Jesus - a Simples Verdade

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Como reconhecer uma seita



Conheça as cinco características comuns e marcantes das seitas

Existem milhares de religiões neste mundo, e obviamente nem todas são certas. O próprio Jesus advertiu seus discípulos de que viriam falsos profetas usando Seu nome, e ensinando mentiras, para desviar as pessoas da verdade (Mateus 24.24). O apóstolo Paulo também falou que existem pessoas de consciência cauterizada, que falam mentiras, e que são inspirados por espíritos enganadores (1 Timóteo 4.1-2). Nós chamamos de seitas a essas religiões. Não estamos dizendo que todos os que pertencem a uma seita são desonestos ou mal intencionados. Existem muitas pessoas sinceras que caíram vítimas de falsos profetas. Para evitar que isto ocorra conosco, devemos ser capazes de distinguir os sinais característicos das seitas. Embora elas sejam muitas, possuem pelo menos cinco marcas em comum:

(1) Elas têm outra fonte de autoridade além da Bíblia. Enquanto que os cristãos admitem apenas a Bíblia como fonte de conhecimento verdadeiro de Deus, as seitas adotam outras fontes. Algumas forjaram seus próprios livros; outras aceitam revelações diretas da parte de Deus; outras aceitam a palavra de seus líderes como tendo autoridade divina. Outras falam ainda de novas revelações dadas por anjos, ou pelo próprio Jesus. E mesmo que ainda citem a Bíblia, ela tem autoridade inferior a estas revelações.

(2) Elas acabam por diminuir a pessoa de Cristo. Embora muitas seitas falem bem de Jesus Cristo, não o consideram como sendo verdadeiro Deus e verdadeiro homem, nem como sendo o único Salvador da humanidade. Reduzem-no a um homem bom, a um homem divinizado, a um espírito aperfeiçoado através de muitas encarnações, ou à mais uma manifestação diferente de Deus, igual a outros líderes religiosos como Buda ou Maomé. Freqüentemente, as seitas colocam outras pessoas no lugar de Cristo, a quem adoram e em quem confiam.

(3) As seitas ensinam a salvação pelas obras. Essa é uma característica universal de todas as seitas. Por acreditarem que o homem é intrinsecamente bom, pregam que ele pode acumular méritos e vir a merecer o perdão de Deus, através de suas boas obras praticadas neste mundo. Embora as seitas sejam muito diferentes em sua aparência externa, são iguais neste ponto. Algumas falam em fé, mas sempre entendem a fé como sendo um ato humano meritório. E nisto diferem radicalmente do ensino bíblico da salvação pela graça mediante a fé.

(4) As seitas são exclusivistas quanto à salvação. Pregam que somente os membros do seu grupo religioso poderão se salvar. Enquanto que os cristãos reconhecem que a salvação é dada a qualquer um que arrependa-se dos seus pecados e creia em Jesus Cristo como Salvador (não importa a denominação religiosa), as seitas ensinam que não há salvação fora de sua comunidade.

(5) As seitas se consideram o grupo fiel dos últimos tempos. Elas ensinam que receberam algum tipo de ensino secreto que Deus havia guardado para os seus fiéis, perto do fim do mundo. É interessante que ao nos aproximarmos do fim do milênio, cresce o número de seitas afirmando que são o grupo fiel que Deus reservou para os últimos dias da humanidade.

Podemos e devemos ajudar as pessoas que caíram vítimas de alguma seita. Na carta de Tiago está escrito que devemos procurar ganhar aqueles que se desviaram da verdade (Tiago 5.19-20). Para isto, entretanto, é preciso que nós mesmos conheçamos profundamente nossa Bíblia bem como as doutrinas centrais do Cristianismo. Mais que isto, devemos ter uma vida de oração, em comunhão com Cristo, para recebermos dele poder e amor e moderação.

Autor: Rev. Augustus Nicodemus Lopes
Fonte: Portal IPB - www.ipb.org.br
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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Vestimenta e Jóias



Vestimenta

Algumas denominações dão um valor excessivo ao chamado Uso & Costume, a ponto de excluir do rol de membros irmãos que não se enquadram na visão dos seus fundadores ou teólogos. À luz da Bíblia é impossível afirmar que a mulher ou o homem não deve usar determinada vestimenta. [A Bíblia não faz descrição do tipo de roupa que os crentes devam usar].

O homem no princípio de sua existência andava nu, Gn 2.25. As primeiras roupas que usou eram feitas de peles de animais, Gn 3.21. Subseqüentemente os materiais empregados no fabrico de vestimentas eram a lã, Gn 31.19; Lv 13.47; Jó 31.20, o linho, Ex 11.31; Lv 16.4, o linho fino, Gn 41.42, e finíssimo, Lc 16.19, a seda, Ez 14.10,13; Ap 18.12, o saco de cilício, Ap 6.12, e as peles de camelo, Mt 3.4. As peças essenciais dos trajes do homem e da mulher eram duas: Uma túnica, espécie de camisa de mangas curtas, chegando até aos joelhos, Gn 37.3; 2Sm 13.18, às vezes tecida de alto a baixo e sem costura, Jo 19.23, 24, cingida por um cinto; eram iguais para ambos os sexos, a diferenciação estava no estilo e na forma de usá-las. Outra peça consistindo em um manto, Rt 3.15; 1Rs 11.30; At 9.39, feito de um pano de forma quadrada, guarnecido de fitas, Nm 15.38; Mt 23.5. Punha-se sobre o ombro esquerdo, passando uma das extremidades por cima ou por baixo do braço direito. A parte inferior do baixo manto chama-se orla, Ag 2.12; Zc 8.23. As vestes dos profetas eram de peles de ovelhas, ou de cabritos, 2Rs 1.8; Zc 3.4; Hb 11.37, e também de peles de camelo, Mt 3.4. Outra peça de roupa era às vezes usada entre a túnica e a manta, por pessoas de distinção, e oficialmente pelo sumo sacerdote, Lv 8.7; 1Sm 2.19; 18.4; 24.4; 2Sm 13.18; 1Cr 15.27; Jó 1.20. Era uma veste comprida sem mangas, apertada na cinta. Os cintos serviam para facilitar os movimentos do corpo e eram feitos de couro, linhos crus ou finos, 2 Rs 1.8; Jr 13.1; Ez 16.10, muitas vezes bem elaborados com decorações artísticas, Ex 18.39; 39.29; Dn 2.5; Ap 1.13. A espada era levada à cinta e o dinheiro também, Jz 3.16; 1Sm 25.13; Mt 10.9. Fora de casa traziam sandálias, sapato rudimentar, feitas com uma sola de madeira ou de couro, Ex 16.10, apertadas aos pés nus por meio de correias, passando pelo peito do pé e à roda dos artelhos, Gn 14.23; Is 5.27; At 12.8. O povo comum andava com a cabeça descoberta. Às vezes traziam turbantes, Jó 29.14; Is 3.20; Ez 23.20. O véu era usado pelas mulheres em presença de pessoas estranhas, Gn 24.65; Ct 5.7, se bem que muitas vezes elas saíam com as faces descobertas, Gn 24.16; 26.8.

Os santos são sensíveis à voz do Espírito Santo e antes de usar determinadas vestes, procuram conhecer a vontade de Deus. Não é conveniente ao homem usar roupas sabidamente femininas, [e as mulheres usarem as roupas masculinas. É importante observar que cada cultura tem sua distinção de roupas femininas e roupas masculinas. Saias em nossa cultura são vestimentas femininas, no entanto para os escoceses a saia chamada "Kilt" são vestimentas para os homens. Em nossa cultura como por quase todos os países as calças são vestimentas para ambos os sexos, esta peça do vestuário, é usada tanto para o masculino como para o feminino, mudando é claro, o corte e tamanho.]

As mulheres devem vestir-se com sabedoria visando apenas à edificação do próximo, jamais, despertar a sensualidade ou desejos lascivos. Vestes transparentes, decotes [muito] profundos, saias e blusas [muito] curtas, calças [muito] apertadas ( [super] justas) e toda a espécie de roupas que mostram ou marcam [muito] o corpo despertando [propositalmente] a sensualidade devem ser rejeitadas. É preciso cuidado com os extremos, o uso de vestidos e saias cobrindo os tornozelos, blusas com mangas até os pulsos e golas à altura do pescoço; não é sinal de santidade, geralmente desperta a rejeição no próximo impedindo que exalemos o bom perfume de Cristo. [O uso destas roupas cumpridas (saias cobrindo os tornozelos, blusas com mangas até os pulsos e golas à altura do pescoço) é uma falsa santidade, uma devoção baseada na aparência e não nos frutos do Espírito Santo (“Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança." Gl 5.22).

O uso de roupas de "marca" ou "etiqueta" de modo geral é um canal aberto para o devorador (são caríssimas) e que desperta no coração a vaidade. [...]

"Quero também que as mulheres sejam sensatas e usem roupas decentes e simples. Que elas se enfeitem, mas não com penteados complicados, nem com jóias de ouro ou de pérolas, nem com roupas caras! Que se enfeitem com boas ações, como devem fazer as mulheres que dizem que são dedicadas a Deus!" 1 Tm 2:9,10

Jóias e Maquiagem

O uso de jóias e bijuterias não é errado, no entanto, é preciso que sejam sensatos. Os servos de Deus não deve assemelhar-se à uma "perua". A ostentação é um pecado.
O uso de maquiagem não é condenado por Deus, no entanto, às mulheres precisam ser sensíveis ao Espírito e não optar por nada demasiadamente pesado. O equilibro se aplica também a esta área.

"Não procure ficar bonita usando enfeites, penteados exagerados, jóias ou vestidos caros." 1Pe 3.3

Finalizando, medite:
"Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam. Ninguém busque o seu próprio interesse, e sim o de outrem." 1Co 10.23,24

Autor: Elias R. de Oliveira
Bibliografia: D. Bíblia John Davis

*Os texto em [...] são acrescemos do editor do site Teologia Calvinista.
Jesus - A Simples Verdade

terça-feira, 28 de junho de 2011

A conversão (fé e arrependimento)





Que é o verdadeiro arrependimento?
Que é fé salvífica?
Podem as pessoas aceitar Jesus como Salvador, mas não como Senhor?

1. EXPLICAÇÃO E BASE BÍBLICA
Os dois capítulos anteriores explicaram como o próprio Deus (por meio da pregação humana da Palavra) promulga o chamado do evangelho a nós e, pela obra do Espírito Santo, nos regenera, comunicando-nos nova vida espiritual interior. Neste capítulo vamos examinar nossa resposta ao chamado do evangelho. Podemos definir a conversão da seguinte maneira: A conversão é a nossa resposta deliberada ao chamado do evangelho, pela qual sinceramente nos arrependemos dos pecados e colocamos a nossa confiança em Cristo para sermos salvos.

A palavra conversão significa “voltar-se” — aqui ela significa a volta espiritual, a volta do pecado para Cristo. Esse retorno do pecado é chamado arrependimento, e o voltar-se para Cristo é chamado fé. Podemos olhar para cada um desses elementos da conversão e, em certo sentido, não importa qual deles vamos discutir primeiro, porque nenhum pode ocorrer sem o outro, e eles devem ocorrer juntos quando a verdadeira conversão acontece. Para os propósitos deste capítulo, examinaremos a fé salvadora primeiro e a seguir o arrependimento.

A. A verdadeira fé salvadora inclui conhecimento, aprovação e confiança pessoal.

1. Apenas o conhecimento não é suficiente.

A fé salvadora pessoal, da maneira como a Escritura a entende, envolve mais que mero conhecimento. É necessário que tenhamos algum conhecimento de quem Cristo é e o que ele fez, pois “como crerão naquele de quem não ouviram falar?” (Rm 10.14). Porém o conhecimento a respeito dos fatos da vida, morte e ressurreição de Jesus por nós não é suficiente, pois as pessoas podem conhecer fatos, mas podem se rebelar contra eles ou não gostar deles. Por exemplo, Paulo nos diz que muitas pessoas conheciam as leis de Deus, mas não as apreciavam: “Embora conheçam o justo decreto de Deus, de que as pessoas que praticam tais coisas merecem a morte, não somente continuam a praticá-las, mas também aprovam aqueles que as praticam” (Rm 1.32). Mesmo os demônios sabem quem Deus é e conhecem os fatos a respeito da vida de Jesus e de sua obra salvadora, pois Tiago diz: “Você crê que existe um só Deus? Muito bem! Até mesmo os demônios crêem—e tremem!” (Tg 2.19).
Mas esse conhecimento certamente não significa que os demônios são salvos.

2. Conhecimento e aprovação não são suficientes.

Além disso, o mero conhecimento dos fatos e a aprovação deles ou a concordância de que eles são verdadeiros não é suficiente. Nicodemos sabia que Jesus tinha vindo de Deus, porque ele disse: “Mestre, sabemos que ensinas da parte de Deus, pois ninguém pode realizar os sinais miraculosos que estás fazendo, se Deus não estiver com ele” (Jo 3.2). Nicodemos avaliara os fatos da situação, incluindo os ensinos de Jesus e os seus milagres notáveis, e havia tirado a conclusão correta daqueles fatos: Jesus era o mestre vindo da parte de Deus. Mas isso somente não significava que Nicodemos tinha fé salvadora, pois ele tinha ainda de colocar sua confiança em Cristo para ser salvo; ele ainda precisava “crer nele” O rei Agripa proporciona outro exemplo de conhecimento e aprovação sem fé salvadora. Paulo percebeu que o rei Agripa conhecia e aparentemente via com aprovação as Escrituras dos judeus (o que hoje chamados AT). Quando Paulo estava no tribunal perante Agripa, ele disse: “Rei Agripa, crês nos profetas? Eu sei que sim” (At 26.27). Todavia, Agripa não tinha a fé salvadora, pois ele disse a Paulo: “Você acha que em tão pouco tempo pode convencer-me a tornar-me cristão?” (At 26.28).

B. Fé e arrependimento devem vir juntos

Podemos definir o arrependimento da seguinte maneira: Arrependimento é a tristeza de coração pelo pecado, a renúncia ao pecado e o compromisso sincero de abandoná-lo e de andar em obediência a Cristo.

Essa definição indica que o arrependimento é algo que pode ocorrer em determinado ponto do tempo e não é equivalente à demonstração de mudança no padrão de vida de uma pessoa. Semelhantemente à fé, o arrependimento é o entendimento intelectual (de que o pecado está errado), a aprovação emocional dos ensinos da Escritura com respeito ao pecado (tristeza pelo pecado e o ódio dele) e a decisão pessoal de abandoná-lo (a renúncia ao pecado e decisão voluntária de deixá-lo e, em vez disso, de levar uma vida de obediência a Cristo). Não podemos dizer que alguém já vive realmente esse tipo de vida mudada antes de arrepender-se genuinamente, nem podemos dizer que o arrependimento se torna uma espécie de obediência que prestamos para merecer a própria salvação. Obviamente, o genuíno arrependimento resultará na vida mudada. De fato, a pessoa verdadeiramente arrependida começará a viver uma vida transformada, e podemos chamar essa vida transformada fruto do arrependimento. Mas nunca devemos exigir que haja um período de tempo em que uma pessoa realmente viva uma vida mudada antes que possamos lhe dar a certeza do perdão. O arrependimento é algo que ocorre no coração e envolve a totalidade da pessoa na decisão de abandonar o pecado.

E importante perceber que a mera tristeza que advém das ações de uma pessoa, ou mesmo o remorso profundo por causa dessas ações, não constitui o genuíno arrependimento a menos que ele seja acompanhado da decisão sincera de abandonar o pecado que está sendo cometido contra Deus. O arrependimento genuíno envolve a profunda convicção de que a pior coisa a respeito de pecado é que ele ofende o Deus santo. Paulo pregava a respeito da conversão “a Deus com arrependimento e fé em nosso Senhor Jesus” (At 20.21). Ele diz aos coríntios: “Agora, porém, me alegro, não porque vocês foram entristecidos, mas porque a tristeza os levou ao arrependimento. Pois vocês se entristeceram como Deus desejava, e de forma alguma foram prejudicados por nossa causa. A tristeza segundo Deus não produz remorso, mas sim um arrependimento que leva à salvação, e a tristeza segundo o mundo produz morte” (2Co 7.9,10). Uma espécie de tristeza mundana pode envolver pesar da pessoa por suas ações e provavelmente também o temor de punição, mas não é a renúncia genuína do pecado ou o compromisso de abandoná-lo. Hebreus 12.17 nos diz que Esaú chorou por causa das conseqüências das suas ações, mas não se arrependeu verdadeiramente. Além disso, como 2Coríntios 7.9,10 indica, mesmo a tristeza verdadeira e piedosa é apenas um fator que conduz ao arrependimento genuíno, mas tal tristeza não é em si mesma a decisão sincera do coração na presença de Deus que torna autêntico o arrependimento.

A Escritura coloca o arrependimento e a fé juntos, como aspectos diferentes do mesmo ato de ir a Cristo para ser salvo. O que acontece não é que a pessoa primeiro se volta do pecado e em seguida confia em Cristo, ou primeiro confia em Cristo e a seguir se volta do pecado, mas que ambas as coisas ocorrem ao mesmo tempo. Quando nos voltamos para Cristo a fim de receber salvação de nossos pecados, estamos simultaneamente nos apartando dos pecados dos quais pedimos a Deus que nos salve. Se isso não fosse verdade, o abandono do pecado para voltar-nos para Cristo para sermos salvos dificilmente poderia ser a conversão genuína a ele ou confiança nele.

O fato de que o arrependimento e a fé são simplesmente dois lados diferentes da mesma moeda, ou dois aspectos diferentes do mesmo evento da conversão, pode ser visto na figura abaixo:

Nesse diagrama, a pessoa que se volta genuinamente para Cristo para a salvação deve ao mesmo tempo ser liberta do pecado ao qual está presa a fim de voltar-se para Cristo.Assim, nem o arrependimento nem a fé vêm primeiro; eles devem vir juntos. John Murray fala de ”fé penitente” e de “arrependimento confiante”.
Não-cristão ARREPENDIMENTO + FE = CONVERSÃO

Conversão é a ação simples de voltar-se do pecado em arrependimento e voltar-se para Cristo em fé.
Portanto, é claramente contrário à evidência do NT falar a respeito da possibilidade de haver verdadeira fé salvadora sem haver arrependimento verdadeiro do pecado. É também contrário ao NT falar a respeito da possibilidade de alguém aceitar Cristo “como Salvador” mas não “como Senhor”, se isso significa simplesmente depender dele para a salvação, mas sem o compromisso de abandonar o pecado e ser obediente a Cristo daquele ponto em diante.

Quando Jesus convida pecadores: “Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso”, imediatamente acrescenta: “Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim” (Mt 11.28,29). Ira ele inclui tomar o fardo sobre nós, estando sujeitos à sua direção e orientação, aprendendo dele e sendo obedientes a ele. Se não temos o desejo de tal comprometimento, então não colocamos verdadeiramente nossa confiança nele.
Quando a Escritura fala em confiar em Deus ou em Cristo, ela muitas vezes conecta tal confiança ao arrependimento genuíno. Por exemplo, Isaías dá um testemunho eloqüente que é típico da mensagem de muitos profetas do AT: Busquem o SENHOR enquanto é possível achá-lo; clamem por ele enquanto está perto. Que o ímpio abandone o seu caminho, e o homem mau, os seus pensamentos. Volte-se ele para o SENHOR, que terá misericórdia dele; volte-se para o nosso Deus, pois ele dá de bom grado o seu perdão (Is 55.6,7).

Aqui ambos os elementos, o arrependimento do pecado e a vinda a Deus em busca do perdão, são mencionados. No NT, Paulo resume o seu ministério do evangelho como a tarefa de testificar, “tanto a judeus como a gregos, que eles precisam converter-se a Deus com arrependimento e fé em nosso Senhor Jesus” (At 20.21).O autor de Hebreus inclui como os dois primeiros elementos em uma lista de doutrinas elementares o “arrependimento de atos que conduzem à morte” e a “fé em Deus” (Hb 6.1). Naturalmente, às vezes a fé é mencionada isoladamente como necessária para vir a Cristo para ser salvo (v. Jo 3.16; At 16.31; Rm 10.9; Ef 2.8,9; etc.). Essas são passagens familiares, e nós as enfatizamos muitas vezes quando explicamos o evangelho a outras pessoas. Mas o que não percebemos com freqüência é que há muitas outras passagens onde somente o arrependimento é mencionado, pois está simplesmente subentendido que o verdadeiro arrependimento também envolverá a fé em Cristo para o perdão dos pecados. Os autores do NT entenderam tão bem que o arrependimento genuíno e a fé genuína tinham de estar juntos que muitas vezes mencionaram somente o arrependimento, entendendo que a fé já estava incluída, porque voltar-se dos pecados de modo genuíno é impossível independentemente do genuíno voltar-se para Deus. Portanto, exatamente antes de Jesus retornar ao céu, ele disse aos discípulos: “Está escrito que o Cristo haveria de sofrer e ressuscitar dos mortos no terceiro dia, e que em seu nome seria pregado o arrependimento para perdão de pecados a todas as nações, começando por Jerusalém” (Lc 24.46,47).A fé salvadora está implícita na frase “perdão de pecados”, mas não está explicitamente mencionada.

A pregação registrada no livro de Atos mostra o mesmo padrão. Após o sermão de Pedro no Pentecoste, a multidão perguntou: “‘Irmãos, que faremos?’ Pedro respondeu: ‘Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos seus pecados” (At 2.37,38). Em seu segundo sermão, Pedro falou aos ouvintes de modo semelhante, dizendo: “Arrependam-se, pois, e voltem-se para Deus, para que os pecados sejam cancelados” (At 3.19). Mais tarde, quando os apóstolos estavam no tribunal diante do Sinédrio, Pedro falou de Cristo, dizendo: “Deus o exaltou, colocando-o à sua direita como Príncipe e Salvador, para dar a Israel arrependimento e perdão de pecados” (At 5.31). Quando Paulo estava pregando no Areópago de Atenas para a assembléia de filósofos gregos, disse: “No passado Deus não levou em conta essa ignorância, mas agora ordena que todos, em todo lugar, se arrependam” (At 17.30). Ele também diz em suas cartas que “a bondade de Deus [...] leva ao arrependimento” (Rm 2.4), e fala do “arrependimento que leva à salvação” (2Co 7.10).

Quando percebemos que a fé salvadora genuína deve ser acompanhada pelo genuíno arrependimento do pecado, isso nos ajuda a entender por que algumas pregações do evangelho apresentam resultados inadequados hoje. Se não há menção da necessidade de arrependimento, às vezes a mensagem do evangelho se torna somente “crê em Jesus Cristo e serás salvo”, sem qualquer menção ao arrependimento. Mas essa versão enfraquecida do evangelho não exige o compromisso do coração para com Cristo — o compromisso com a pessoa de Cristo. Se o evangelho é genuíno, deve incluir o compromisso de abandonar o pecado. A pregação sobre a necessidade de fé sem o arrependimento é a pregação do evangelho pela metade. Resultará em muitas pessoas sendo enganadas, pensando que ouviram o evangelho cristão e obedeceram a ele, mas nada aconteceu. Podem até dizer algo do tipo: “Aceitei Cristo como Salvadoras várias vezes e isso nunca funcionou”. Todavia, nunca realmente receberam Cristo como seu Salvador, porque ele vem a nós em sua majestade e convida-nos a recebê-lo como ele é — o único que verdadeiramente merece e exige ser o Senhor absoluto de nossa vida.
Por fim, o que diremos a respeito da prática comum de pedir às pessoas que orem a fim de receber a Cristo como seu Salvador pessoal e Senhor? Desde que a fé pessoal em Cristo deve envolver uma decisão da vontade, é com freqüência muito útil expressar essa decisão em palavras faladas, e isso poderia muito naturalmente tomar a forma de uma oração a Cristo na qual lhe dizemos de nossa tristeza pelos pecados, de nosso compromisso de abandoná-los e de nossa decisão de realmente colocar nossa confiança nele. Tal oração em si mesma não nos salva, mas a atitude do coração que ela representa se constitui na verdadeira conversão, e a decisão de expressar essa oração pode muitas vezes ser o ponto em que a pessoa verdadeiramente vem à fé em Cristo.

C. Tanto a fé como o arrependimento continuam pela vida toda

Embora tenhamos considerado a fé e o arrependimento iniciais os dois aspectos da conversão no começo da vida cristã, é importante perceber que a fé e o arrependimento não estão confinados à etapa inicial de nossa vida cristã. Antes tratam-se de atitudes do coração que permanecem ao longo de toda a nossa vida como cristãos. Jesus diz aos seus discípulos para orar diariamente:
“Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores” (Mt 6.12), oração que, se autêntica, certamente envolverá tristeza diária pelo pecado e arrependimento genuíno. E o Cristo ressuscitado diz à igreja de Laodicéia: “Repreendo e disciplino aqueles que eu amo. Por isso, seja diligente e arrependa-se” (Ap 3.19; cf.2Co 7.10).

Com relação à fé, Paulo nos diz: “Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor” (lCo 13.13). Ele certamente quer dizer que esses três permanecem em todo o transcorrer de nossa vida, mas provavelmente também quer dizer que eles permanecem por toda a eternidade: se fé é a confiança em Deus para suprir nossas necessidades, então essa atitude nunca cessará, nem mesmo na era por vir. Mas, de qualquer forma, o ponto claramente enfatizado é o de que a fé continua no decorrer de toda esta vida. Paulo também diz: “A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gl 2.20).

Portanto, embora seja verdadeiro que a fé salvadora inicial e o arrependimento inicial ocorrem somente uma vez na vida, e quando ocorrem constituem a verdadeira conversão, as atitudes do coração de arrependimento e fé somente começam na conversão. Essas mesmas atitudes devem continuar no decorrer de toda nossa vida como cristãos. A cada dia deveria haver no coração o sentimento de arrependimento pelos pecados que cometemos e fé em Cristo para suprir nossas necessidades e capacitar-nos a viver a vida cristã.

Autor: Wayne Grudem
Fonte: Teologia Sistemática do autor, Ed. Vida Nova

Jesus - A Simples verdade

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Livre-arbítrio: Afinal, temos ou não temos?




Nota:CFW = Confissão de Fé de Westminster

Neste estudo, iremos procurar entender a questão que envolve o termo “Livre-arbítrio”.
Trata-se de um tema que trouxe grande discussão durante alguns períodos da História. O entendimento diferente acerca deste tema, ou seja a defesa da existência de um “livre-arbítrio” ou a sua negação, tem divido pessoas até hoje.
Mas, afinal temos ou não temos livre-arbítrio? É isto mesmo que iremos verificar, não só analisando as posições teológicas acerca do assunto, mas, buscando luz da Bíblia para clarear nosso entendimento. Antes de mais nada precisamos definir o que seja esse tal “Livre-arbítrio”:

1. Livre-arbítrio
“Livre-arbítrio”, tem sido definido, como a capacidade dada ao homem, por ocasião de sua criação, para escolher entre o bem e o mal, entre agradar a Deus ou desobedecê-Lo. Seria o “livre poder de eleger o bem ou o mal”.
Héber Carlos de Campos também a define como tendo sido a capacidade que o homem teve, “de escolher as coisas que combinavam com a sua natureza santa, mas que, mutavelmente, pudesse escolher aquilo que era contrário à sua natureza santa”.
Vejam que tais definições, estão de acordo com o que prescreve a nossa Confissão de Fé:
O homem em seu estado de inocência , tinha a liberdade e o poder de querer e fazer aquilo que é bom e agradável a Deus, mas mudavelmente, de sorte que pudesse decair dessa liberdade e poder.

É importante dizermos que quanto a definição, não existe dificuldade. O problema todo que envolve o tema, é se o homem hoje, depois da queda , possui ou não esse tal de livre-arbítrio.
Antes mesmo de entrar propriamente na discussão, se o homem ainda dispõe dessa capacidade, precisamos dizer algo acerca de uma faculdade natural e inalterada no homem, mesmo depois da queda, chamada de “livre agência” ou “capacidade de escolha”.

2. Livre Agência ou Capacidade de Escolha
Existe no homem uma capacidade tal que lhe dá condições de fazer escolhas, de acordo com o que lhe é agradável. O homem sempre e em qualquer condição, faz as suas escolhas, de tal forma que ele é responsabilizado por elas. “Essa capacidade ou aptidão é um aspecto inalienável da natureza humana normal”. Ele é livre para escolher o que lhe agrada, de acordo com suas inclinações.
Sobre este aspecto da existência humana a CFW diz o seguinte:
Deus dotou a vontade do homem com tal liberdade natural, que ela nem é forçada para o bem nem para o mal, nem a isso determinada por qualquer necessidade absoluta de sua natureza. Ref. Tiago 1:14; Deut. 30:19; João 5:40; Mat. 17:12; At.7:51; Tiago 4:7.

Comentando acerca desta seção da CFW, A. A. Hodge diz o seguinte:
...que a alma humana, inclusive todos os seus instintos, idéias, juízos, emoções e tendências, tem o poder de decidir por si mesma; isto é, a alma decide em cada caso como geralmente lhe agrade.

O homem é livre para escolher, sendo que nada externamente pode forçar suas escolhas. Isto é essencial no homem, faz parte da sua criação a imagem e semelhança de Deus. “À parte dela, não pode haver qualquer responsabilidade, confiança ou planejamento. À parte dela, não pode haver educação, religião ou adoração. À parte dela, não pode haver qualquer arte, ciência ou cultura. A capacidade de escolher é uma condição sine qua non de toda a vida humana”.
A definição de Campos sobre este assunto é também esclarecedora:
Livre Agência, por outro lado, poderia ser definida como a capacidade que todos os seres racionais têm de agir espontaneamente, sem serem coagidos de fora, a caminharem para qualquer lado, fazendo o que querem e o que lhes agrada, sendo, contudo, levados a fazer aquilo que combina com a natureza deles.

Campos ainda falando sobre este aspecto, enfatizando a responsabilidade humana em suas escolhas diz:
É importante que o ser racional que ele aja sempre movido pelo seu ego. A responsabilidade dele sempre estará diretamente ligada à voluntariedade do seu ato. Todos os atos dele devem ser auto-inclinados e auto-determinados.

Portanto, para que haja responsabilidade, não é necessário que haja o poder de escolha contrária, mas sim, que haja o poder de auto-determinação, que a ação seja nascida nas inclinações do ser racional.

Pelo que ficou demonstrado, em qualquer época o homem é livre para agir conforme sua condição, sua natureza, ou seja, ele sempre faz o que quer conforme a sua inclinação.

3. A queda do homem: O que aconteceu ao livre-arbítrio?
Como dissemos acima, na criação o homem recebeu a capacidade de fazer escolhas e possuía também a liberdade de fazer escolhas certas, ou seja podia escolher agradar a Deus, de tal forma que pudesse cair desse estado em que foi criado. O homem foi criado totalmente santo, integro, contudo podia escolher algo que fosse contrário a essa sua natureza. E foi isso o que aconteceu, ou seja, escolheu pecar. “No princípio, portanto, o homem não era um ser neutro, nem bom nem mau, mas um ser bom que era capaz de, com a ajuda de Deus, viver uma vida totalmente agradável a Deus”. Como dizia Agostinho, o homem tinha a “capacidade de não pecar” (posse non peccare).
Neste sentido, até antes de sua queda podemos dizer, o homem possuía o livre-arbítrio, contudo com a desobediência, ele perdeu tal capacidade, sendo que não mais consegue fazer escolhas certas, não consegue agradar a Deus. Suas escolhas serão sempre determinadas pelo estado em que caiu. Suas escolhas serão de acordo com a sua natureza.
É neste ponto que surgem então discussões, pois, diferente da posição Reformada Calvinista, os Arminianos irão afirmar que o homem ainda possui o livre-arbítrio. Ele pode sem a intervenção de Deus, em seu estado natural, fazer escolhas espirituais acertadas.
Para os arminianos a queda do homem, embora tenha trazido algum prejuízo não afetou totalmente o homem, sendo que, continua em seu estado natural a ter habilidades para escolher a salvação, para escolher agradar a Deus. Desta forma, a depravação não foi total.
Vejam mais detalhadamente a posição dos arminianos quanto a depravação do homem:
Embora a natureza humana tenha sido seriamente afetada pela queda, o homem não ficou reduzido a um estado de incapacidade total. Deus, graciosamente, capacita todo e qualquer pecador a arrepender-se e crer, mas o faz sem interferir na liberdade do homem. Todo pecador possui uma vontade livre (livre arbítrio), e seu destino eterno depende do modo como ele usa esse livre arbítrio. A liberdade do homem consiste em sua habilidade de escolher entre o bem e o mal, em assuntos espirituais. Sua vontade não está escravizada pela sua natureza pecaminosa.. O pecador tem o poder de cooperar com o Espírito de Deus e ser regenerado ou resistir à graça de Deus e perecer. O pecador perdido precisa da assistência do Espírito, mas não precisa ser regenerado pelo Espírito antes de poder crer, pois a fé é um ato deliberado do homem e precede o novo nascimento. A fé é o dom do pecador a Deus, é a contribuição do homem para a salvação.

O ensino arminiano segue o raciocínio de Pelágio, com diferença apenas no fato de que este, dizia que a queda não afetou em nada a humanidade, de tal forma que “o homem continua nascendo na mesma condição em que Adão estava antes da queda. Esta isento não só de culpa, como também de polução.” Por isso, os arminianos são considerados semi-pelagianos, pois pensam que o homem depois da queda tenha capacidade para fazer escolhas certas.
Os reformados calvinistas, em contra partida, afirmam que a queda incapacitou totalmente o homem, afetando todas as suas faculdades. O homem após a queda perdeu tal liberdade, sendo agora escravo do pecado, morto espiritualmente.
Vejam mais detalhadamente o pensamento calvinista sobre a depravação total
Devido à queda, o homem é incapaz de, por si mesmo, crer de modo salvador no Evangelho. O pecador está morto, cego e surdo para as coisas de Deus. Seu coração é enganoso e desesperadamente corrupto. Sua vontade não é livre, pois está escravizada à sua natureza má; por isso ele não irá - e não poderá jamais - escolher o bem e não o mal em assuntos espirituais. Por conseguinte, é preciso mais do que simples assistência do Espírito para se trazer um pecador a Cristo. É preciso a regeneração, pela qual o Espírito vivifica o pecador e lhe dá uma nova natureza. A fé não é algo que o homem dá (contribui) para a salvação, mas é ela própria parte do dom divino da salvação. É o dom de Deus para o pecador e não o dom do pecador para Deus.

Os calvinistas neste sentido, seguem os ensinos de Agostinho, que por sua vez combateu os ensinamentos de Pelágio. Agostinho ensinou que quando os seres humanos “pecaram, embora não perdessem a sua capacidade de fazer escolhas, perderam a sua capacidade de servir a Deus sem o pecado – em outras palavras, a sua verdadeira liberdade. O homem tornou-se, então, um escarvo do pecado; ele passou ao estado de ‘não ser capaz de não pecar’ (non posse non peccare).”
A CFW afirma o seguinte acerca disso:
O homem, caindo em um estado de pecado, perdeu totalmente todo o poder de vontade quanto a qualquer bem espiritual que acompanhe a salvação, de sorte que um homem natural, inteiramente adverso a esse bem e morto no pecado, é incapaz de, pelo seu próprio poder, converter-se ou mesmo preparar-se para isso. Ref. Rom. 5:6 e 8:7-8; João 15:5; Rom. 3:9-10, 12, 23; Ef.2:1, 5; Col. 2:13; João 6:44, 65; I Cor. 2:14; Tito 3:3-5.

Calvino também disse o seguinte acerca desta situação do homem:
As Escrituras atestam que o homem é escravo do pecado; o que significa que seu espírito é tão estranho à justiça de Deus que não concebe, deseja, nem empreende coisa alguma que não seja má, perversa, iníqua e impura; pois o coração, completamente cheio do veneno do pecado, não pode produzir senão os frutos do pecado.

O homem, após a queda não possui mais o livre-arbítrio, não pode mais escolher algo que é contrário a sua natureza pecaminosa. Ele está morto, cego, é escravo do pecado.
Esta doutrina defendida pelos calvinistas, pelos reformados, que por sua vez é negada pelos arminianos, não se trata apenas de uma posição teológica diferente, e sim de afirmação bíblica. Nega-la é o mesmo que renunciar a Palavra de Deus neste assunto.
São inúmeros os textos que afirmam tal verdade, falando que o homem está incapacitado totalmente de atender ao convite de salvação, de atender as exigências divinas. Isto acontece por seu próprio pecado, por sua própria inclinação e desejo. À parte da graça de Deus o homem, por sua própria iniciativa não pode salvar-se, ou escolher isto.
Vejamos textos que servem de base para a doutrina calvinista:

1. O homem está morto, incapaz de qualquer bem, precisando da intervenção divina: Jr 13.23; Ef. 2.1-10; Rm 3.9-18, 23; Cl 2.13; Tt 3.3-5.
2. O homem não consegue ir até Jesus, senão com a ajuda somente de Deus: Jo 6.44, 65; Rm 9.16.
3. O homem precisa nascer de novo, contudo, isto só aconteça através da atuação do Espírito Santo, que age soberanamente: Jo 3.1-15.
4. O homem não pode compreender as coisas espirituais, senão pelo Espírito: I Co 2.14-16.
5. A Bíblia declara que o homem está cego, é escarvo do pecado. Não pode fazer outra coisa senão pecar, a não ser que Deus mude seu estado: Ef. 4.18; Jo 8.31-36; Jo 9.35-41; Rm 6.15-23; 2 Tm 2.26.
6. O homem não pode apresentar um fruto diferente daquilo que ele é: Mt 7.16-18; Tg 1.16-18.

Percebam que, afirmar que o homem tem o livre-arbítrio, é o mesmo que ignorar tais textos da Bíblia.
É importante enfatizar que, o homem mesmo neste estado, continua ser um agente livre, ou seja, ele exerce “a livre agência”. Isto quer dizer que continua a fazer as suas escolhas, contudo, não escolhe nada que seja contrário a sua natureza pecaminosa (Jo 5.40; Tg 1.14; Mt 17.12; At 7.51; Ef 2.3). O homem nunca é forçado a fazer algo que não deseja. Faz sempre aquilo que lhe traz prazer.
Sobre isto, diz Calvino:
Não pensemos, entretanto, que o homem peca como que impelido por uma necessidade incontrolável; pois peca com o consentimento de sua própria vontade continuamente e segundo sua inclinação. Mas, visto que, por causa da corrupção de seu coração, odeia profundamente a justiça de Deus; e, por outro lado, atrai para si toda sorte de maldade, por isso afirmamos que não tem o livre poder de eleger o bem ou o mal – que é o que chamamos livre-arbítrio.

Campos diz também o mesmo:
Originalmente, antes da queda, o homem teve tanto o livre arbítrio como a livre agência. Depois da queda o homem ficou somente com a livre agência, pois perdeu tanto o desejo quanto a capacidade de fazer o bem, isto é, o poder de agir contrariamente à sua natureza.

Assim, é o homem quem escolhe continuar no pecado, contudo, não tem capacidade, por causa do seu próprio pecado e maldade, para escolher coisa diferente a não ser que suas inclinações e vontade sejam transformadas por Deus, recebendo habilidade para escolher o que é bom e reto. Por isso o homem é sempre responsabilizado por seus atos, pois, sempre escolhe o que lhe agrada.

4. Na Redenção do Homem: O que acontece ao livre-arbítrio?
Quando Deus em sua livre graça, resolvendo salvar o homem, age em seu coração, pela ação do Espirito lhe implanta vida, o que acontece é que o homem recebe habilidade para escolher o que é reto e bom. A Bíblia descreve este ato, como o da libertação de um escravo, dando-lhe liberdade para escolher o que é agradável a Deus, contudo, muito embora liberto, pode ainda inclinar-se para o pecado. O homem passa a desejar o que é bom. Isto não significa que não deseje o pecado, pois, ainda permanece nele a imperfeição.
Sobre isto diz a CFW:
Quando Deus converte um pecador e o transfere para o estado de graça, ele o liberta da sua natural escravidão ao pecado e, somente pela sua graça, o habilita a querer e fazer com toda a liberdade o que é espiritualmente bom, mas isso de tal modo que, por causa da corrupção, ainda nele existente, o pecador não faz o bem perfeitamente, nem deseja somente o que é bom, mas também o que é mau. Ref. Col.1: 13; João 8:34, 36; Fil. 2:13; Rom. 6:18, 22; Gal.5:17; Rom. 7:15, 21-23; I João 1:8, 10.

Estaria o homem regenerado na mesma condição de Adão antes da queda, ou seja, teria ele agora novamente o livre-arbítrio? Não, pois, não voltamos a ser como era Adão. Ele era perfeitamente reto, santo, e podia escolher algo que fosse contrário ao que era a sua natureza. O homem regenerado, recebe liberdade para escolher o que é bom, contudo, não tem o livre arbítrio, pois não escolhe algo contrário ao que ele é. Ou seja, quando escolhe o que é bom, faz isso de acordo com a sua nova natureza criada em Cristo e quando escolhe pecar, faz isso, conforme a sua natureza carnal. Esta é a luta que reside dentro do homem restaurado. Ele não pode dar lugar ao velho homem (Ef 4.17-24; Cl 3.1-11).
É importante ressaltar que, sendo regenerado o homem recebe habilidade, que antes não tinha, para escolher a Deus. Conforme Agostinho, o homem recebe a capacidade de não pecar (posse non peccare). Por isso, e somente assim, pode atender ao convite do Evangelho para a sua salvação. O homem na regeneração, continua a exercer a sua “livre agência”.
Vejam como a CFW, fala da condição que o homem para fazer escolhas espirituais, como um ser ativo:
Todos aqueles que Deus predestinou para a vida, e só esses, é ele servido, no tempo por ele determinado e aceito, chamar eficazmente pela sua palavra e pelo seu Espírito, tirando-os por Jesus Cristo daquele estado de pecado e morte em que estão por natureza, e transpondo-os para a graça e salvação. Isto ele o faz, iluminando os seus entendimentos espiritualmente a fim de compreenderem as coisas de Deus para a salvação, tirando-lhes os seus corações de pedra e dando lhes corações de carne, renovando as suas vontades e determinando-as pela sua onipotência para aquilo que é bom e atraindo-os eficazmente a Jesus Cristo, mas de maneira que eles vêm mui livremente, sendo para isso dispostos pela sua graça. Ref. João 15:16; At. 13:48; Rom. 8:28-30 e 11:7; Ef. 1:5,10; I Tess. 5:9; 11 Tess. 2:13-14; IICor.3:3,6; Tiago 1:18; I Cor. 2:12; Rom. 5:2; II Tim. 1:9-10; At. 26:18; I Cor. 2:10, 12: Ef. 1:17-18; II Cor. 4:6; Ezeq. 36:26, e 11:19; Deut. 30:6; João 3:5; Gal. 6:15; Tito 3:5; I Ped. 1:23; João 6:44-45; Sal. 90;3; João 9:3; João6:37; Mat. 11:28; Apoc. 22:17.

Esta vocação eficaz é só da livre e especial graça de Deus e não provem de qualquer coisa prevista no homem; na vocação o homem é inteiramente passivo, até que, vivificado e renovado pelo Espírito Santo, fica habilitado a corresponder a ela e a receber a graça nela oferecida e comunicada.
Ref. II Tim. 1:9; Tito 3:4-5; Rom. 9:11; I Cor. 2:14; Rom. 8:7-9; Ef. 2:5; João 6:37; Ezeq. 36:27; João5:25.

É o homem que diz sim a Deus, que diz sim ao chamado do Evangelho, depois de Ter sido habilitado, libertado do pecado. O abrir do olhos, a nova criação, o nascer de novo, é obra da livre graça de Deus e se não for assim, ninguém poderá crer em Cristo. Se não recebermos a fé que vem do Senhor, nunca poderemos crer. Maravilhosa graça!

5. Na glorificação do Homem: Terá o livre-arbítrio?
Quando formos glorificados, por ocasião da vinda de Cristo e completação de nossa salvação, teremos de volta o livre-arbítrio? Não, na glorificação, não voltaremos a ser como Adão, estaremos à frente dele, pois, ele quando criado não gozava de uma perfeição permanente, ou seja, podia cair de tal estado. Ele podia escolher algo contrário a sua natureza, contudo, se tivesse sido obediente poderia Ter alcançado a perfeição permanente. Os crente glorificados alcançarão o que Adão não pode alcançar. Teremos perfeita liberdade para servir a Deus. Continuaremos a ser agentes livres, pois, escolheremos o que estará de acordo com a nossa natureza perfeita. Nunca escolheremos pecar, pois, não haverá tal possibilidade, então, nunca mais teremos o livre-arbítrio.
Desta forma, como disse Agostinho, alcançaremos o estado “não posso pecar” (non posse peccare).
Diz a CFW:
É no estado de glória que a vontade do homem se torna perfeita e imutavelmente livre para o bem só. Ref. Ef. 4:13; Judas, 24; I João 3:2.

Comentando a CFW, Hodge diz:
Quanto ao estado dos homens glorificados no céu, nossa Confissão ensina que continuam, como antes, agentes livres; contudo, os restos de suas velhas tendências morais corruptas, sendo extirpadas para sempre, e as graciosas disposições implantadas na regeneração, sendo aperfeiçoadas, e o homem todo, sendo conduzido à medida da estatura do varão perfeito, à semelhança da humanidade glorifica de Cristo, permanecem para sempre perfeitamente livres e imutavelmente dispostos à perfeita santidade. Adão era santo e instável. Os homens não regenerados são impuros e estáveis; isto é, são permanentes na impureza. Os homens regenerados possuem duas tendências morais opostas, digladiando-se pelo domínio em seus corações. São lançadas entre elas, contudo a tendência graciosamente implantada gradualmente por fim prevalece perfeitamente. Os homens glorificados são santos e estáveis. São todos livres e, portanto, responsáveis.

Portanto na glorificação, seremos para sempre livres, sem também o livre-arbítrio para sempre.

Conclusão:
Os reformados, os calvinistas crêem no livre-arbítrio, como tendo sido uma habilidade concedida a Adão e perdida na queda. Desde então o homem ficou desprovido de qualquer habilidade para fazer escolhas santas, agradáveis a Deus. Não lhe resta outro desejo senão o de pecar, conforme as inclinações de seu próprio coração, sendo assim, um agente livre e responsável.
Cremos que, nunca mais tal habilidade fará parte da existência humana. O fato de Deus nos libertar do pecado nos habilitando a fazer escolhas acertadas, não é o mesmo que dizer que temos o livre-arbítrio. As escolhas sempre estarão de acordo com a nossa natureza, ou naturezas.
Nem antes, nem depois, voltaremos a ser como era Adão. Na glorificação estaremos à frente dele, num estado em que o pecado não será possível.
Dizermos que existe um tal de livre-arbítrio, seria o mesmo que dizer que Deus não é soberano sobre a salvação do pecador, que Ele está sujeito ao querer do homem.
Se não fosse Deus, sua graça o que seria de nós, nunca escolheríamos a Ele.
Que o estudo acerca desse tema, possa-nos motivar a glorificar a Deus por causa da sua graça que, agindo em nós mudou nos inclinações e vontade, fazendo-nos querer, desejar, o que não queríamos nem desejávamos.

Sola Gratia!
Soli Deo Gloria!

Autor: Rev. Waldemar Alves da Silva Filho
Fonte: Portal IPB - http://www.ipb.org.br
Jesus - A Simples Verdade

domingo, 26 de junho de 2011

Um Ministério Fiel



Robert Murray McCheyne

“Pelo que, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos; pelo contrário, rejeitamos as coisas que, por vergonhosas, se ocultam, não andando com astúcia, nem adulterando a palavra de Deus; antes, nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade. Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que está encoberto, nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor e a nós mesmos como vossos servos, por amor de Jesus. Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecer á a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo.”

Queridos amigos, hoje faz cinco anos que comecei o meu ministério entre vocês, neste lugar. É bom que agora, na presença de Deus, vejamos como progredimos nestes anos. Vamos observar:

1. Todos os fiéis ministros do evangelho proclamam a Cristo

Jesus como Senhor.

.Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor. (v. 5). Ora, há duas coisas implícitas nesse tipo de pregação.

a. Não pregamos as imaginações de nossas mentes, mas a verdade sobre a pessoa de Cristo.

Muitos homens pregam a si mesmos e suas próprias teorias. Ainda antes da época dos apóstolos isto acontecia: muitos ensinavam as suas próprias imaginações. Mas, quando os apóstolos surgiram, pregaram de maneira diferente. João Batista testemunhou: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!. (Jo 1.29). De forma semelhante, os apóstolos disseram: .E nós somos testemunhas de tudo o que ele fez na terra dos judeus e em Jerusalém; ao qual também tiraram a vida, pendurando-o no madeiro. (At10.39). E lembramo-nos de Felipe, que desceu a Samaria e .anunciava-lhes a Cristo. (At 8.5). Foi exatamente isso que o apóstolo João afirmou em sua primeira carta: .O que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. (1.3). Este é o início, o meio e o fim de um ministério de pregação do evangelho.

Olhando para os cinco anos de nosso ministério, acho que posso colocar a mão sobre o coração e humildemente pensar que tenho feito isso durante esse tempo. E por que devemos fazer isto? Porque o evangelho é a mais vivificante mensagem do mundo.

Em certa noite, estava passando ao lado de uma casa e ouvi um homem pregando, um homem que parecia demonstrar sinceridade. Parei e escutei . ele estava pregando sobre leis e política. Observei que um homem pode pregar até mesmo sobre o dia do juízo, mas ele nunca torna as pessoas santas. Mas, nós pregamos a Cristo Jesus como Senhor, para que vocês tornem-se santos.

b. Não pregamos a nós mesmos, e sim a pessoa de Cristo.

Creio que todos os ensinadores mundanos pregam a si mesmos; mas este não deve ser objetivo de ministros fiéis. É a Cristo Jesus, o Senhor, que devemos louvar e não aos homens. Novamente, considerando nosso ministério até agora, podemos afirmar que, embora tenha cometido tantas faltas quanto outros homens, eu não continuaria no ministério do evangelho por mais um dia sequer, se o fizesse apenas por causa de um título. Mas, se pertencemos a Cristo, Ele nos fará pregar a respeito de sua própria pessoa.

Às vezes, sinto que estaria disposto a ser morto, esquecido e desprezado, se tão-somente vocês se tornassem amigos de Cristo.

2. A pregação de todo fiel ministro do evangelho flui de sua experiência pessoal de conversão.

.Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo. (2 Co 4.6). Queridos amigos, existem muitos ensinadores (acredito que são bem-intencionados) que não pregam com base em sua própria experiência; foram colocados no ministério do evangelho, mas não conhecem a Cristo. À semelhança de Balaão, falam sobre uma estrela que jamais viram (Nm 24.17). Este não era o caso de Paulo: Deus havia resplandecido em seu coração. E observem o que ele recebeu: a .iluminação do conhecimento da glória de Deus.. Não foi uma contemplação de Cristo com olhos carnais. Muitos que viram a face do Senhor Jesus estão lamentando no inferno. O que Paulo recebeu? Deus outorgou-lhe um verdadeiro, divino e espiritual conhecimento do poder, amor e beleza de Cristo, a fim de que ele, Paulo, pregasse somente o Senhor Jesus. Oh! amados, foi isto que capacitou o apóstolo a pregar aos gentios as .insondáveis riquezas de Cristo.. Foi isto que o fez permanecer sem temor diante de Nero.

Queridos amigos, vocês podem dizer que Deus resplandeceu em seus corações? Observem onde se inicia a conversão. Ela procede de Deus, que ordenou resplandecesse a luz onde havia trevas. Houve uma época quando o mundo era um caos. O que poderia trazer luz ao mundo naquela situação? Uma serena voz disse: .Haja luz.; e a luz passou a existir. O mesmo ocorre na conversão: .Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo.. Vocês podem dizer isto? Se não, ainda se encontram nas trevas.

Oh! amados, orem para que ministros fiéis preguem como resultado de sua própria experiência com o Senhor. Somente aqueles que vêem a Cristo são capazes de fazê-Lo conhecido. Somente quando a água viva está fluindo, podemos falar sobre o seu poder santificador. Orem, então, para que tenhamos ministros fiéis. 3. A maneira como o ministro fiel prega.

.Pelo que, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos. (v. 1).

a.Pregamos sem desfalecer.

Há muitas coisas que tendem a desanimar um ministro do evangelho. O homem natural não é capaz de suportar o que os fiéis ministros do evangelho suportam. A reprovação da parte do mundo é uma das coisas que tende a nos desanimar. Você recorda como as pessoas qualificaram nosso Senhor; chamaram- no de .bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores . (Mt 11.19). Estas são palavras desagradáveis. Não conheço nada mais difícil de suportar do que a reprovação dos homens mundanos e abastados. Eles interpretam como condenação todos os nossos esforços para salvá-los. Também desfalecemos quando pessoas abandonam nosso ministério, quando voltam para trás e não mais andam com Jesus. Outra causa de desânimo é ver muitas pessoas que permanecem na igreja mas vivem como incrédulos. Amados, estas são coisas que tendem a nos fazer desanimar.

Com freqüência tenho me sentido como se estivesse em terra firme e ouvisse um navio chocar-se contra as rochas; tenho gritado que existe um salva-vidas, mas as ondas o levam para longe. Quantas pessoas tenho visto se perderem desta maneira. Sim, amados, isto é suficiente para arrasar o ânimo de alguém. Também ficamos desanimados quando vemos que alguns de vocês assemelham-se aos solos rochosos. Apesar de tudo isso, não desfalecemos. E sabem por quê? Pregar é muitíssimo agradável. Juntamente com Henry Martin, podemos dizer: .Estou disposto a pedir esmolas durante seis dias, para que tenha a oportunidade de pregar no sétimo.. Cristo será glorificado, ainda que vocês não sejam salvos; vocês não desejam vestir as vestiduras brancas, mas outros vestirão..

b. Todo ministro fiel prega com santidade.

.Pelo contrário, rejeitamos as coisas que, por vergonhosas, se ocultam. (v. 2). Existem ministros do evangelho que em seu exterior são corretos, mas em seu íntimo não possuem essa qualidade. No entanto, este não foi o caso de Paulo. Creio que não podemos pregar se temos um coração mau; porém, já fomos à fonte e ali nossos corações foram lavados; nós temos rejeitado as coisas ocultas e desonestas. Oremos por ministros fiéis.

c. Pregamos não utilizando astúcia.

.Pelo contrário, rejeitamos as coisas que, por vergonhosas, se ocultam, não andando com astúcia, nem adulterando a palavra de Deus. (v. 2). A Palavra de Deus é confrontadora. Tenho receio de que muitos ministros do evangelho a utilizam enganosamente, não levando as pessoas a verem sua própria situação. Muitas vezes os melhores pregadores fazem isso! Oh! Amados, oremos para que levemos nossos ouvintes ao mesmo ponto a que Paulo conduziu aqueles para os quais pregava.

4. Muitas pessoas se perderão eternamente, embora estejam sendo abençoadas pelo ministério de pregadores fiéis.

.Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que está encoberto, nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus. (vv. 3-4). Destas palavras, você reconhecerá que muitos dos ouvintes de Paulo estariam perdidos, e assim aconteceu com eles. Quando Paulo chegou a Icônio, a cidade ficou dividida: uma parte estava a favor dos apóstolos, outra, a favor dos judeus (At 14.4).

Qual é a nossa experiência? Isto não é verdade em nossa congregação? Alguns já creram, mas outros não. Por quê? Porque Satanás cegou a sua mente, para que a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus, não resplandeça sobre você. As concupiscências de seu coração criaram um denso véu para ocultar-lhe a luz do evangelho. E qual será o final? Você estará perdido. Oh! que palavra terrível . alma perdida!

Perdido para os amigos crentes. Eles olharão ao redor das incontáveis hostes de pessoas no céu e você não estará lá. Perdido para Cristo; você não pertencerá a Ele. Perdido para Deus, que dirá: .Este não me pertence .. Ó, amado, se nosso evangelho ainda lhe está encoberto, você será uma alma perdida por toda a eternidade! Todos os anjos não lhe poderão contar a miséria de ser uma alma perdida por toda a eternidade!
Fonte Editora Fiel
Jesus - A Simples Verdade

sábado, 25 de junho de 2011

Enterro ou Cremação



UMA DEFESA BÍBLICA EM FAVOR A INUMAÇÃO E CONTRA A CREMAÇÃO

GÊNESIS 3:19 DEUS DECLAROU A ADÃO: “NO SUOR DO SEU ROSTO, COMERAS O TEU PÃO, ATÉ QUE TORNES À TERRA; PORQUE DELA FOSTE TOMADO; PORQUE ÉS PÓ E EM PÓ TE TORNARÁS.”

Introdução


Em Gênesis 3:19 Deus declarou a Adão: “No suor do seu rosto, comeras o teu pão, até que tornes à terra; porque dela foste tomado; porque és pó e em pó te tornarás.” porquanto é pó e em pó te tornarás”. Exatamente o que Deus quis dizer com a declaração: porque és pó e em pó te tornarás? Ele quis dizer que o corpo do homem, o qual é o pó da terra (Gn. 2:7) deve retornar para a terra quando ele morre. Essas palavras têm sido historicamente interpretadas pelos Judeus crentes do Velho Testamento,bem como Judeus e Gentios crentes do Novo Testamento creram que o corpo é para ser enterrado.

Mas alguém com certeza dirá, “A Bíblia não diz, pó para pó e cinzas para as cinzas?”. Não, de fato ela não faz tal afirmação. Esta frase não é encontrada em lugar algum das Escrituras. Ela é encontrada em certos “Manuais de Pastores”, frequentemente usados por ministros quando eles ministram nos enterros, mas tal frase não pode ser encontrada em parte alguma na inspirada Palavra de Deus.

A frase, cinzas para as cinzas é freqüentemente um apelo para a justificação da cremação. Cremação, que quase não foi conhecida aqui na América há 40 anos, está cada vez mais sendo usada para a disposição final do corpo. Esse escritor sabia muito pouco sobre essa prática até ele mudar-se para Califórnia em 1966. Logo depois de se mudar para São José em 1968, ele foi questionado em uma ocasião se era Bíblico ou não para os cristãos cremarem seus corpos depois da morte. Como ele não poderia responder satisfatoriamente a pergunta a sim mesmo, ele pediu um tempo para estudar e pesquisar sobre a questão. Depois de dedicar algum tempo ao estudo deste tema, ele chegou a conclusão de que a inumação, ou o enterrar,e não cremar, é a única prática Bíblica e adequada para a disposição final do corpo.

Quando alguém descobre que a origem da cremação é fundada em incredulidade e paganismo, ele abandonará qualquer idéia a respeito da cremação ser uma alternativa viável à inumação, como mostra em toda a Escritura sendo a correta disposição para o corpo depois da morte. Cremação é uma parte de crença pagã e de falsas religiões. É a escolha preferida dos ateus, que não acreditam em Deus nem na ressurreição e de todos os outros que eliminariam a ressurreição se pudessem, ainda que a cremação do corpo não poderá evitar que ele seja ressuscitado.

Cremação não é o método apropriado para a disposição final do corpo.

É uma antiga prática pagã.

Tanto os pagãos Gregos quanto os Romanos praticavam a cremação, mas devem seguir os cristãos a prática do paganismo ou os ensinos da inspirada Escritura?

Por seguir a prática pagã ao invés da Palavra de Deus tem sempre trazido resultados terríveis sobre aqueles que fizeram isso. Lembre o que aconteceu quando Davi procurou levar a Arca da Aliança conforme fizeram os Filisteus ao invés de levá-la na maneira que Deus determinou em Sua Palavra. (II Sm. 6:1-11).

É a pratica de Hinduismo e Budismo

Nenhuma dessas religiões acreditam em ressurreição, nem aqueles que praticam tal religião desejam ser ressuscitados. Ambas dessas antigas religiões acreditam em alcançar Nirvana na qual a alma está liberta de muitas reencarnações e absolvidas da inexistência. Que alvo é esse de tornar nada?! A cremação, portanto é compatível com esta crença, mas não é consistente com a crença na ressurreição. Na Índia, por exemplo, os cristãos enterram seus mortos para testemunhar a sua crença que a ressurreição é aguardada, algo diferente do que é ensinado pelo Hinduismo. Deste modo, cristãos na India consideram que a cremação é uma pratica idolatra e a inumação, ou enterro, é uma pratica cristã.


É a opção preferida do humanismo secular

Entre 1876 e 1884 houve somente 28 registros de cremação nos Estados Unidos. Durante as décadas de 1960 – 1979 começaram a ocorrer muitas mudanças em sua cultura no tempo da instabilidade social que foram incentivadas pelas doutrinas do humanismo secular, que diz que o homem comum não deve nenhuma explicação a uma força maior ou Deus. Dessa doutrina da autonomia humana têm vindo tanto a aceitação do aborto quanto a prática da cremação. O direito a fazer estes dois rituais bárbaros é reivindicado pela falsa concepção de que seus corpos pertencem a si mesmos e podem fazer o que bem entender. Consequentemente, no ano de 1977, 7% de todos os corpos humanos nos Estados Unidos eram reduzidos a fragmentos de ossos e cinzas pela cremação. Em 1993 esta porcentagem aumentou a aproximadamente 20%. Esta porcentagem continuará aumentando enquanto Americanos rejeitarem o Cristianismo Bíblico e adotarem o pensamento chamado Nova Era, que não é nada mais do que o velho paganismo de Hinduismo e Budismo trajando nova aparência.


Inumação é o método de disposição praticada no Velho Testamento.

Deus ordenou a Israel que enterrassem os seus mortos.

“O seu cadáver não permanecerá no madeiro, mas certamente o enterrarás no mesmo dia; porquanto o pendurado é maldito de Deus; assim não contaminarás a tua terra, que o SENHOR teu Deus te dá em herança.” Dt. 21:23. A disposição final do corpo não é questão de indiferença, mesmo que alguns ministros têm a pretensão de dizer que realmente o que é feito com o corpo depois da morte não faz nenhuma diferença. Mas Deus tem preferência. É problema de Deus. Ele ordenou que o corpo fosse enterrado, e a ordem para enterrar torna a cremação totalmente inaceitável em sua visão.


Abraão enterrou Sara e ele mesmo foi enterrado ao lado dela.

“E depois sepultou Abraão a Sara sua mulher na cova do campo de Macpela, em frente de Manre, que é Hebrom, na terra de Canaã.” (Gn 23:19). “E Isaque e Ismael, seus filhos, sepultaram-no na cova de Macpela, no campo de Efrom, filho de Zoar, heteu, que estava em frente de Manre,” (Gn 25:9). É muito importante que um capítulo inteiro do primeiro livro da Bíblia é destinado a criar um sistema para enterrar. Se Deus uma grande porção de Sua Palavra a tratar esse assunto, como pode qualquer crente que toma a Bíblia como a Palavra de Deus tratar a disposição final do corpo com indiferença?

Lendo ainda mais em Gênesis, nota-se que Jacó enterrou Débora, a ama de Rebeca que era somente uma escrava (Gênesis 35:8) e sua amada esposa Raquel (Gênesis 35:19). Esaú e Jacó carinhosamente enterraram Isaque (Gênesis 35:29). Antes de morrer Jacó deu instruções explicitas aos seus doze filhos para enterrá-lo. (Gênesis 49:29-31). Do mesmo modo José deu uma ordem igual aos filhos de Israel antes dele morrer (Gênesis 50:24-26), e essa ordem foi devidamente obedecida quando Israel conquistou a terra de Canaã (Josué 24:32).

Deus enterrou Moisés

“Assim morreu ali Moisés, servo do SENHOR, na terra de Moabe, conforme a palavra do SENHOR E o sepultou num vale, na terra de Moabe, em frente de Bete-Peor; e ninguém soube até hoje o lugar da sua sepultura.” (Dt 34.5,6). Deus poderia ter queimado o corpo de Moisés tão facilmente quanto Ele poderia o enterrar ( 2 Rs 1.10), mas Ele não o fez.

Ele o enterrou seguindo Suas próprias ordens e o princípio da ressurreição a qual coincide com inumação. Se o método de disposição do corpo é um assunto de indiferença, porque então o próprio Deus enterrou o corpo de Moisés?

O profeta Eliseu foi enterrado.

“Depois morreu Eliseu, e o sepultaram. Ora, as tropas dos moabitas invadiram a terra à entrada do ano.” (2Rs 13.20). Até naquele tempo de declínio espiritual em Israel, a inumação ainda era praticada (2Rs 13.21). Não ser enterrado era considerado um sinal de extrema desgraça, algo reservado só para os homens mais desprezíveis.

“Morrerão de enfermidades dolorosas, e não serão pranteados nem sepultados; servirão de esterco sobre a face da terra; e pela espada e pela fome serão consumidos, e os seus cadáveres servirão de mantimento para as aves do céu e para os animais da terra.” (Jr 16.4). “Em sepultura de jumento será sepultado, sendo arrastado e lançado para bem longe, fora das portas de Jerusalém.” (Jr 22.19).

Jó esperou para ser enterrado.

“E depois de consumida a minha pele, contudo ainda em minha carne verei a Deus,” (Jó 19.26). O patriarca obviamente tem seu enterro em foco. Mencionou o fato de somente a sua pele ser consumida, e não os ossos. Enterrando, os vermes consomem a pele e não os ossos (Jó 24.20). A cremação consome quanto a pele quanto os ossos.


Cremação é
expressamente proibida pelos ensinos do Velho Testamento.

Deus proíbe queimar crianças como sacrifício a Moloque.

"E da tua descendência não darás nenhum para fazer passar pelo fogo perante Moloque; e não profanarás o nome de teu Deus. Eu sou o SENHOR.” (Lv 18.21). Enquanto o sacrifício humano é focalizado nesta proibição, a cremação é indiretamente proibida neste mandamento. “Assim não farás ao SENHOR teu Deus; porque tudo o que é abominável ao SENHOR, e que ele odeia, fizeram eles a seus deuses; pois até seus filhos e suas filhas queimaram no fogo aos seus deuses.” (Dt 12.31). A Lei de Deus estabelece o apedrejamento dos filhos rebeldes, mas não permite que seus corpos sejam queimados. (Dt 21.18-21).


Deus puniu o Rei dos Moabitas por queimar os ossos do Rei de Edom.

“Assim diz o SENHOR: Por três transgressões de Moabe, e por quatro, não retirarei o castigo, porque queimou os ossos do rei de Edom, até os tornar a cal.

” (Am 2.1). Se a cremação é um assunto de indiferença, então porque Deus declarou esta punição ao Rei dos Moabitas? Ele foi amaldiçoado porque erroneamente mandou a queimar os ossos do Rei de Edom. A cremação do corpo era o símbolo da maldição. “E será que aquele que for tomado com o anátema será queimado a fogo, ele e tudo quanto tiver; porquanto transgrediu a aliança do SENHOR, e fez uma loucura em Israel.” (Js 7.15). Será que este fato explica a razão que a Igreja de Roma queimou os hereges nas estacas? Acreditando que os hereges foram amaldiçoados por Deus, esta Prostituta de Roma reduziu os santos, quem ela odiava, às cinzas para mostrar o seu aborrecimento pelas doutrinas deles. O queimar de algo para destruí-lo é sinal de um grande aborrecimento. “As imagens de escultura de seus deuses queimarás a fogo; a prata e o ouro que estão sobre elas não cobiçarás, nem os tomarás para ti, para que não te enlaces neles; pois abominação é ao SENHOR teu Deus.” (Dt 7.25).

Por causa da queima ser um sinal da maior abominação, certas ofensas eram punidas por fogo em vez de apedrejamento. Desse mesmo modo foi a ofensa de prostituição por parte da filha de um sacerdote. “E quando a filha de um sacerdote começar a prostituir-se, profana a seu pai; com fogo será queimada.” (Lv 21.9) . O mesmo tipo de aborrecimento era para qualquer homem que se casasse com uma mulher e sua sogra. “E, quando um homem tomar uma mulher e a sua mãe, maldade é; a ele e a elas queimarão com fogo, para que não haja maldade no meio de vós.” (Lv 20.14). Pecados que eram extremamente vergonhosos e repugnantes eram punidos por fogo e não pelo apedrejamento. Esses fatos se tornam mais significativos porque só a coisas abomináveis eram queimadas. “As imagens de escultura de seus deuses queimarás a fogo; a prata e o ouro que estão sobre elas não cobiçarás, nem os tomarás para ti, para que não te enlaces neles; pois abominação é ao SENHOR teu Deus.” (Dt 7.25).

Acã e sua família foram queimados com fogo. Isso porque foram amaldiçoados, e essa maldição foi imposta a eles porque Acã pegou na coisa maldita. Ele mesmo se firmou debaixo da maldição pronunciada. “Porém a cidade será anátema ao SENHOR, ela e tudo quanto houver nela; somente a prostituta Raabe viverá; ela e todos os que com ela estiverem em casa; porquanto escondeu os mensageiros que enviamos.” (Js 6.17).

Assim, a punição para ele e sua família não foi somente o apedrejamento. Mas o queimar dos seus corpos de acordo com a ordem de Deus, foi um sinal de maldição. “E disse Josué: Por que nos perturbaste? O SENHOR te perturbará neste dia. E todo o Israel o apedrejou; e os queimaram a fogo depois de apedrejá-los.” (Js 7.25). A associação com a maldição explica a causa do corpo de Saul e de seus filhos terem sido queimados. “E puseram as suas armas no templo de Astarote, e o seu corpo o afixaram no muro de Bete-Seã.” (1Sm 31.10). Desde que o corpo de Saul permaneceu afixado no muro até o anoitecer, ele foi considerado maldito. “O seu cadáver não permanecerá no madeiro, mas certamente o enterrarás no mesmo dia; porquanto o pendurado é maldito de Deus; assim não contaminarás a tua terra, que o SENHOR teu Deus te dá em herança.” (Dt 21.23). Desse modo, os homens de Jabes queimaram os corpos como maior sinal dessa maldição (1Sm 31.12), mas enterraram os ossos como sinal de sua fé (1Sm 31.13).

A queima dos ossos dos sacerdotes de Betel no altar da sua idolatra tipificou a maldição que Deus havia pronunciado no altar e aos sacerdotes que lá serviam. “E eis que, por ordem do SENHOR, veio, de Judá a Betel, um homem de Deus; e Jeroboão estava junto ao altar, para queimar incenso. E ele clamou contra o altar por ordem do SENHOR, e disse: Altar, altar! Assim diz o SENHOR: Eis que um filho nascerá à casa de Davi, cujo nome será Josias, o qual sacrificará sobre ti os sacerdotes dos altos que sobre ti queimam incenso, e ossos de homens se queimarão sobre ti”. (1Rs 13.1-2).

O piedoso Rei Josias cumpriu essa profecia perfeitamente. “E, virando-se Josias, viu as sepulturas que estavam ali no monte; e mandou tirar os ossos das sepulturas, e os queimou sobre aquele altar, e assim o profanou, conforme a palavra do SENHOR, que profetizara o homem de Deus, quando anunciou estas palavras.” (2Rs 23.16).

Desse modo, a cremação não é um meio aceitável para a disposição final de um corpo pelo Cristianismo. É uma prática bárbara e totalmente inadequada para a disposição dos restos mortais de um ente querido. Se o público em geral tomasse o tempo necessário para saber o processo horrível de cremação, eles abandonariam qualquer idéia de terem seus corpos cremados ou cremarem os corpos de seus entes queridos. Todo o processo é grotesco. Quando o fogo consome o corpo, ele se contrai e estremece como se estivesse vivo. Embora o crematório seja aquecido entre 800 e 1100 graus Celsius, é necessário de 3 a 4 horas para queimar o corpo completamente. Pode ser, mesmo assim, o que sobra do esqueleto tem que ser quebrado com uma marreta até destruir todos os ossos e depois pulverizados até restar pedacinhos somente, e depois juntados com as cinzas e assim removidos do crematório e guardados em uma pequena caixa ou numa urna. Devido as cinzas de diferentes corpos se misturarem na cremação, funerárias postam uma renúncia em seus estabelecimentos em referência a esse fato. Alem disso, o autor tem visto dessas caixas que não nunca foram levadas pelos familiares insensíveis para cuidar dos restos dos seus ente queridos.

A inumação é o único método de disposição do corpo defendido pelo Novo Testamento

O enterro é ensinado por exemplo

O exemplo bíblico é um forte argumento na orientação dos caminhos de Deus, e nunca deveria ser recusado como insignificante. Desse modo, os exemplos do Novo Testamento registram o enterro de Lázaro (Jó 11.13,38), o enterro de Jesus (Mt 27.57-60), o enterro de Estevão (At 8.2) e o enterro de Ananias e Safira (At 5.6,10) entre outros. De acordo com esses exemplos, os cristãos de todas as épocas têm enterrado seus mortos. Os cristãos em Roma enterraram seus mortos nas catacumbas, e cada cemitério de igreja é um testemunho para essa prática universal entre aqueles que professam a sua fé em Jesus Cristo.

Enterro é requerido pela tipologia

Símbolos ensinam verdades, que são perdidas quando os símbolos são adulterados. De acordo com aqueles que professam a fé em Cristo abandonam o enterro em favor da cremação podemos certificar que a verdade da ressurreição será em breve esquecida entre eles, porque o símbolo mais obvio desse ensino teria desaparecido não trazendo mais ninguém a lembrar dela.

Enterro é ensinado, por exemplo, pelo semear da semente “Insensato! o que tu semeias não é vivificado, se primeiro não morrer. E, quando semeias, não semeias o corpo que há de nascer, mas o simples grão, como de trigo, ou de outra qualquer semente. Mas Deus dá-lhe o corpo como quer, e a cada semente o seu próprio corpo.” (1Co 15.36-38). Porque semear a semente? Não é por que ela deve brotar da terra? Quem pensaria em queimar uma semente? A semente é enterrada com o propósito de brotar em nova forma da terra em qual ela foi plantada.

Exatamente da mesma maneira, o corpo é para ser enterrado, porque ele é como a semente. “Assim também a ressurreição dentre os mortos. Semeia-se o corpo em corrupção; ressuscitará em incorrupção. Semeia-se em ignomínia, ressuscitará em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscitará com vigor. Semeia-se corpo natural, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual.” (1Co 15.42-44).

Porque então alguns que crêem na ressurreição do corpo ousariam de cremar os corpos dos seus amados na fé ou pediram aos mesmos que queimassem os seus corpos depois que eles morressem? O próprio enterro do corpo é um testemunho da sua fé firmada na ressurreição. Ao contrário, a cremação do corpo é a negação da fé na ressurreição, mesmo que confessa em vida da sua fé nela.

Inumação é ensinada pelo simbologia do batismo, pois o batismo é um quadro vivo do enterro. “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição;” (Rm 6.3-5), “Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos.” (Cl 2.12). Nada pode ser mais contraditório do que a cremação do corpo de alguém que confessou a sua fé quando foi batizado. Quando esse escritor enfatizou esse argumento contra a cremação que uma pessoa cristã considerava a fazer, ele respondeu que a cremação não entraria em contradição com o seu batismo.

O problema dele era que não tinha sido batizado; ele somente conheceu a aspersão, e poderia entender que nenhum enterro foi tipificado. Contudo, aquele que foi corretamente batizado por imersão contradizia o seu testemunho se fosse cremado.

Se o batismo representa de fato, a morte de Cristo, Seu enterro e a Sua ressurreição como também representa a morte, enterro e ressurreição do crente junto com Cristo e até mesmo a morte, enterro e a ressurreição futura do seu corpo, cada cristão então deve ter certeza de que o seu corpo será apropriadamente enterrado como um permanente testemunho desta verdade. Esse escritor quer testemunhar da verdade da ressurreição mesmo depois da morte. Por isso, o seu enterro já foi pré-programado.

Enterro é afirmado por princípio

Quando alguém nasce de novo e o Espírito Santo habita em seu corpo, seu corpo é imediatamente um membro de Cristo e o templo do Espírito Santo. “Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, pois, os membros de Cristo, e fá-los-ei membros de uma meretriz? Não, por certo.” (1Co 6.15). Compreendendo que nossos corpos são membros de Cristo, faz uma grande diferença agora em como usamos esses corpos. Será que essas verdades devem também fazer diferença em como dispomos nossos corpos depois da morte? Temos algum direito de fazer diferente com nossos corpos o que Ele tem claramente prescrito em Sua Palavra? Ouça o argumento convincente do apóstolo Paulo. “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.” (1Co 6.19-20). Por não pertencer a nós mas a Deus, nossos corpos devem ser usados e finalmente dispostos em absoluto acordo com Suas ordens. São dEle desde a criação e com propósitos. Este fato exige que tratemos os nossos com dignidade, até a sua disposição final. “Filhos sois do SENHOR vosso Deus; não vos dareis golpes, nem fareis calva entre vossos olhos por causa de algum morto. Porque és povo santo ao SENHOR teu Deus; e o SENHOR te escolheu, de todos os povos que há sobre a face da terra, para lhe seres o seu próprio povo.” (Dt 14.1,2). “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” (Rm 12.1) Este princípio rege tanto em vida quanto em morte. “Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor.” (Rm 14.8) Cremação não mostra respeito tanto para os métodos de Deus quanto a dignidade do corpo.

O Mundo promove a cremação e oferece falsas razões favorecendo-a sobre o enterro

Eles dizem que não há espaço para cemitérios.

Isto é uma falsa declaração. Há poucos anos atrás foi relatado que a população do mundo inteiro poderia ficar em pé dentre os limites do município de Jacksonville, Flórida. O único lugar onde o espaço é restrito, está nos metrópoles apertados, mas há lugares de sobra no mundo inteiro para enterros.

Eles dizem que a cremação é mais limpa.

Esta é outra declaração falsa. Pergunte a qualquer diretor de funerária que tem trabalhado em um crematório. A poeira do crematório é penetrante, para não dizer nada da sua fumaça.

Eles afirmam que é menos caro.

Aqui é a razão verdadeira que muitos na América estão optando pela cremação. Eles têm receio de gastar o dinheiro necessário para dar aos seus amados um enterro decente. Essa objeção ao enterro indica que eles têm muito mais amor ao dinheiro do que pelos seus ente queridos? Onde há uma profunda afeição pelos familiares que partem desse mundo, a disposição final do corpo nunca será baseada pelo custo. Fazer de outra forma será de desprezar a memória do ente querido.

Tradução: Eunice de Oliveira Toledo Silva 11/2007

Edição e Revisão: Joy Ellaina e Pastor Calvin Gardner, 12/2007

Autor:Pr Royce Smith, M.A., Th.M., Th.D.Fonte: www.PalavraPrudente.com.br
Jesus - A Simples Verdade