo no lugar do impuro e injusto (I Co. 5.7; I Pedro 3.18). Para entrar-mos em Cristo é necessário ser lavado pelo Seu sangue, ser vestido com a Sua justiça. Por isso a nossa mensagem é arrependei-vos do pecado, crendo pela fé em Cristo Jesus. Seja advertido do fermento dos fariseus e saduceus que diz: Aparências valem tudo! Você é o que você aparenta! Tal atitude leva a condenação.
O Cristão precisa ser constantemente purificado do fermento velho. Como o fermento está em todo lugar no ar, fermentando o pão naturalmente e provocando as alergias que muitos têm dele, também as influencias que estimulam a exaltação da carne está em todo lugar. O Cristão constantemente ser sondado pelo Espírito Santo usando a Palavra de Deus, e purificado pela confissão daquilo que o Espírito Santo mostra-lhe pela sondagem da Palavra, para ser aquela nova massa que Deus deseja. Não é aparência que agrada o Senhor mas a substância, a verdadeira vida nova de Cristo vivendo nas vidas, orações, e testemunhos dos Cristãos.
Convém que lembrem-se desta advertência. Não é agradável a Deus que sejam satisfeitos com as tapinhas nas costas, o favor do povo, as posições na igreja ou na sociedade religiosa. Seja acautelados dessas coisas pois isto é o fermento dos Fariseus e dos Saduceus! Tenha substância, ou seja, o próprio Cristo como Salvador! Tenha a verdadeira santificação que vem pela obediência pessoal da Palavra de Deus como alvo! Pode ser que o homem olhe ao lado exterior mas Deus vê o coração. Tanto vê quanto julga. Cuide-se!
Um pouco de fermento leveda toda a massa. Portanto tome cuidado com as coisas pequenas.
Pouca meditação de assuntos alheiros, da concupiscência, de maldade, malícia, vingança, ou ganância logo influencia as nossas ações em serem pecaminosas (Mt 15.19-20; Tg 3.13-16).
Palavras que parecem pequeninas podem separar grandes amigos - Pv 18.19, “O irmão ofendido é mais difícil de conquistar do que uma cidade forte; e as contendas são como os ferrolhos de um palácio.” Um momento de descuido nas palavras podem destruir bons costumes que levou meses e anos para construir (I Co 15.33, “Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes”). Para ser munido contra tais corrupções pelas palavras, faz que sejam poucas as palavras e os seus comentários sim, sim e não, não (Mt 5.37; Tg 1.19, “Portanto, meus amados irmãos, todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar.”; 5.12, “Mas, sobretudo, meus irmãos, não jureis, nem pelo céu, nem pela terra, nem façais qualquer outro juramento; mas que a vossa palavra seja sim, sim, e não, não; para que não caiais em condenação.”).
Um pouca de impureza numa vida somente faz que uma família seja destruída (Esaú e José são exemplos disso – Gn 27; ou Aça é exemplo de como uma pessoa pode permitir somente um pouco de desobediência na sua vida que destrua a família toda – Js 7). Por um pouco de fermento numa vida, uma igreja pode ser enfraquecida. Um pouco de abrir mão da doutrina, da prática, uma coisa mínima para agradar um irmão ou uma irmã, pode fazer que Cristo seja no lado de fora batendo a porta e aconselhando arrependimento e a volta ao primeiro amor (I Co 5.1-7).
Conclusão
Tem sido alimpado do fermento velho? Tem sido lavado pelo sangue de Jesus? Pela obra de Deus conhece o que é de ser uma massa nova? Cristo morreu para justificar os Seus, fazer dos Seus uma nova criatura, honrosa, santa, zelosa para as boas obras da obediência à Sua Palavra. Entra nessa nova vida pela regeneração, ou seja, arrependendo-se dos pecados e crendo em Cristo pela fé.
A sua religião depende de aparências? Tem sido feito uma nova massa com substância verdadeira?

Autor: Pr Calvin Gardner
Fonte: www.PalavraPrudente.com.br 

Jesus - A Simples Verdade



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